29/04/2013

Autor do mês - Carlos Rodrigues - Entrevista

Olá olá pessoal e queridos leitores!!

O mês de Abril está a terminar e neste penúltimo dia do mês de Carlos Rodrigues deixo-vos com uma entrevista feita especialmente para os leitores do Sinfonia dos Livros de modo que se conheça melhor mais uma promessa Nacional!

Espero que gostem e o meu muito obrigada ao Carlos Rodrigues por ter aceite fazer a entrevista e por ter dando um apoio tão grande a esta rubrica que sem os nossos brilhantes autores não teria "pezinhos" para andar!!

1 – Carlos Rodrigues, poderia apresentar-se aos leitores do blog Sinfonia dos Livros, contando um pouco da sua trajectória profissional como escritor?
O meu nome é Carlos Sérgio Madureira Rodrigues, tenho 23 anos e sou natural de Vale de Cambra. Sou jurista e, actualmente, frequento o Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas, com menção em Direito Administrativo, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Como escritor, a minha trajectória é ainda curta. Lancei o livro em Setembro de 2012, com o apoio da Chiado Editora; tenho um blog (www.cquotidiano.blogspot.com) e colaboro com jornais da minha cidade natal.

2 - Como foi o seu ínicio na literatura?
Enquanto crescia, apercebi-me que a escrita surgia, para mim, como uma forma de exteriorizar as minhas emoções e compreender melhor o Mundo que me rodeia, o que me permite conhecer e compreender melhor o mundo que tenho dentro de mim.
Desde jovem que escrevo breves textos, arrisco micro-contos ou crónicas. Escrever significa, para mim, reflectir. E sonhar acordado.

3 – Quais são as principais dificuldades de ser um escritor em Portugal?
Poderia falar da falta de reconhecimento e de compensação financeira que permita a alguém viver apenas do que escreve, mas estaria a ser repetitivo e a evitar o que creio ser a real dificuldade: a falta de tempo. Porque vivemos numa era que nos pressiona, constantemente, a ser produtivos e diversificados (aqui se encaixa um famoso termo, o multi-tasking), surge uma certa insatisfação por parte de um escritor que queira ter o tempo necessário para ler, reflectir, escrever. Para conhecer a sua história, traçar o perfil dos personagens e desenhar um argumento, que trará à vida numa folha de papel.
Esta dificuldade é geral a qualquer país, por efeito da globalização. Todavia, ao invés de uma fatalidade, vejo-a como um desafio. E os desafios existem para ser superados.

4 – O que o faz escrever? Ou seja, qual a sua principal motivação enquanto escritor?
Porque me faz sentir completo, porque me faz sentir eu próprio, a escrita é uma actividade que encontra uma motivação em si mesma, ou seja, por outras palavras, a motivação vem do próprio acto de escrita em si. Circunstâncias externas que despertam a minha imaginação têm também um contributo importante para espicaçar a vontade de escrever.

5 – Quem é que o Carlos destacaria na actual Literatura Nacional?
Da Literatura Nacional, sem especificação de data, gostaria de destacar: José Saramago, Alice Vieira, Miguel Torga e Vergílio Ferreira. Gostaria, igualmente, de salientar que a nossa literatura é riquíssima em autores de qualidade e prestígio. Nunca um livro português me decepcionou ao ponto de o abandonar por completo.

6 – Cite pelo menos três referências literárias da sua escrita?
Vergílio Ferreira: Aparição
Marc Levy: Os filhos da liberdade
Ana Magalhães e Isabel Alçada: Uma Aventura (colectânea)

7 - Por favor, fale-nos um pouco sobre a sua obra "Eu, Ela e os Vampiros". Como surgiu a ideia inicial para a criação deste livro?
“Eu, Ela e os Vampiros” era um conto que tinha esquecido na gaveta, desde os meus 15 anos. Após alguns anos, em que fui, lateralmente, melhorando a escrita e organizando as ideias, acreditei que seria capaz de criar agora um conto com maior solidez, rigor e talento.

8 – Pelo que sei, haverá continuação dessa história, pode-nos levantar um pouquinho a ponta do véu?
Estou a trabalhar na continuação. Enquanto escrevo o segundo volume, procuro também aperfeiçoar a minha escrita, o que explica o tempo entre os dois volumes. Um bom escritor é um excelente leitor, como acredito, por isso tenho lido bastante e procurado aperfeiçoar a fluidez das palavras, o encaixe do enredo, a atractividade das personagens e dos seus dilemas.
Quanto à história em si, posso adiantar que no segundo volume, os protagonistas irão ser encarregues de procurar pelo passado, se querem assegurar o seu futuro. Todavia, a busca pessoa passado irá revelar que, no presente, afinal, os nossos protagonistas não estão tão sozinhos quanto supunham.
Novas personagens, romance, aventura e humor marcam o segundo volume. Principalmente, essa busca pelo passado. Vamos “levantar o véu” sobre a vida de algumas personagens e perceber a razão do seu amor ou do seu ódio.

9 - Em relação ao mundo editorial, acha que as editoras finalmente estão deixando um pouco de lado os escritores internacionais e se voltando para os nacionais?
A Chiado Editora destaca-se como a Editora Portuguesa que mais edita autores contemporâneos, dedicada em absoluto aos autores de língua portuguesa. Trata-se um mérito que alcançou e de um estatuto que lhe deve ser reconhecido. Constitui um exemplo de que sim, as editoras estão a voltar-se para os autores nacionais, para o que têm perto de si.
Investir em novos autores é importantíssimo, mas extremamente delicado. Aqui acuso-me como sendo um dos Autores que, na minha opinião, pode ter algum potencial, mas, como todo o potencial, precisa de ser cultivado e orientado. O papel das Editoras é fundamental no processo de crescimento de um sujeito enquanto Escritor, especificamente no ponto que referi enquanto referencial e fonte de conhecimento acerca de como cultivar o potencial de um Autor.

10 – Tendo criado essa história, percebe-se que o género Fantástico, é um género que o atrai.. É também o género que o define ou, por exemplo, pensa um dia, quem sabe, escrever um Romance, ou um Policial?
Várias opiniões, profissionais ou ocasionais, após a leitura do meu blog e de outros textos dispersos, apontam o Romance como a categoria em que me encaixo melhor. Talvez, mas creio que um romance carece particularmente de tempo e vivência na nossa imaginação para ser trazido “à vida” com todo o seu esplendor e impacto, pelo que ainda não me dediquei a um romance completo, apenas a breves trechos que a imaginação transporta para o papel.
Já o género fantástico, que acompanhou a minha adolescência, sai-me com maior fluidez e clareza de raciocínio. Não me define enquanto leitor, mas o género fantástico poderá definir-me como escritor. Dado o estado inicial do meu perfil de Escritor, ainda é cedo para responder definitivamente a esta questão.

11 – Fale-nos um pouco sobre si, os seus desejos e sonhos e objectivos para o futuro.
“Ler para ser, escrever para viver.”
Desejos, sonhos e objectivos podem resumir-se a uma simples meta: ser feliz, sentir-me realizado profissionalmente e ter a sensação (melhor, a certeza) de deixar um contributo positivo para a sociedade (lato sensu).
Quero arquitectar um quotidiano em que, além do tempo para a família, amigos e trabalho, exista um intervalo, uns grãos de areia da ampulheta, que me permita dedicar, de corpo e alma à leitura. E à escrita. E aos sonhos. E à imaginação.

12 – Que mensagem gostaria de deixar a todos os seus leitores e para aqueles que um dia têm o sonho de  publicar um livro?
Aos meus leitores deixo o convite para conhecerem o blog e a página oficial do meu livro. Gostaria que o lessem, que o riscassem e opinassem sobre ele, que me dessem as suas dicas e críticas, que partilhassem comigo as suas opiniões. Acima de tudo, que se entusiasmem a cultivar o seu talento, a sua vertente artística e a encontrar no meu livro um ponto de partida para acreditarem no seu potencial.
Aos que têm o sonho, desejo-lhes a coragem, ousadia e paciência para o publicarem. Aconselho-os a que se envolvam com as suas personagens, com a história, que se frustrem, zanguem, amem com as palavras e com a história que elas narram. Nunca desistam de um texto!

Perguntas rápidas:
Um livro:  Diário de Anne Frank
Um autor (a):  Marc Levy (ou Sebastian Faulks)
Um actor ou actriz: Julia Roberts
Um filme: Precious (Uma coisa Preciosa)
Um dia especial: Todos em que sorria
Um desejo: “Ler para ser, escrever para viver”

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!