29/03/2023

Opinião | Isto Começa Aqui | Colleen Hoover | TopSeller Editora

ISBN: 9789896237257
Editor: TopSeller
Ano: 2022
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 320
Classificação temática: Livros em Português Romance
EAN: 9789896237257


A continuação da história de Lily e Atlas na imperdível sequela de Isto Acaba Aqui, um dos maiores fenómenos editoriais dos últimos tempos.

Será assim tão simples começar de novo?
Depois do seu reencontro inesperado, Lily e Atlas não conseguem parar de pensar um no outro nem em tudo aquilo por que passaram. Mas uma nova aproximação entre eles poderá não ser tão simples como parece. Lily tem de pensar no bem-estar da filha e na reação de Ryle a uma eventual relação com Atlas.
Atlas também está ciente das dificuldades. Sabe que Ryle não irá aceitar facilmente a sua presença na vida da ex-mulher e da filha e não tem dúvidas de que os problemas de comportamento dele não terminaram com o fim do casamento.

Terão Lily e Atlas força suficiente para enfrentar todos os obstáculos que irão surgir pelo caminho?

    Quem disse que este livro era escusado? Quem disse que a história entre Lily e Atlas não precisava de um melhor desenvolvimento e de um desfecho como deve ser?
    Uma coisa é termos tido acesso a um Atlas e a uma Lily adolescentes e com a vida toda pela frente, com todos os seus desgostos e desiquilíbrios, outra coisa é passarmos a ter Lily e Atlas depois de Ryle e já com uma pequena Emerson no panorama. Lily sendo mãe, tentando ser um exemplo para a filha, lutando para que o pai, apesar de tudo, esteja presente na vida da filha, e uma mulher, acima de tudo subindo degrau a degrau para ser bem sucedida nos negócios e realizada a nível pessoal e amoroso. Ela sabe perfeitamente que só com o Atlas conseguirá ser feliz novamente. Aliás, todos nós que acompanhamos estes dois desde o início sabíamos que, quer a bem ou a mal, eles haveriam de se rencontrar algures no meio do percurso.
    Este livro não era obrigatório, na verdade, mas era necessário para podermos encerrar o capítulo entre Lily, Atlas e Ryle. Uma história entre dois adolescentes que descobriram juntos o amor, que foi interrompida anos atrás, mas que agora tem o seu recomeço e o seu encerramento, pelo menos para nós leitores. 
    Vamos ter muitas coisas boas. Vamos ter mais sobre o que se passou com Atlas depois que ele se foi embora da vida da Lily. Vamos ter os pontos de vista tanto de Atlas como de Lily, o que dá sempre muita dinâmica à leitura e, vamos ter algumas "cartas", principalmente dele dirigidas a ela. Se no primeiro temos acesso às entradas de Lily no seu diário, aqui neste vamos poder aceder aos pensamentos e aos sentimentos de Atlas. Adorei a introdução de novas personagens, importantes para que, no final tudo se resolva.

    Afinal de contas, sempre era necessário este final perfeito, para um amor que, dentro das suas imperfeições é absolutamente maravilhoso.

"Talvez a ideia de o fim do amor ser uma coisa negativa seja apenas uma questão de perspectiva. Porque, para mim, a ideia de que um amor chegou ao fim significa que, a dada altura, existiu amor. "

27/03/2023

Opinião | Ela e o Gato | Makoto Shinkai | Naruki Nagakawa | Editorial Presença

ISBN: 9789722370141
Editor: Editorial Presença
Ano: 2022
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 160
Classificação temática: Romance
EAN: 9789722370141


Quatro mulheres. 
Quatro gatos. 
Quatro histórias unidas com delicadeza e simplicidade.

O romance japonês que já conquistou milhares de leitores.

É primavera, mas o dia amanheceu chuvoso. Miyu, uma rapariga que vive sozinha na grande cidade, encontra um gato enroscado numa caixa de cartão e leva-o para casa. Ela tem dificuldade em expressar o que sente. Ele, que pensava ter de ficar na rua, observa agora as rotinas de Miyu. Juntos, ela e Chobi, o gato - o narrador que inaugura esta história - vão abrir os seus corações e as suas vidas a outros seres, ao mundo lá fora.
À de Miyu e Chobi, vão juntar-se outras três histórias - em que ouvimos a voz das protagonistas e dos seus gatos - entrelaçadas numa delicada tapeçaria. Este é um romance sobre a fragilidade da existência e a solidão e, mais que tudo, um livro que nos mostra como mesmo nos momentos mais difíceis, quando a esperança nos parece abandonar, continuamos profundamente ligados ao mundo que nos rodeia - muitas vezes de formas que não poderíamos imaginar.


    Sendo dona de três gatos, sei muito bem o poder curativo que eles têm. Para além de serem super práticos no seu dia a dia, os gatos conseguem imiscuir-se na nossa forma de ver a vida. Não estou a brincar. Quem tem gatos, saberá, certamente, do que estou a falar. Desde que tenho gatos sei que estou mais protegida e sei que sou muito amada. Só quem não tem gatos é que pode dizer mal deles. Têm a fama de serem independentes e frios, que ligam pouco aos donos e que só querem o seu bem-estar e conforto. Não podiam estar mais enganados. Desde que tenho gatos, não estou um segundo sozinha e, se me sinto triste ou adoentada, são eles que se chegam para perto de mim e tentam absorver o que me está a fazer mal. Sou imensamente feliz por ter os meus gatos e, espero que ao longo da vida, me seja sempre permitido tê-los porque já não saberia ser alguém que não tem gatos. Atenção que também adoro cães!
    Em relação a este livro delicioso, dizer que é adorável e enternecedor é dizer pouco. Miyu, uma jovem calada e tímida vai encontrar em Chobi - aquele gatinho que ela encontrou à chuva - um amigo e um confidente. Sempre que ela se sentia mais triste ou desanimada, era Chobi que a consolava e lhe dava todo o amor que o seu pequeno grande coração tinha. Chobi, aos poucos e poucos vai-se aventurando pela vida e, nas suas pequenas viagens, vai encontrar outros gatos e um cão muito especial que, vamos ver no final do livro, faz toda a diferença. Foi engraçado ver como as histórias dos quatro gatos principais deste livro e as quatro personagens humanas, estão, de alguma forma, todas ligadas no seu quotidiano.
    É deveras gratificante ler um livro destes que mostra bem o poder curativo que um animal nos traz. Neste caso em particular, os gatos. Como disse anteriormente, são animais que, por norma, gostam muito do seu espaço e do seu tempo a sós, o que não quer dizer que não sejam amorosos e que não amem os seus donos. Todos os dias, Chobi e os restantes companheiros mostram o quanto amam as suas donas e o quanto querem que elas sejam felizes.
    Um livro que recomendo totalmente, pela sua ternura e por mostrar tão bem o quanto os gatos podem e são importantes na nossa vida.

 E vocês? Gostam de gatos? 

16/03/2023

Opinião | Aconteceu Naquele Verão | Tessa Bailey | Desrotina Editora

ISBN: 9789899096875
Editor: Desrotina
Ano: 2022
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 352
Classificação temática: Livros em Português 
EAN: 9789899096875


Piper Bellinger é uma menina rica e influente de Beverly Hills com uma reputação que a persegue... literalmente. Os fotógrafos andam sempre atrás dela à espera que cometa mais uma loucura e, quando se trata de Piper, não é preciso esperar muito. Quando, numa noite regada de demasiado champanhe, organiza por impulso uma festa que rapidamente fica fora de controlo, o padrasto decide que esta é a gota de água. Tira-lhe o dinheiro e exila-a para Westport, uma cidadezinha costeira com cerca de dois mil habitantes, na esperança de incutir alguma noção de responsabilidade em Piper ao fazê-la assumir o bar deixado pelo falecido pai.

Ao chegar a Westport, conhece Brendan, um pescador corpulento e barbudo (bastante charmoso, por sinal), capitão do seu próprio barco, que está convencido de que ela não aguentará sequer uma semana num sítio que é uma antítese de tudo o que gosta e representa. Mas Piper está decidida a provar ao padrasto e a Brendan que estão errados e que ela não é assim um peixe tão fora de água! Mesmo que, para isso, precise de cuidar de uma espelunca e morar num apartamento minúsculo...

    Este livro foi mesmo muito bom de se ler. É sexy e é divertido. Tem o seu toque de seriedade, mas no seu geral é um livro leve que nos faz sorrir e sentir o coração embalado.
    Piper é uma miúda rica e inconsciente, que leva uma vida fútil recheada de eventos sociais e publicações no Instagram. Aliás, ela vive apenas para imortalizar cada movimento seu nas redes sociais e tornar-se numa influencer famosa e seguida por milhões. Vive a vida em função da sua imagem e do impacto que pode causar nos outros. Como disse antes, é fútil e não faz mais nada na vida a não ser disparates. Obviamente que isso tudo acontece às custas do padrasto que é um dos homens mais ricos e influentes do mundo da arte cinematográfica. Contudo, há aquele dia em que tudo muda e o padrasto farta-se de lhe bancar as asneiras e a vida cheia de glamour e futilidades. Como castigo, envia Piper e a irmã inseparável, Hannah para a vila piscatória de onde nasceram e de onde saíram com a mãe quando o pai delas morreu. A ideia era fazer com que ela colocasse os pés no chão e tivesse uma boa dose de vida real quando lá estivesse por sua conta, sem dinheiro, sem redes sociais e sem luxos. Claro que não podia deixar de existir um Brendan que é exactamente o oposto dela. Trabalhador, responsável, com os pés bem assentes na terra e ... pescador. Seria de esperar que, pelo menos ele, fugisse de Piper e da sua personalidade exuberante como o diabo foge da cruz, mas foi o contrário. Bem dizem que os opostos atraem-se irremediavelmente. 
    Adorei a vila costeira e o ambiente que lá se vivia entre todos. Aquele ambiente de família e cumplicidade entre todos os habitantes que fazem com que nos sintamos integrados mesmo que pareça que somos como um elefante numa loja de porcelanas. Creio que deveria ser assim que Piper se sentia no meio daquelas pessoas todas que fizeram parte do seu passado e das quais ela nada sabia. Foi muito bom acompanhar o crescimento de Piper enquanto percebe que, se calhar, viveu toda a sua vida enganada pelo brilho da ribalta e pelos luxos que o dinheiro lhe trazia. Apesar de ser uma rapariga fútil e sem grandes objectivos na vida até chegar aquela vila, Piper tem um coração enorme e vai conquistar todos com a sua forma divertida e um pouco inconsciente de ver a vida. Digamos que ela tem uma aura que atrai toda a gente à sua volta. Adorei a cumplicidade entre ela e a irmã, que foi arrastada para aquela situação apenas porque a adora e não quer que ela fique sozinha. Hannah é uma miúda com a cabeça no lugar, mas também muito sonhadora. Adora os seus discos de vinyl e creio que, no segundo volume desta série, vai fazer as delicias de todos os leitores. 
    Gostei muito de como, aos poucos Brendan vai começando a perceber o que sente por Piper e como pode fazer com que ela sinta que não tem de mudar completamente para ser a mulher da vida dele. A certa altura, pareceu-me que Brendan tinha medo dela e da exuberância dela, mas acho que foi mesmo isso que o atraiu para ela e o fez esquecer tudo o que havia passado até a conhecer. Brendan é o tipo de homem que, para não magoar ninguém e apesar do seu aspecto bruto e rude, suporta qualquer sacrificio e qualquer peso emocional. Carrega no coração um peso enorme há anos e sente que toda a sua vida se vai ser assim, até que Piper acontece e tudo muda. Adorei as picardias entre os dois e a forma como um vai tomando o seu lugar na vida do outro. Natural e completamente.
    Vão adorar! É uma história cheia de cenas spicy e intensas, mas quanto baste. A autora fez bem em optar por manter um equilibrio entre o erótico e o romântico.

       Ansiosa por ler o segundo volume da série!

02/03/2023

Opinião | Anatomia - Uma História de Amor | Dana Shwartz | Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03630-8
Ano de edição: 02-2023
Editor: Porto Editora
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 372
Classificação Temática: Livros


1817
Hazel e Jack são dois jovens curiosos e sonhadores que se cruzam em circunstâncias bizarras, na conservadora sociedade de Edimburgo.
Hazel é aristocrata e foi educada para encontrar um bom marido, mas o seu sonho é ser médica. Por isso, veste-se de homem e frequenta as cobiçadas aulas de anatomia do Dr. Beecham, até ser banida, quando todos percebem que é mulher.
Jack não tem um teto sobre a cabeça, mal ganha para comer, e sobrevive desenterrando corpos para a Sociedade Real de Anatomistas de Edimburgo. Um negócio lucrativo, mas muito perigoso, sobretudo quando alguns dos seus amigos começam a desaparecer misteriosamente.
Os caminhos de Hazel e Jack cruzam-se, inevitavelmente. Os dois terão de trabalhar juntos para revelarem os segredos enterrados no coração da sociedade de Edimburgo. E, pelo caminho, descobrirão os que se escondem nos seus próprios corações.

Uma história carregada de mistério e romance, e um hino às jovens mulheres que ousaram ir mais além.

#1 IMEDIATO DO NEW YORK TIMES

    Este livro marcou-me de tal forma que nem sei bem como começar esta opinião. Primeiramente, agradecer à Porto Editora pela oportunidade que me deu de ler este livro. Seguidamente, falar da capa deste livro. Mas que capa é esta? Não me lembro de ver uma capa assim tão linda e tão apropriada a um livro, assim como esta. Muitas vezes dou por mim a abrir um sorriso sempre que vejo este livro, seja na minha estante ou divulgado em algum sítio online.
    Agora, em relação à história que vem escrita nas páginas deste livrinho maravilhoso, só tenho a dizer uma coisa: BRUTAL!
    Hazel e Jack entraram directos para o meu top de casais fictícios dos últimos tempos. Ela, Hazel, é de uma inteligência e habilidades mentais fora do normal para a época e, mesmo nos dias de hoje. Teve o azar de nascer num século que não dava qualquer oportunidade às mulheres mas, com a sua personalidade vincada e deveras peculiar, vai conseguir trocar as voltas a toda a gente e levar o seu sonho avante. Ser cirurgiã. Em pleno século XIX e em Edimburgo, nem os homens cirurgiões eram bem vistos na sociedade, quanto mais uma jovem mulher, filha da aristocracia. Mas esperem para conhecer esta moça. Com ela não há impossíveis. Hazel é intensa em tudo o que faz e em tudo o que se desafia a fazer. Tem apenas dezassete anos, mas uma mentalidade e uma forma de ver a vida muito madura e pragmática. Apesar de estar destinada a Bernard, seu primo, desde tenra idade, um Jack cheio de vida e extremamente atraente tanto em personalidade como fisicamente, atravessa-se no seu caminho. Se no início foram apenas encontros fugazes sobre os quais ela nem sequer dedicava um pensamento mais prolongado, ao longo do tempo eles foram ficando mais amigos, mais cumplices e mais ligados um ao outro, até porque o trabalho dele era perfeito para o que ela queria fazer. Foi tão bom ver o sentimento crescer entre Hazel e Jack. Ela, rica e cheia de opções e ele, pobre, cheio de dias de fome, frio e noites sem dormir por estar a fazer um trabalho que, na altura mais ninguém faria a não ser os renegados da sociedade e os sobreviventes. No decorrer da leitura deste livro, há que ficar muito atento aos pormenores e às páginas cinzentas que, por vezes, separam os capítulos. Além disso, para além da história de Hazel e Jack, há mais uma personagem que requer toda a nossa atenção. 
    Mais um ponto a favor deste livro: O tamanho dos capítulos e o tamanho da letra. Capítulos com o número de páginas quanto baste para todos os gostos e o tamanho de letra perfeito. Top!
 
    Quem olha para a foto de apresentação da autora deste livro não imagina o quão brutais são as descrições que ela é capaz de fazer. Acreditem, vão ter de ter um estômago muito resistente se forem ler este livro. As descrições são tão precisas e intensas que, muitas vezes tinha de parar um pouco para conseguir tirar a imagem que tinha ficado colada na minha mente. Alturas havia em que quase conseguia sentir os cheiros descritos e, apesar de serem descrições um bocado macabras e "nojentas", são essenciais para transmitir todas as emoções que esta história nos merece. 
    Este livro é tão bom, mas tão bom que não me canso de dizer a todos para o lerem. Por favor, façam um favor a vocês mesmos e leiam este livro assim que puderem. Não consigo continuar a escrever esta opinião senão vou começar a derrapar e estragar a vossa leitura. Podia ficar aqui o dia todo a falar-vos deste livro.

    *Correndo o risco de vos estar a induzir a ler este livro e depois lerem e não gostarem, ainda assim, não posso deixar de o fazer. Peço desculpa desde já a quem vai ler baseado na minha opinião e não gostar tanto como eu, mas se não lerem, nunca vão saber! Assim, recomendo e aguardo ansiosa pelas vossas reacções e opiniões. Só peço que, se não gostarem tanto como eu, não me batam muito :-D

Este exemplar foi gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião honesta. 
O meu muito obrigada pela oportunidade!

24/02/2023

Opinião | Doidos Por Livros | Emily Henry | Quinta Essência

Doidos por Livros
de Emily Henry
ISBN: 9789896615338
Editor: Quinta Essência
Ano: 2022
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 432
Classificação temática: Romance
EAN: 9789896615338

Disponível 

Nora vive para os livros. É agente literária e defende os seus escritores apaixonadamente.
Charlie é editor literário e tem o dom de publicar bestsellers. E é o inimigo n. º 1 de Nora.
Nora adora a sua profissão e não se imagina a viver noutro sítio que não Nova Iorque. O que ela não adora é a sua vida amorosa. Já perdeu relações suficientes por não se conformar com o papel de namorada dócil e caseira. Está farta! Por isso, quando a sua irmã, Libby, lhe propõe uma viagem a duas, Nora aceita. Sunshine Falls, uma amorosa vila na Carolina do Norte onde decorre a ação do bestseller do momento, está longe de ser o seu destino de férias ideal. Mas Libby escolheu esta radical mudança de cenário de propósito para incentivar a irmã a viver a vida de forma real e autêntica e não apenas através dos livros. Durante um mês, Libby tudo fará para que Nora seja a protagonista da sua própria história (romântica, de preferência).

Mas em vez de piqueniques em prados, encontros casuais com um atraente médico de província ou lenhador escultural, Nora está sempre a dar de caras com… Charlie, que teve a lata de rejeitar um dos seus livros, anos antes. Nora não é nenhuma heroína. Charlie está longe de ser um herói. Mas à medida que continuam a esbarrar um no outro - numa série de coincidências típicas dos melhores romances -, o que descobrem sobre si próprios supera (de longe!) a ficção.


    Ler este livro fez-me recordar o porquê de eu gostar tanto de ler. Tanto podemos ler um livro super complexo que nos enche as medidas na sua totalidade, como depois podemos encontrar livros destes, escritos de uma maneira tão simples mas tão "terra-a-terra" que nos enche, não só as medidas, como o coração. 
    O que mais gostei neste livro? O facto das duas personagens principais terem a cabeça no lugar. Sendo que era evidente que ambos tinham muito amor dentro deles e eram incompreendidos por todos os que os rodeavam, passando por pessoas frias e distantes, souberam sempre manter os pés no chão e ter sempre o bem estar e felicidade um do outro em primeiro lugar. Adorei também o facto de ser uma história com livros. Muitos livros, muitas ideias literárias e um vislumbre do mundo literário visto da perspectiva de um agente e/ou editor. Gostei imenso das personagens, mesmo as secundárias. A irmã dela é uma miúda incrível que, apesar de sempre ter sido, das duas, a que mais precisava de apoio e protecção, quando foi mesmo preciso conseguiu superar-se e pensar primeiro na irmã e no que ela precisava, colocando as suas próprias "necessidades" em segundo lugar. Adorei a relação próxima e cumplice que elas tinham as duas. Gostei muito, muito mesmo da personalidade do Charlie. Um homem directo, mas com um humor irónico e seco que fazia com que, todas as vezes que eles se encontrassem, as faíscas começassem a voar por todos os lados. As trocas de mensagens dos dois é, simplesmente, hilariante e dá aquele toque rápido e fluído à leitura. 
    O que não gostei? Hum...não posso dizer que não tenha gostado de nada, mas por vezes, achei as interacções mais hot um pouco repentinas e um pouco pensadas demais. Mas nada contra. 

    Para finalizar: A autora conseguiu trazer-nos personagens reais. Daquelas que podíamos encontrar em qualquer dia normal do nosso quotidiano. Tanto Charlie, como Nora são pessoas absolutamente normais. Ela uma agente literária focada nos seus clientes e em fazer bem o seu trabalho, tendo em conta que o mundo literário era a sua paixão desde muito pequena. Por conta das horas (a mais) que dedica ao trabalho, nunca conseguiu encontrar aquela pessoa especial que percebesse a dedicação que ela tinha e colocava em tudo o que fazia. Adora a cidade e todos os lugares vibrantes e quando tem de sair de Nova Iorque para descansar (ou tentar) com a irmã, sente-se como um peixinho fora de água. Já Charlie é editor. Não se destaca pelo fisíco absurdamente atraente, não tem os tão aclamados six-pack que são sempre tão destacados em outras histórias. Prima pela sua gentileza e pela sua inteligência. Não é que seja feio, apenas não tem aquela beleza estonteante e que salta à vista que todos os personagens masculinos geralmente têm. É mais uma beleza real e normal. Embora também seja um homem da cidade, teve de regressar às suas origens mais calmas, demonstrando um sentido de família inegável. Os dois fazem um casal adorável e entusiasmante. Adorei conhecer Charlie e Nora. Precisamos de mais personagens assim.

    Recomendo, obviamente!

08/02/2023

Opinião | Viagem Atribulada | Beth O'Leary | TopSeller

Viagem Atribulada da Beth O’Leary
Título Original: The Road Trip
ISBN: 9789895648504
Edição: 11-2021
Editor: Topseller
Páginas: 416
Género: Romance Contemporâneo

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Cinco pessoas à boleia de um passado que precisa de ser revivido.
Addie e Deb estão de malas feitas para uma viagem de carro até à Escócia para assistirem ao casamento de uma amiga. A playlist está a postos e as guloseimas estão preparadas, e até Rodney, um outro convidado da boda a quem vão dar boleia, se encontra devidamente instalado no banco de trás. O longo percurso promete ser uma oportunidade para as duas irmãs passarem umas belas horas de convívio.
Contudo, pouco tempo depois da partida, um outro carro embate na traseira do delas. Tudo não passaria de um pequeno contratempo, se o condutor da outra viatura não fosse Dylan, o ex-namorado de Addie, que ela anda a evitar desde a separação traumática do casal dois anos antes.
Dylan e Marcus, o seu melhor amigo, também vão a caminho do casamento, mas, agora que os dois ficaram com o carro inoperacional, Addie vê-se obrigada a oferecer-lhes boleia. E é assim que, de um momento para o outro, o Mini se enche de bagagem e segredos. Nos quase 650 quilómetros que têm pela frente, Addie e Dylan serão obrigados a confrontar-se com a atribulada história da sua relação e com todas as memórias de um passado com muitos problemas por resolver.

    Este livro, a par com o "Apartamento Partilha-se", foi uma surpresa deveras agradável. Já deu para perceber que a autora tem uma forma leve e divertida de escrever uma história, fazendo com que a leitura não se torne aborrecida e pesada. Gosto imenso de como Beth O'Leary cria personagens interessantes, inteligentes e divertidas. Com alguns problemas de personalidade, mas ainda assim muito apelativas.
    Esta foi, de facto, uma viagem atribulada e conta-nos a história de Addie e Deb, duas jovens mulheres que, numa viagem para o casamento de uma das melhores amigas, dá de caras com o seu ex-namorado Dylan e o seu inseparável mas insuportável melhor amigo, Marcus. Acontece que nessa viagem há um acidente e Dylan bate-lhe em cheio na traseira do seu pequeno carro. Uma vez que também ele vai ao casamento, acabamos por ter os dois no mesmo carro, o dela, e mais três pessoas: Deb, irmã dela, Marcus, melhor amigo dele e um pendura que ninguém sabe bem como foi convidado para o casamento. Cinco pessoas que não se podem ver umas às outras num pequeno Mini tem tudo para dar certo, verdade? Só que não! numa viagem que também foi pautada por visitas ao passado, de quando Dylan e Addie se conheceram e se apaixonaram perdidamente um pelo outro, vamos ter acesso a tudo o que aconteceu desde a altura em que as coisas estavam bem e, de repente, começaram a correr mal até ao ponto da ruptura entre os dois. 
    Tenho de admitir e dizer-vos que gosto imenso de histórias onde temos essas viagens entre o passado e o presente. Dá-nos uma maior perspectiva e conhecimento das personagens. Falando, precisamente das personagens, tenho algumas coisas a dizer. De todas elas, curiosamente a que mais gostei foi da Deb, a irmã meio tresloucada mas que está sempre ali para apoiar e ajudar a irmã. Não tem papas na lingua e adorei a forma como ela batia de frente com Marcus. Quanto à Addie, apesar de ser a personagem principal, achei-a um pouco ambígua. Gostei mais da Addie do presente do que a Addie que nos foi apresentada no passado. Quanto a Dylan, se houve alturas em que tive pena dele, outras houve que o achei um bocado banana demais para o meu gosto (perdoem-me a expressão). Desde que o conhecemos deixa-se influenciar pelo melhor amigo Marcus e, regra gerla, tomava sempre a decisão mais errada possível, nunca pensando pela sua cabeça ou nunca agindo com o seu próprio coração. Era um fraco, é o adjectivo mais adequado. Quanto a Marcus, mais uma vez, curiosamente não o detestei. Pelo contrário, tinha apenas imensa pena dele e de ele ser uma pessoa tão negativa e tão tóxica. É daquele tipo de amigo que devemos manter a distância. Verdade que tinha uma personalidade singular e, em algumas alturas, divertida, mas no geral era alguém que servia apenas para minar toda a felicidade dos que o rodeavam. 
    Uma história que aborda problemas familiares, relações de amizade tóxicas e destrutivas e alguns abusos pelo caminho e a forma como, muitas vezes, a solução é pedirmos ajuda a quem, de facto, nos pode ajudar. Não é erro nenhum recorrermos a quem está de fora para nos voltar a encaminhar na vida e isso foi um facto que admirei no Dylan e no Marcus. Algures no tempo eles decidiram que estava na hora de mudar e durante toda a leitura foi mesmo essa mudança que fez toda a diferença.

    Recomendo!

06/02/2023

Opinião | Antes que o café Arrefeça | Toshikazu Kawaguchi | Presença

 
O que faria se pudesse voltar atrás no tempo?
Um romance tocante e inspirador.

Um rumor circula por Tóquio. Escondido num pequeno beco da cidade, dentro de uma cave, há um café com mais de cem anos. Com uma chávena bem quente, se nos sentarmos no lugar certo, oferecem-nos algo mais: a hipótese de voltar ao passado. Em Antes Que o Café Arrefeça, acompanhamos as viagens de quatro mulheres que procuram regressar a momentos determinantes das suas vidas para os mudar: falar com o namorado que partiu, ler a carta do marido com Alzheimer, ver a irmã pela última vez e conhecer a filha que nunca viu. Mas as viagens no tempo têm condições e riscos… e nada do que façam vai alterar o presente.

Uma mesa, um café e uma decisão.
Uma história sobre o amor, o tempo perdido e as oportunidades que o futuro nos reserva.

Há uns tempos atrás, estava eu nas compras e, na secção de livros, este livro, muito por causa do seu título, chamou-me a atenção. No entanto, não o comprei. Tempos mais tarde, vi-o novamente numa campanha e, estupidamente, voltei a não comprar. Porquê? Não sei. Apesar de ter achado a sinopse muito interessante e um pouco fora do que habitualmente leio, nunca senti aquela compulsão para o comprar. Até ao dia em que quis comprar e estava esgotado em todo o lado, inclusive online.
A oportunidade de ler este livro deu-se quando decidimos, eu e mais duas amigas do mundo literário, criar um Challenge Book Club, onde tanto temos as leituras referentes ao tema daquele mês, e estas são livres e, uma outra vertente que é a Leitura Conjunta e, esta, consiste em ler o mesmo livro, mais ou menos ao mesmo ritmo, durante aquele mês. O livro escolhido para a primeira leitura conjunta do nosso clube de leitura foi este, felizmente, caso contrário, provavelmente não o teria lido tão cedo.

Este livro é composto por quatro partes, todas elas distintas, mas todas elas ligadas umas às outras. A única dificuldade constante ao longo deste livro é tão só o inicio de cada parte, muito devido à dinâmica dos nomes em japonês que nos confundem um pouco em distinguirmos quem é quem, sendo que praticamente todas as personagens aparecem em todas as partes. Pelo menos para mim, apenas os inícios de cada parte é que me deixavam sempre pouco à vontade na leitura, quase como se não conseguisse avançar normalmente, de resto, a leitura fluía de uma forma leve e lógica. 
Dizer que este livro apanhou-me completamente de surpresa é dizer pouco. Como disse antes, sabia que ia ser interessante, mas, para além disso também foi um mensageiro. Cada parte do livro enviou-me uma mensagem ou uma lição de vida. Não me admira nada que tenha passado tão despercebido mas que tenha surpreendido tantos leitores. É de uma sensibilidade de escrita e de emoções admirável. Lição que tenha tirado da leitura deste livro acho que terá sido a mesma que quase todos nós que lemos tiraram. Aproveitar o presente para dizermos tudo o que queremos dizer às pessoas que estão à nossa volta e que mais tarde poderão não estar. Não deixar nada por dizer, nada por fazer e desculpa nenhuma por pedir. Ser feliz e agir de modo que os outros também possam ser felizes e compreendidos por nós e nós por eles. Não viver com arrependimentos e com aquela sensação de : "e se eu tivesse dito.. e se eu tivesse feito..." De todas as histórias, de quatro mulheres magníficas e fortes que nos são apresentadas, a que mais gostei foi e a que mais me tocou foi, sem qualquer sombra de dúvida, a última... A história de uma jovem mãe que não queria mais nada a não ser colocar a sua filha no mundo, sendo saudável e forte, mas, a certa altura ter de optar por ser uma mãe ausente ou não ser mãe, de todo, sacrificando assim a vida da sua filha pela dela. Sendo mãe, nem consigo imaginar a dor e ao mesmo tempo a alegria daquela mãe ao ver a filha que, a tanto custo, queria colocar no mundo, fosse como fosse. Foi enternecedor e, ao mesmo tempo, triste até dizer chega, a forma como aquela mãe nunca colocou o seu amor em causa.
Em relação às outras três histórias, são também muito boas e, a seu modo, também muito tristes e ao mesmo tempo reveladoras do quanto a humanidade ainda pode evoluir emocionalmente.

Este é um livro que eu recomendarei sempre que puder!!

19/01/2023

Opinião | A Prometida | Kiera Cass | Editora Marcador

Quando o rei Jameson declara o seu amor a Lady Hollis Brite, esta fica surpreendida… e encantada. Afinal, cresceu no castelo de Keresken, a disputar a atenção do rei ao lado de outras filhas da nobreza. Conquistar o seu coração é um sonho tornado realidade.

Mas Hollis rapidamente percebe que estar apaixonada por um rei e ser coroada rainha pode não ser o final feliz com que sempre sonhou. E quando conhece um plebeu com o poder misterioso de ler o seu coração, descobre que o futuro que realmente quer para si é aquele que nunca imaginou. O mais recente livro de Kiera Cass, A Prometida, é um romance real, brilhante, que irá com certeza cativar a legião de leitoras que apreciam as intrigas na corte.

GoodReads
    Este é o primeiro livro de mais uma série de reis e rainhas e de muitas aventuras e desventuras. Como sempre, a capa é absolutamente maravilhosa. Como Kiera Cass consegue sempre capas destas para os seus livros é, para mim, um mistério. São sempre capas que nos conseguem transportar para um mundo mágico de reis e rainhas em que tudo era beleza e brilho.

    Neste livro é-nos apresentada a Lady Hollis. Uma candidata a conseguir o coração do rei juntamente com um outro grupo de jovens devidamente seleccionadas de entre as melhores famílias da corte (um pouco como acontece na série A Selecção). Sendo que Hollis sempre quis ser rainha e dona do coração do jovem rei, não é com muita surpresa que a vemos no auge da felicidade quando, um certo dia, o rei mostra a todos os súbditos que a sua escolha tinha sido feita. No entanto, o destino não quis que assim fosse. Quando a corte aceita ajudar e dar guarida a uma família do reino vizinho, Hollis apaixona-se pelo jovem filho dessa família. Com apenas algumas trocas de olhares entre os dois, Hollis começa a colocar em causa o que realmente o seu coração quer. Será que quer mesmo aguentar o peso da coroa de rainha? Será que quer passar o resto da vida a tentar ser como as rainhas anteriores que deixaram de ter vida para servirem apenas ao rei e aos seus desejos e vontades? 
    Entre muitas decisões importantes e que vão mudar, irremediavelmente, a vida de todos os envolvidos, Hollis decide seguir o novo rumo que o seu coração lhe aponta. Não vai ser uma jornada fácil ou mesmo bonita, como seria de esperar, mas que vai ser muito bom de acompanhar, isso eu tenho a certeza que será.
    
    Tenho alguns sentimentos contraditórios em relação a este livro. Apesar de não ser um livro grande, levei imenso tempo a terminar a leitura. O início é um pouco lento, tenho de admitir e algo fútil, na verdade. Isso porque é-nos apresentada uma Hollis muito oca e apenas com o pensamento de ser rainha. Não era, de todo, uma jovem que se destacasse pela diferença e isso deixou-me um pouco decepcionada. No entanto, no decorrer da leitura fomos vendo uma nova Hollis desabrochar e essa sim, conseguiu conquistar a minha simpatia e admiração. Uma jovem mulher de princípios e que segue o seu coração e a sua mente sem olhar a meios. Alguém que correu os riscos que tinha de correr, em nome do amor que nasceu no seu coração e que, contra tudo e contra todos, vai lutar por ele e por tudo o que isso envolve, aconteça o que acontecer. 
    Tenho de dizer que o final deste livro deixou-me muito curiosa para ler o capítulo seguinte. Quero muito ver como Hollis vai amadurecer e vingar-se daqueles que, sem qualquer pingo de piedade, lhe roubaram o futuro que ela tanto ansiava.

        Recomendo, claro!

18/01/2023

Opinião | A Banana Dele | Penelope Bloom | Quinta Essência Editora


O meu novo chefe adora impor regras. E há uma que ninguém se atreve a quebrar: nunca tocar na banana dele. A sério. O tipo é viciado em bananas. E eu, claro, fui logo tocar na dele. Pior, pu-la na boca. Mastiguei... e até engoli. E foi nesse momento que ele apareceu. E, acreditem em mim, foi mau. Muito mau! Mas deixem-me começar pelo início... Antes de tocar na banana de um bilionário, eu tinha acabado de conseguir o meu primeiro trabalho a sério como jornalista. Nada das tretas do costume. Nada de entrevistas a lixeiros sobre as suas rotas preferidas, ou artigos sobre a importância de apanhar caca de cão nos jardins. Já dei para esse peditório. Esta era a minha grande oportunidade. Podia provar ao mundo que não era uma trapalhona. A missão: infiltrar-me na Galleon Enterprises para investigar as suspeitas de corrupção. Já estão a ouvir a banda sonora do James Bond a tocar, não estão? Eu ia ser um sucesso. Só tinha de conseguir o lugar de estagiária e não dar cabo da entrevista com Bruce Chamberson. Agora avancem até ao momento imediatamente antes da entrevista. Sim, eu sou aquela ali de banana na mão. Uma banana com o nome dele escrito a marcador preto. É aí que ele entra e me apanha em flagrante de fruta na mão. Pouco depois, contrata-me. Pois, eu sei. Também a mim me pareceu estranho...


    Este livro foi tão bom e tão divertido de ler! É mesmo motivo para dizer que escolhi a altura certa para o ler. Estava sempre muito reticente por causa do título. Tenho de ser sincera e admitir que parecia-me algo "tonto" e que a história não seria nada por aí além. No, entanto, também pensava "Ora que este título tem muito por onde pegar", pois é um título susceptível de imensos trocadilhos, a maioria deles para maiores de 18 anos. Gosto tanto quando pego num livro sem expectativa nenhuma e depois acabo por gostar tanto. Não é que seja uma historia memorável e intensa, mas é uma daquelas histórias que nos aquecem o coração e não nos faz pensar muito. É daqueles livros que deve ser lido logo após lermos aqueles livros mais complexos e pesados. 
    As personagens, tanto ela como ele (o dono da banana), são hilariantes. Se ele é daqueles homens que têm de ter controlo absoluto sobre todos os aspectos da sua vida, ela, por sua vez, é das pessoas mais espontâneas e desastradas que já tive o prazer de conhecer *ler*. Adoro a forma como a autora não criou uma personagem feminina pretenciosa e com a mania que sabe ou que é mais que os outros. É desastrada até dizer chega e é exatamente o contrário do seu novo chefe. A picardia entre os dois é daquelas que nos fazem rir a bom rir e só de imaginar certas situações entre os dois já nos deixa um sorriso no rosto.
    Foi muito bom acompanhar o progresso e o crescimento tanto dele como dela a nível individual e aos dois como um casal. Acho que será sempre um casal que, por um motivo ou outro, vão andar sempre picados um com o outro e isso dá uma certa cor e emoção a uma relação. 
    
    Vamos ver se os livros restantes da série Objects of Attraction serão todos assim tão divertidos e leves. Em Portugal, apenas os dois primeiros livros da série é que foram publicados. Espero que a Quinta Essência (grupo Leya) possa e/ou opte por publicar os restantes.

13/01/2023

Opinião | Quando Leres Isto | Mary Adkins | Bertrand Editora

Durante quatro anos, Iris Massey trabalhou lado a lado com Smith Simonyi, especialista em relações-públicas, ajudando-o a gerir a carteira de clientes e a aperfeiçoar as suas marcas. Mas Iris morreu, vítima de cancro, com apenas trinta e três anos. À deriva sem a sua amiga e colega, Smith fica surpreendido quando descobre que Iris, nos últimos seis meses de vida, criou um blogue com reflexões perspicazes e, normalmente bem-humoradas, acompanhadas por um pedido final: Smith devia publicar em livro os seus posts. Com a ajuda de Carl, o seu novo e encantador estagiário, Smith encarrega-se de cumprir o último desejo de Iris. Para o poder fazer, tem de obter autorização de Jade, a irmã mais velha de Iris. Mas é aqui que a intriga se adensa

    Já tinha este livro na estante para ser lido há algum tempo. Não sei a razão, mas, apesar de o ter comprado, muito pelo que achei da sinopse, nunca estive muito tentada a lê-lo de imediato. No entanto, houve um dia que olhei para ele e pensei "é agora" ... Tenho de dizer que gostei bastante deste livro. Não sendo um livro muito falado, achei interessante a forma como ele é escrito e as mensagens que nos transmite, subtilmente. 
    Esta história fala-nos de Iris, diagnosticada com um cancro terminal apenas com trinta e três anos. Iris era um espírito livre e, como tal, toda a gente gostava dela. Para além de ser alguém com uma personalidade especial, era uma excelente profissional. Tinha um relacionamente extremamente próxima de Smith, o seu superior e amigo. Apesar de ter sido diagnosticada com um cancro terminal e de lhe ter sido dado apenas mais meio ano de vida, ela guarda segredo e não conta a ninguém o que se passa, excepto num blogue de memórias e reflexões que criou para desabafar e lidar com a sua realidade. 
    Quando Smith, depois da morte de Iris, descobre esse blogue e o pedido dela para transformar todas aquelas memórias e reflexões num livro, ele vê-se envolvido numa história muito maior do que pensava. Terá de juntar todas as informações, todas as publicações e todos os comentários dos vários seguidores de Iris e, acima de tudo, tem de obter a autorização da irmã mais velha de Iris que, ao contrário do que se possa pensar, não queria, de todo, que o livro fosse publicado porque entendia que era uma intrusão à vida pessoal de Iris, muito embora ela soubesse que tinha sido a própria a pedir a publicação de todos os seus pensamentos e opiniões.
    Junto com Carl, o seu novo assistente, Smith vai tentar realizar o último pedido da sua melhor amiga nem que isso queira dizer que terá de ir contra a vontade da irmã.
    O que me levou a querer ler este livro? O facto de estar recheado de emails e correspondência trocada entre as várias personagens. Gosto imenso de livros com trocas de bilhetes, emails, cartas, etc... Através dos vários emails, e mesmo dos posts da própria Iris, temos acesso às vidas de cada uma das personagens e, consequentemente, a tudo aquilo que sentem e pensam umas sobre as outras. Foi muito satisfatório ir acompanhando o desenvolver desta história e perceber o porquê de Iris não ter dito a praticamente ninguém, a não ser à irmã e à mãe, que estava a morrer, sendo que ela tinha um relacionamento especial com Smith.
    Não vou mentir e dizer que é o livro perfeito, não. Tem algumas partes mais paradas e mais chatas, mas vale pelo seu todo e pela mensagem que transmite a cada um que o leia. Gosto da escrita e da fluidez de pensamento da autora e isso ajuda imenso na leitura. Capítulo pequenos e personagens interessantes também são muito importantes para termos prazer em ler este livro.

Recomendo!

12/01/2023

Review | Shattered Memories | Vera Hollins | Advanced Read Copy

 
*Kindle Edition

Carter Reese hated me from the moment Mom and I moved into his dad's house. Grief-stricken over the loss of his mother, he never accepted my mom as his dad's new girlfriend. He claimed we were intruders and never missed a chance to insult us. I wanted nothing to do with him.
Neither of us counted on falling for each other.

For a year and a half, he was the guy of my dreams. He was my lover, my best friend, my twinkling star. Everything was perfect.
Until it wasn't.
Memories work in funny ways, depending on the circumstances. One moment, they can be a source of great joy, and the next . . . they're just a painful reminder of happiness lost. Because when Carter was injured in an accident, he woke up missing all of his memories of the last two years, forgetting he ever loved me. Now he refuses to believe we’re no longer enemies. He refuses to let me be close to him. Now those missing memories only cause me pain.
Despite that, I refuse to give up on our love and our memories. I’ve decided to fight for him. No matter how hard he tries to push me away, I'm going to show him we're meant to be.
But I don’t count on the scars his continuous insults create. And when our family dynamic shifts, I'm worried that not only have I irrevocably lost him, but there also might be serious consequences of his hate.
Warning: This series includes sensitive themes and situations that may be triggering for some readers, so caution is advised. Please note that Shattered Memories is part one of a duet within the Hurtful Love series and ends in a cliffhanger. Book two ends in an HEA.

    First of all, I have to thank the author, Vera Hollins, for sending me an advance reading copy of her first book in the Hurtful Love series and for her constant friendliness and availability whenever I emailed her. Thank you :-)

    This book took me by surprise, I have to be honest. I know that the author has, by habit, writing books with stories of suffering and enormous traumas, causing the reader serious episodes of anxiety and suffering (I'm just kidding :p)... However, in addition to the story between the main couple, we have the present story that causes us even more frenzy as we are having access to what happened and what, due to a sudden decision, is happening again in the present.
    Zoe and Carter are the main characters in this first book. Both are seventeen years old and have a very troubled recent past, full of resentment and hurt towards each other. However, we will find them together and in love as if that past never happened. It turns out that on one moment they were fine, and in the next one, things have completely changed. One moment they are happy and in love and the next, by the quirk of fate, they are again against each other, exactly, or even worse, than they were before they gave in to the love that united them.
    Without any memory of what happened in the last two years, Carter finds himself, once again, involved in a bubble of hatred and resentment towards his father and towards Zoe and her mother, now his father's girlfriend and, consequently, his stepmother. When Carter's father decided to move on after his wife's death two years ago, Carter fell into a spiral of grief and rage clashing head-on with everyone who lived in his home. Against Zoe he invested even more hatred because he knew that, in addition to the anger he had for her, he also felt something else. After an accident, Carter loses his memory and with it were the moments and the love he felt for Zoe. Of course, knowing everything that happened, she will fight with all her strength for him to remember everything or, at least, to conquer him again. If he got it once, why wouldn't he get it a second time?
    I don't want to dwell on my opinion, even more, but I'm just telling you that her struggle and suffering, and also his, will be so intense that we even feel in our hearts that tightness that we've all felt at some point in time...
    The good thing about Vera Hollins' writing? It's light and fluid. It always makes us want to read more and the endings it gives us always leave us wanting more. It's these suspended endings that always leave us full of curiosity and wondering what will happen in the next book. This type of writing is addictive.

    I really want to read the next volume and see what happens to Zoe and Carter at the end of it all... Will love or hate win?

Primeiro que tudo, tenho de agradecer à autora, Vera Hollins, por me ter enviado uma cópia de leitura adiantada deste seu primeiro livro da série Hurtful Love e pela sua sempre constante simpatia e disponibilidade sempre que lhe enviava um email.

Este livro apanhou-me de surpresa, tenho de ser sincera. Sei que a autora tem, por hábito, escrever livros com histórias sofridas e traumas enormes, causando ao leitor graves episódios de ansiedade e sofrimento (estou só a brincar)... No entanto, para além da história passada entre o casal principal, temos a história presente que nos causa ainda mais frenesim pois vamos tendo acesso ao que se passou e ao que , devido a uma decisão repentina, está a voltar a acontecer no presente.

Zoe e Carter são as personagens principais deste primeiro livro. Ambos têm dezassete anos e um passado recente muito atribulado e cheio de ressentimentos e mágoas um para com o outro. No entanto, vamos encontrá-los juntos e apaixonados como se aquele passado nunca tivesse acontecido. Acontece que num momento eles estavam bem, e no outro, as coisas mudaram completamente. Num momento eles estão felizes e apaixonados e no outro, por capricho do destino, eles estavam, de novo, um contra o outro, exatamente, ou ainda pior, do que estavam antes de cederem ao amor que os unia. 

Sem qualquer lembrança do que acontecera nos últimos dois anos, Carter vê-se, de novo, envolvido numa bolha de ódio e ressentimento para com o pai e para com Zoe e a mãe dela, agora namorada do pai e, consequentemente, sua madrasta. Quando o pai de Carter resolveu seguir em frente depois da morte da sua esposa, dois anos atrás, Carter caiu numa espiral de sofrimento e raiva embatendo de frente com todos os que viviam na sua casa. Contra Zoe ele ainda investia com mais ódio porque sabia que, para além da raiva que tinha por ela, também sentia algo mais. Depois de um acidente, Carter perde a memória e com ela foram os momentos e o amor que sentia por Zoe. Claro que ela, sabendo de tudo o que acontecera, vai lutar com todas as suas forças para ele se lembrar de tudo ou, pelo menos, voltar a conquistá-lo. Se tinha conseguido uma vez, porque não conseguiria a segunda? 

Não me quero alongar na minha opinião, ainda mais, mas só vos digo que a luta e o sofrimento dela e, também dele, vão ser tão intensos que chegamos a sentir no coração aquele aperto que já todos sentimos algures no tempo...
O bom da escrita de Vera Hollins? É leve e fluída. Faz-nos querer ler sempre mais e os finais que ela nos proporciona deixa-nos sempre com vontade de mais. São estes finais suspensos que nos deixam sempre cheios de curiosidade e a pensar no que será que vai acontecer no livro seguinte. É viciante esse tipo de escrita.

Quero muito ler o volume seguinte e ver o que acontece com Zoe e Carter, no final de tudo... Será que vence o amor ou o ódio?