Como pode uma criança desaparecer sem deixar rasto?
A noite passada, Daisy Mason de oito anos, desapareceu enquanto decorria uma festa de família. Ninguém viu, ouviu ou percebeu o que quer que fosse, ou pelo menos, é o que todos dizem.
O Inspector Adam Fowley está a tentar manter o espírito aberto, mas ele sabe que nove em dez vezes, o responsável é alguém que a vítima conhece muito bem.
Alguém está a mentir. E o tempo está a esgotar-se.
(Pode Conter Spoilers...)
Devo dizer, antes de mais, que a cada livro deste género (thriller/policial) leio, mais envolvida fico neste tipo de leitura. A vontade de saber o que aconteceu e como aconteceu. Quem foi o culpado e porque razão fez o que fez. Muito bom!
Logo que vi a capa, sim, porque os olhos também "comem", sabia que este livro prometia. Assim sendo, as expectativas eram elevadíssimas. Foi neste espírito que devorei as páginas deste thriller e vi-me completamente envolvida neste mistério e ansiosa para que tudo se resolvesse.
A escrita de Cara Hunter é propícia a uma leitura rápida e desenvolta, o que, neste tipo de livros, ajuda imenso, pelo menos a mim. Não deixa pormenores soltos e tudo bate certo.
Descobrir quem levou a pequena Daisy não vai ser tarefa fácil, até porque todos parecem suspeitos e todos parecem ter motivos para o fazer.
Ao longo do livro, vários temas que fazem parte da nossa sociedade são abordados: Adultério, abandono e pornografia infantil, redes sociais e como se pode condenar e julgar sem sequer se estar a par de todos os factos.
Muitos crimes, uns pequenos outros maiores, são desvendados à maneira que vamos avançando na leitura. O pai, apesar de ter bom aspecto e mostrar adorar a filha, tem vários segredos que vêm ao de cima e que, vão levar a que seja ele o principal suspeito, embora nunca tenha ficado muito convencida disso.
Desde o pai, passando pela mãe egocêntrica e por Leo, o irmão mais velho que não era, propriamente, a criança mais feliz do mundo, até a personagens que não eram conhecidas até à data, são várias os que podem ter raptado Daisy. O que é certo é que, cada dia que passa, mais provável se torna de que a menina está morta e, a partir de uma certa altura, o objectivo passa por encontrar o corpo dela.
Este foi um dos livros que mais me surpreendeu, principalmente no desfecho. Uma história cheia de altos e baixos em que sempre que Adam, o investigador encarregue do caso, encontrava algo que lhes permitia avançar, aparecia sempre outra mais reveladora e que os levava noutra direcção. Era como se dessem um passo em frente e dois atrás, logo de seguida, o que faz com que a leitura deste livro seja algo frenética e nada maçadora.
Recomendo vivamente a quem gosta do género e até a quem não gosta.