30/04/2024

Opinião | Oceânia | Lucy Angel | Edições Saída de Emergência

Uma viagem de sobrevivência, conduzida pela obsessão e vingança…

Quando adormeceu no quarto luxuoso do seu palácio, Catherine era a bela princesa de Oceânia. Quando acorda acorrentada no porão de um navio, não passa de uma prisioneira. Ao perceber que fora Darin quem a raptara, o mais temível pirata dos mares, a esperança de ser salva diminui. Mas quando descobre que a intenção dele é sacrificá-la à Grande Serpente, percebe que o seu destino é a morte certa.

O Capitão Darin, impiedoso e enigmático, é guiado por uma obsessão de vingança que não conhece limites. E só obtendo a Safira Sagrada, à guarda da Grande Serpente, é que essa vingança poderá ser consumada. Ele não vai deixar que nada o desvie do seu objetivo: seja a beleza de Catherine, as suas respostas desafiantes sempre na ponta da língua ou a coragem e generosidade que demonstra quando menos se espera.

Se a morte é certa, Catherine irá fazer da vida de Darin um inferno. E procurará sobreviver, nem que para isso tenha de tentar matar uma serpente imortal com as próprias mãos. Mas o oceano esconde muitos segredos, e quando velhas lendas se revelam reais, a morte de Catherine poderá ser insignificante perante toda a destruição iminente.


Levei algum tempo a publicar aqui a minha opinião a este livro, mas não foi inocente. Quando acabei de o ler, estava tão envolvida na história e com as suas personagens, que tentei, em vão, elaborar uma opinião de imediato, mas não consegui.
Este livro da Lucy tem de tudo, apesar de ser um livro tão pequeno e que se lê tão rápido. Li-o numa tarde! Já não acontecia há algum tempo, mas não conseguia parar. O facto de ter monstros marinhos, serpentes gigantes e personagens tão intensas acabou por me arrastar junto para as profundezas desta história.
Agora, é um livro perfeito? Não... mas não estamos à procura do livro perfeito. Procuramos por um livro que nos faça sonhar, que nos faça viajar, que nos tire da realidade que a vida insiste em atirar-nos à cara, dia sim dia sim, e este livro faz isso na perfeição.
Neste livro temos a história de Catherine. Uma princesa de um dos sete reinos, Oceânia, e Darin, um pirata com fama de ser cruel e implacável, que a rapta e a faz ser prisioneira no seu barco apenas com um objectivo em mente: Resgatar a Safira Dourada que está sob a protecção da terrível Serpente Marinha que dominava os mares nas suas profundezas. É na busca dessa Safira Dourada que vamos ter a oportunidade de conhecer todas as personagens e tudo o que elas trazem de diferente e de valioso a esta história. Durante quase toda a leitura temos noção de que, de facto, o oceano esconde muitos e negros segredos, mas só pertinho do final é que temos a real noção do impacto desses segredos.
Um livro pequeno, mas que tem tudo. Romance, fantasia, emoção, algum humor sarcástico bem presente entre Catherine e Darin nas suas muitas picardias e uma personagem feminina que, ao contrário de muitas histórias, não precisa de ser salva por ninguém, muito menos por um homem.
Ficaram algumas coisas por abordar, mas que em nada prejudica este livro. Estou muito, muito ansiosa pelo segundo livro e ver o rumo que Catherine vai dar à sua vida, agora que sabe a extensão de todo o seu poder.

Queria ficar aqui a falar deste livro, mas aí, para vocês, não ia ser a mesma coisa e eu não quero isso! Leiam e depois falamos! 😊

Recomendo muito!!

17/04/2024

Opinião | Brilho Tóxico | Inês Rodrigues de Melo | Saída de Emergência

Há bens que vêm por mal.
Aos sete anos, Iris viu os pais serem mortos, nunca se conformando com a explicação da polícia de que se tratara de um assalto que correra mal. Aos vinte e um anos, leva uma vida perfeitamente normal, até que um simples passeio muda tudo. Iris vê-se subitamente envolta por um mundo louco que jurava não existir: o das deidades, geniis, vampiros, elfos e bruxas. E tudo isso vem acompanhado de segredos e mentiras que a fazem questionar a própria identidade.
Mas o pior está para vir. Algo ameaça esse mundo secreto de seres fantásticos e a jovem é a peça-chave nesse plano de destruição. Mesmo que não se queira envolver numa guerra que não compreende, é tarde de mais para recuar, pois as ameaças já chegam ao mundo real, colocando em perigo a família que a acolheu desde que ficou órfã. Será possível travar o mal que a cerca? Ou tudo terminará apenas com o derradeiro sacrifício… o seu?

Sou um pouco suspeita por falar sobre este livro e dizer o quão bom ele é, sendo que fui uma das beta readers e, gosto de pensar que dei algum contributo a concretizar o sonho da Inês, a qual vim a descobrir, é minha conterrânea.

Este livro traz-nos a história de Íris e a sua existência na Terra como um Ser fantástico, com poderes fantásticos.
É uma história que nos prende do princípio ao fim, deixando-nos com um final a pedir por muito, muito mais.
A autora, traz-nos um conjunto de personagens muito bem criadas. Cheias de personalidade, cada uma delas. Umas com mais mau feitio, outras com menos e mais amigáveis, mas todas elas traz o seu contributo ao evoluir da Íris na sua caminhada como Genii, como Ser pertencente a uma realidade completamente diferente daquela que ela levava até ali. Desde pequena que sentia que por detrás do desaparecimento dos pais, havia muito mais o que contar, mas com os anos, foi acabando por deixar cair no esquecimento. Até que, sem nada fazer crer, o dia em que tudo ia mudar chegou e destruiu tudo aquilo em que ela acreditava.
Agora fazia parte de um Ninho, uma Comunidade diferente daquilo que conhecemos como uma sociedade normal, embora todos os seus membros pudessem passar completamente despercebidos, como seres humanos iguais a tantos outros.
Com a ajuda de todos os membros da sua nova comunidade, Íris vai começar a conhecer e a tentar dominar o seu poder, a conhecer a sua verdadeira origem e, de uma maneira algo fortuíta, a sua metade. Embora não seja uma relação fácil, longe disso, Íris e Matthew vão tornar-se parte um do outro, mas nada disso será um caminho suave.
Adorei todo o universo que a autora conseguiu criar, com várias criaturas sobrenaturais, com seres humanos donos de corações enormes e um romance intenso e atribulado no meio disto tudo.
A capa é absolutamente maravilhosa e, a meu ver, apenas uma coisa faltou para esta edição ficar ainda melhor: Um mapa nas páginas principais. Vocês têm de concordar comigo. Espero que no segundo volume isso seja algo a ponderar.

Aguardo ansiosa pelo segundo volume e recomendo muito a todos lerem este livro.



12/04/2024

Opinião | A Criada | Freida McFadden | Alma dos Livros

 Por trás de cada porta, ela consegue ver tudo.

«Bem-vinda à família», diz Nina Winchester enquanto me cumprimenta com a sua mão elegante e bem cuidada. Sorrio educadamente e olho para o longo corredor de mármore.

Este emprego caiu-me do céu. Talvez seja a minha última oportunidade para mudar de vida. E o melhor de tudo é que aqui ninguém sabe nada acerca do meu passado. Posso esconder-me e fingir ser aquilo que eu quiser. Infelizmente, não tardo a descobrir que os segredos dos Winchester são muito mais perigosos do que os meus…

Todos os dias limpo a bela casa dos Winchester de cima a baixo, vou buscar a filha deles à escola e cozinho uma deliciosa refeição para toda a família antes de subir e comer sozinha no meu quarto minúsculo no sótão.

Tento ignorar a forma como Nina gera o caos só para me ver limpar. Como conta histórias inverosímeis sobre a filha. E como o seu marido, Andrew, parece cada dia mais destroçado. Quando o vejo, e àqueles belos olhos castanhos tão tristes, é difícil não me imaginar no lugar de Nina. Com o marido perfeito, a roupa chique, o carro de luxo. Um dia, experimentei um dos seus vestidos só para ver como me ficava. Mas ela percebeu... e foi aí que descobri porque é que a porta do meu quarto só trancava pelo lado de fora...

Se sair desta casa, será algemada.
Devia ter fugido enquanto podia. Agora, a minha oportunidade desapareceu. Agora que os polícias estão na casa e descobriram o que está no andar de cima, não há volta atrás.
Estão a cerca de cinco segundos de me ler os direitos. Não sei muito bem porque não o fizeram ainda. Talvez esperem induzir-me a dizer-lhes algo que não devia.
Boa sorte com isso.

O polícia com o cabelo preto raiado de grisalho está sentado ao meu lado no sofá. Muda a posição do seu corpo entroncado sobre o cabedal italiano cor de caramelo queimado. Pergunto-me que tipo de sofá terá em casa. Não um, certamente, com um preço de cinco dígitos como este. Provavelmente de uma cor foleira como laranja, coberto de pelo de animais de estimação e com mais do que um rasgão nas costuras. Pergunto-me se estará a pensar no seu sofá em casa e a desejar ter um como este. Ou, mais provavelmente, está a pensar no cadáver lá em cima no sótão.

Este foi daqueles livros que, quando saiu, eu pensei logo "Meh... acho que não é para mim", no entanto, ao ir vendo tantas e tão boas reviews, acabei por ceder e comprei. Não li assim que comprei. Ainda esperei que a hype passasse um bocadinho para não ser totalmente influenciada, uma vez que já o tinha sido na questão de o comprar.
Contudo, aproveitando o mês de Março para leitura conjunta no clube de leitura do Sinfonia Leitura puxa Leitura, peguei nele e foi até acabar. Juntando as horas, foram mais ou menos 6 horas ao todo para "despachar" este menino.
A escrita é leve e viciante. Os capítulos são pequenos e rápidos fazendo com que queiramos sempre ler o próximo.
Somos logo atraídos pela forma como começa e, ao longo da leitura vamos sempre tentando descobrir o que aconteceu naquele primeiro andar, quem morreu, quem matou e porquê. É um livro dividido em várias partes e, em cada uma delas, sentia um ódio novo por uma das personagens. Até que, finalmente, cheguei àquele ponto em que vi logo quem era mesmo o mau da história toda.
Embora tenha descoberto o culpado de tudo a meio da narrativa, o final acabou comigo. Nada fazia prever que a autora rematasse a história daquela forma e muito menos com aquela personagem tão sem importância (na nossa perspectiva). Qualquer uma das personagens acaba por nos atrair completamente pela sua forma de pensar e de agir. São todas tão retorcidas e oportunistas que me deixaram de boca aberta. Nenhuma delas dá um pontinho que não tenha um nó à medida. É tudo pensado e feito ao pormenor. É de génio, pelo menos para mim.
Freida McFadden acabou por se tornar uma das minhas autoras preferidas do género, pela forma como torna um género literário mais "sério" e pesado, numa leitura viciante, leve e em que queremos sempre mais.
Não sou uma expert em livros deste género, mas este é o tipo de história que eu gosto e que nunca me arrependo de comprar e ler.

Se ainda não leram, não deixem de o fazer.

10/04/2024

Opinião | Quarta Asa | Rebecca Yarros | Planeta Editora

Entra no mundo brutal, mágico e envolvente de uma escola de elite para cavaleiros de dragões.

Violet Sorrengail, de vinte anos, deveria ter entrado no Quadrante dos Copistas, e viver uma vida tranquila entre livros e história. Contudo, a general comandante, que também é a sua mãe, ordenou-lhe que se juntasse às centenas de candidatos que se esforçam por se tornarem elite de Navarre: os cavaleiros de dragões. Mas quando és mais pequena do que todos os outros e o teu corpo é frágil, a morte está apenas a um batimento cardíaco de distância… porque os dragões não se ligam a humanos frágeis. Eles reduzem-nos a cinzas.
Num cenário com mais cadetes do que dragões, muitos matariam Violet para aumentar as suas hipóteses de sucesso. Outros matariam apenas por ela ser filha de quem é - tal como Xaden Riorson, o líder mais poderoso e implacável do Quadrante dos Cavaleiros.
Para sobreviver, Violet vai precisar de usar toda a sua inteligência. No entanto, a cada dia que passa, a guerra lá fora torna-se mais mortífera, as proteções do reino estão a falhar e o número de mortos continua a aumentar. E Violet começa a suspeitar que a liderança está a esconder um segredo terrível. Amigos, inimigos, amantes. Todos na Escola de Guerra Basgiath têm um objetivo - porque, quando se entra, só há duas maneiras de sair: concluir as provas ou morrer.



"𝐔𝐦 𝐝𝐫𝐚𝐠ã𝐨 𝐬𝐞𝐦 𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐜𝐚𝐯𝐚𝐥𝐞𝐢𝐫𝐨 é 𝐮𝐦𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐠é𝐝𝐢𝐚.
𝐔𝐦 𝐜𝐚𝐯𝐚𝐥𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐬𝐞𝐦 𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐝𝐫𝐚𝐠ã𝐨 é 𝐮𝐦 𝐜𝐚𝐝á𝐯𝐞𝐫."

Dizer que gostei deste livro é ser muito, muito limitada. Já li muitos livros deste género e este conseguiu um lugar de topo na lista. Pensava que seria apenas mais um, mas está longe disso. Entrou para a lista dos meus preferidos, não só deste ano, mas desde que comecei esta minha jornada pelo mundo dos livros.
Tem de tudo. Acção, emoção, romance, humor e personagens que nos entram na mente e depois não saem de lá.
No entanto, tenho de ser sincera e admitir que os elementos que roubaram o meu coração, sem qualquer dúvida, foram os dragões! Qualquer um deles roubou um pedacinho mas, Tairn e a "pequena" Andarna ficaram tatuados nos meus pensamentos e no meu coração. Não sabia que precisava tanto destes dragões na minha vida!
Violet e Xanden, aquela relação de inimigos que nem sequer podem com o simples pensamento um do outro e que depois, finalmente, admitiram o que estava óbvio para toda a gente.
Todo este livro é um rol de personagens que, ou amamos ou detestamos profundamente. Adorei o grupo de amigos (até agora) fiéis e divertidos de Violet, a forma como cada um deles foi crescendo na história e como foram essenciais no crescimento pessoal de Violet. Detesto a mãe dela, e, contra muita gente vou, quando digo que não simpatizei muito com o Dain, apesar de saber que ele só quer o bem de Violet. Mas, a meu ver, não vale tudo para isso.
De resto, só consigo pensar nos dragões. I'm a sucker for dragons, tenho de admitir! Não é segredo para ninguém! Adoro as falas deles, a forma como interagem com os seus cavaleiros escolhidos e a relação de fidelidade e de, até mesmo, amor que existe entre um dragão e o seu cavaleiro que se torna muito mais do que isso. A forma como Tairn protege a Violet e o carinho que Andarna tem por ela, deixam-me de coração cheio um sorriso no rosto. Adoro quando Tairn dá raspanetes à Violet. É sempre tão engraçado imaginar a cena.

Quero ficar aqui e escrever mais e mais sobre este livro, mas não posso!

LEIAM ESTE LIVRO!