30/08/2018

Opinião | Sem Saída | Taylor Adams | TopSeller

Um thriller vertiginoso, repleto de reviravoltas inesperadas e com um final surpreendente.

Uma forte tempestade de neve.
Darby Thorne é uma estudante universitária que se encontra a viajar de carro no meio das Montanhas Rochosas, desesperada para ir ter com a mãe ao hospital. Quando é atingida por um forte nevão, Darby é obrigada a permanecer numa área de repouso junto à estrada.

Quatro estranhos e uma criança raptada.
Darby percebe que terá de pernoitar ali, juntamente com quatro estranhos. Até que descobre uma menina numa jaula dentro de um dos carros estacionados em frente à área de repouso. Quem é aquela criança? Porque se encontra presa? E qual dos quatro estranhos será o raptor?
Sem saber em quem confiar, o que fazer?

Não há rede de telemóvel, as linhas telefónicas não funcionam e não há por onde fugir, pois as estradas encontram-se cortadas devido à tempestade de neve. Em quem poderá Darby confiar e como irá ela salvar a criança?

(Pode Conter Spoilers... Ou não) 
Este livro... meus queridos leitores é, simplesmente, brutal! Na minha aventura pelos thrillers (que ainda é curta) nunca tinha apanhado um livro destes. Acabei de o ler hoje de madrugada e não consegui não vir já escrever a minha opinião. 
Geralmente, quando apanho livros que me marcam assim, deixo passar uns dias para pensar bem no que vou dizer sobre o livro e deixar assentar as ideias. No entanto, preciso mesmo de deixar aqui a minha opinião enquanto tenho a história fresca na minha mente.
Este é o primeiro livro de Taylor Adams e, devo dizer que, ele teve um começo arrebatador. Tanto que, pelo que tenho conhecimento, este livro será adaptado ao cinema e, ainda eu não sabia disso e já pensava "Ena... isto dava um filme do caraças!". É ou não uma estreia fantástica? Eu acho que é e vai ser um filme que não vou perder.
Ora bem, em relação agora à história, tenho a dizer que é simplesmente aterradora. Darby, uma jovem estudante de artes regressa a casa para ir ter com a mãe que tem uma doença terminal, mas fá-lo numa altura algo inconveniente pois apanha uma tempestade de neve a meio do caminho e é forçada a parar num posto de informação turística que fica no meio de nenhures e numa zona em que não apanha qualquer sinal de rede de telemóvel, já para não dizer que estava quase sem bateria.
Qualquer pessoa que se veja na mesma situação é normal que se sinta desconfortável, ainda mais porque dentro do posto turístico estão quatro outras pessoas apanhadas na mesma situação, sobre as quais ela nada sabe. Por si só, a situação não é das melhores, tanto mais que a certa altura, Darby resolve ir lá fora ver se apanha pelo menos um pouco de rede para mandar uma mensagem à irmã a explicar a situação, e ao passar por um dos veículos de alguém que está no posto, vê uma criança enjaulada. O que vocês fariam na situação dela? Ora, depois de ler o livro, acho que faria o mesmo que ela, mas uma vez que ela não conhece ninguém que está lá dentro, qualquer um pode ser o raptor daquela criança. Tudo o que ela tem de fazer é estar atenta e saber de quem é aquela carrinha. 
Ela descobre ou, pensa que descobre e, num clima tenso e de total desconfiança, reviravoltas e muita violência física e psicológica, Darby vai passar pela sua pior noite de sempre. Entre dúvidas e suspeitas, cada uma daquelas pessoas pode ser ou não ser culpada.
Tenho de ser sincera e admitir que o livro tem passagens um bocado pesadas e as descrições que o autor faz, são deveras brutais, principalmente nos capítulos finais. A escrita de Taylor Adams é brutal, digo-vos já e a forma como ela divide a história, pelas várias fases da noite e madrugada, não deixa nada ao acaso e tudo faz sentido. Uma escrita tão directa e tão "crua" que nos acerta em cheio e faz com que tenhamos a sensação de que somos nós que estamos a passar por tudo aquilo. Descrições muito visuais e realistas que ajudam a que tudo o que lemos seja absorvido de uma forma assustadora e terrível. Fiquei mesmo impressionada, tenho de ser sincera.
Gostei imenso de Darby, uma jovem que deu tudo o que tinha para salvar uma criança de um futuro fatídico ainda que colocando a sua própria vida em risco. Tinha sempre a noção de ser uma má filha que só abusava da mãe e que nunca tinha dado valor à pessoa que lhe tinha trazido à vida. Também sabe que a mãe, às portas da morte, era a grande impulsionadora de tudo de bom que ela fazia e de todos os bons sentimentos e valentia que ela tinha em si.
Um livro que não vou esquecer tão cedo e um autor que não vou perder de vista, com toda a certeza.

29/08/2018

Opinião | 25 Gramas de Felicidade | Massimo Vacchetta | Nascente

Uma deliciosa história destinada a emocionar todos os que adoram animais.

Este livro é sobre um ouriço e sobre o veterinário que decidiu cuidar dele. Mas é também sobre o amor, a felicidade e uma imensa vontade de viver. Massimo Vacchetta conta a sua ligação extraordinária com um animal tão pequeno e especial, e de que forma esta o ajudou a sair de um período sombrio com um novo objetivo de vida: criar um centro de recuperação para ouriços.

«- Um animal selvagem precisa de viver livremente para ser feliz. Tens de deixá-lo ir.
- Já tentei, uma vez. Mas não se foi embora. Ficou à minha espera. Na verdade... afeiçoei-me demasiado...»

Mais do que um relato sobre os problemas que afectam tantas espécies em risco de extinção, 25 Gramas de Felicidade é uma sensível e emotiva descrição dos laços de um veterinário com um pequeno ouriço, e é um daqueles livros que nos elevam a alma e nos deixam com um sorriso na cara.

Não podia não ter ficado encantada com este livro. As palavras que aqui lemos são tão emocionantes e tão verdadeiras que é impossível ficarmos indiferentes.
Quem me conhece sabe que eu adoro animais e, era óbvio que, por uma ou outra razão, ia adorar este livro. Embora eu tenha as minhas apreensões em relação a estes bichinhos, uma coisa vos digo, nunca mais vou olhar para um ouriço da mesma forma. 
Temos o relato apaixonado de Massimo, um veterinário obstetra de grandes animais, que tem a necessidade de se aventurar no ramo da veterinária que trata dos animais mais pequenos. Ele, certamente, estava a pensar em gatos, cães, animais mais normais e nunca num animal tão pequeno e frágil como um ouriço. É por um capricho do destino que Massimo fica com a minúscula Nina nas palmas das mãos. Uma ouricinha recém nascida, órfã e abandonada que tem muito pouco a seu favor que lhe permita sobreviver. No entanto, o amor e dedicação de Massimo vão fazer com que Nina seja uma sobrevivente e, no percurso para a sobrevivência muitos outros ouriços vão ser ajudados.
Fazer uma opinião a um livro desses é sempre complicado porque depende sempre da perspectiva. Baseado em factos verídicos, este livro mostra-nos uma versão muito terna e muito pessoal de um veterinário que tem, acima de tudo, amor pelos animais. Muitos trabalham no ramo porque, efectivamente, é um negócio que dá muito dinheiro e não ligam muito ao que os animais sentem. Outros há, como Massimo, que têm um coração enorme cheio de amor pelos animais, sejam eles grandes ou pequenos, feios ou bonitos, tradicionais ou não. Apaixonou-se irreversível e irremediavelmente por um bichinho minúsculo, que, na sua inocência e ternura, lhe ensinou muitas coisas sobre os ouriços e fez com ele saísse daquela zona sombria na qual ele se estava a deixar cair. Conheceu muitas pessoas no processo e conseguiu, aos poucos, criar um centro de tratamento e recuperação para ouriços em dificuldades. É certo que não se podem salvar todos e as perdas que ele vai tendo é de partir o coração, mas, a felicidade que ele retira por salvar tantos outros é de levar às lágrimas e deixar-nos com a esperança de que nem todos os seres humanos são maus e revoltantes na sua malvadez.
Desde que terminei o livro, tornei-me seguidora da página do centro de recuperação de ouriços, onde podemos sempre ter acesso aos novos animais que ele vai acolhendo e ajudando. Não podia simplesmente deixar de ter notícias sobre o trabalho de Massimo e não deliciar-me com as fotos dos amigos que ele vai conseguindo salvar.

Para quem quiser seguir:
https://www.facebook.com/centrorecuperoricciLaNinna/

28/08/2018

Opinião | O Projecto Acidente | Julie BuxBaum | Topseller Bliss

A amizade consegue superar todas as diferenças...
Kit é a rapariga mais gira da escola. David é um rapaz solitário, incapaz de interagir com os colegas. Ele sabe que é pouco provável que Kit alguma vez repare nele.
Até ao dia em que Kit, cansada das conversas fúteis das amigas, decide almoçar na mesa de David. A química é imediata e os dois passam a partilhar o tempo das refeições. Fruto desta nova e inesperada amizade, David começa a aprender a relacionar-se com os outros, e Kit, ainda a recuperar da trágica e recente morte do pai, encontra o ombro de que precisava.
Kit só conseguirá reaprender a viver se descobrir a causa do acidente do pai e, sabendo disso, David decide ajudá-la. Mas nenhum dos dois está preparado para o mistério que estão prestes a desvendar, e é aí que a sua amizade é posta à prova.
Será ela capaz de sobreviver à verdade?

«Uma história doce, divertida e profundamente comovente? tudo ao mesmo tempo!» 
Nicola Yoon

Estava ansiosa por ler mais um livro de Julie Buxbaum. Li o anterior, que foi a minha estreia com a autora, e adorei. É daquele tipo de livros que nos agarra desde a primeira página e isso é tão bom.
Sabia que não ia ficar desapontada, apesar de, neste livro, ter sido mais vagarosa a minha entrada no livro (figurativamente falando). No entanto, não tardei em ficar completamente envolvida por Kit e David. Adorei estas personagens. São tão únicas na sua excentricidade, principalmente David, que é impossível não gostar deles.
David é um miúdo super inteligente e atento, mas que, na escola é tratado como se fosse um atrasado mental (detestei isso). Anda sempre com um livro de anotações que o ajudam a lembrar-se de todos os colegas e pessoas que fazem parte do seu dia a dia. Traços físicos, traços de personalidade, tudo o que puder ajudar a não fazer má figura quando, eventualmente, precisar de interagir com eles. Tem também uma parte no livro de apontamentos que separa as pessoas de confiança e as pessoas que não são de confiança. Adorei esse caderno de anotações e as coisas que ele lá escrevia sobre as pessoas que conhecia e não se lembrava eram hilariantes.
Apesar de se conhecerem desde pequenos, David e Kit nunca tinham tido grande relacionamento para além de serem colegas de escola e o pai de Kit ser o dentista de David. Só que, a certa altura, Kit precisa de alguém como David. Está quebrada por dentro e já não se sente capaz de ser como era antes de tudo o que tinha acontecido. Não podia desabafar com a mãe, não o podia fazer tão pouco com as amigas, sendo elas tão desligadas dos assuntos sérios. Ela precisava, isso sim, de alguém que não a obrigasse a falar fosse do que fosse e que, mesmo sem falar a compreendesse. É por essa razão que começa a abdicar dos seus almoços com as melhores amigas e passar a almoçar na mesa solitária de David. 
Este deve ser o primeiro livro do género Young Adult em que é o rapaz o solitário e o apaixonado desde sempre pela outra personagem. David adora Kit desde sempre e apenas a presença dela na sua mesa faz com que o mundo dele dê uma reviravolta. Um acontecimento digno de ser registado no seu caderno pessoal.
De uma forma audaz e simplificada, a autora dá-nos a conhecer mais um pouco sobre a doença de Asperger, ou o mais conhecido como "Autismo". David é um adolescente super inteligente, mas aos olhos dos demais, é estranho e meio lento na forma como absorve as coisas e reage aos outros. Gostei imenso da forma como a doença ou condição é abordada neste livro, dando-nos a conhecer que as pessoas que têm esta síndrome são, na realidade, pessoas especiais, inteligentes e sensíveis. Não vêm o mundo como as pessoas "normais" e isso confere-lhes uma personalidade honesta e sincera. É sendo sincero e honesto que David desenvolve uma relação com Kit, primeiro de amizade e depois, amorosa. É certo que ele era atraente e bem parecido, mas ele deu a Kit aquilo que ela mais precisava, na altura em que ela mais estava quebrada. Deu-lhe conforto, um ombro amigo e uma honestidade brutal em tudo o que lhe dizia.
Gostava de ter tido mais dos beijos de David e Kit, uma vez que achei tão querida a forma como ele abordava o assunto com ela. Fazem um casal tão querido, embora nem tudo tenha corrido sempre bem... achei que o final foi um pouco abrupto e necessitava mais de um pouco de romance, mas isos sou eu que sou uma romântica incurável.
Adorei mais este livro delicioso e recomendo, certamente.

27/08/2018

Opinião | Destemida | Lesley Livingston | Saída de Emergência

Princesa. Cativa. Gladiadora.

Fallon é a filha mais nova de um orgulhoso rei celta e sempre viveu na sombra da lendária reputação da guerreira de Sorcha, a sua irmã mais velha, que morreu em combate quando os exércitos de Júlio César invadiram a ilha da Bretanha.

Na véspera do seu 17.º aniversário, Fallon está ansiosa por seguir os passos da irmã e conquistar o seu legítimo lugar entre os guerreiros reais. Mas ela nunca terá essa oportunidade, já que é capturada e vendida a uma escola de elite que treina mulheres gladiadoras — e cujo patrono é o próprio Júlio César. Numa cruel reviravolta do destino, o homem que destruiu a família da jovem poderá ser a sua única hipótese de sobrevivência.

Agora, Fallon terá de ultrapassar rivalidades perversas e combates mortais — dentro e fora da arena. E talvez a maior ameaça de todas: os seus sentimentos proibidos, porém irresistíveis, por Cai, um jovem soldado romano.

(Pode Conter Spoilers... ou não)
Este é daqueles livros que não queremos que seja ao fim, só que ... ao mesmo tempo queremos. É estranho, mas foi assim mesmo que me senti. Enquanto lia, queria ler sempre mais, mas não queria chegar ao final. E que final absolutamente fantástico.
Ao longo deste livro conhecemos Fallon. Uma jovem guerreira destemida, filha de um rei e ansiosa por ser integrada nas fileiras dos guerreiros do pai. Todas as esperanças de Virico, o pai, residiam em Fallon, uma vez que já tinha perdido a filha mais velha, Sorcha, para as lutas contra Roma e Caio Júlio César. Por esse mesmo motivo, Virico recusou o pedido de Fallon em tornar-se guerreira e deu a mão dela, contra sua vontade, em casamento.
Fallon não estava disposta a aceitar a decisão do pai e, num assomo de irreverência, decide fugir dos domínios do pai com aquele que realmente amava. No entanto, as coisas não correm como ela tinha pensado e, não só perde o seu recém descoberto amor, como é raptada por um ladrão de escravos. A partir daí, a liberdade de Fallon perde-se por completo e de princesa passa a escrava e, mais tarde, a gladiadora.
Adorei a forma como a autora conduz-nos através da Roma antiga, dando-nos a conhecer, não só os mares, através das travessias de Fallon enquanto escrava, como também as rua e arenas onde ela terá de lutar pela liberdade, ou, na melhor das hipóteses, o respeito.
Através de uma escrita absorvente e repleta de dados históricos, Lesley Livingston traz-nos uma história cheia de reviravoltas, perigos, traições e amizades, algumas delas surpreendentes. 
Ao longo do seu percurso tanto doloroso como perigoso, Fallon vai ter acesso a muitas realidades das quais não tinha qualquer noção, algumas delas brutalmente violentas, e, vai encontrar amizades onde nunca pensou encontrar. Apesar de estar a passar por uma fase de luto pelo amor que perdeu, Fallon vai abrir o seu coração magoado novamente e, poderá ser que, contra tudo e contra todos, ela consiga realmente encontrar a felicidade.

Espero que esta saga continue a ser publicada aqui em Portugal e rapidamente, se for possível... Fica a dica ;)
Quero muito continuar a seguir o trajecto fantástico de Fallon, Elka, Nyx, Cai e tantas outras personagens que fazem parte desta trilogia.

22/08/2018

Opinião | Sem Ti Não Há Verão | Jenny Han | TopSeller

«Sempre achei que passaria ali todos os verões da minha vida. A casa de verão era o único lugar onde eu queria estar, o único lugar onde eu alguma vez quis estar.»

Todos os anos, Belly costuma contar os dias que faltam para o verão, e só pensa em regressar à casa de praia para estar novamente com Conrad e Jeremiah. Contudo, a amizade que sempre uniu os três jovens parece estar a desmoronar-se e tudo parece diferente.

Até ao dia em que Jeremiah conta a Belly que Conrad desapareceu, e lhe pede ajuda para o encontrar. Belly fará de tudo para descobrir onde está o amigo. Mas isso só será possível se regressarem à casa de praia. Voltará tudo a ser como dantes ou estará esta amizade num ponto sem retorno?

Uma história intensa sobre o amor e a forma como ele nos ajuda a trilhar o nosso caminho.

Este livro é o segundo da trilogia de Verão de Jenny Han. Como estava à espera, consegui gostar mais deste do que do primeiro. Talvez porque neste livro tenha conseguido vislumbrar uma Belly mais preocupada com o que a rodeia e menos imatura. Não é que tenha ultrapassado o que sente por Conrad, longe disso, mas com a possibilidade de nunca mais passarem os Verões na casa de praia de Susannah, Belly como que acorda mais para o que tem e o que nunca mais poderá vir a ter e isso torna-a um pouco mais madura e consciente do próximo.
Novamente, Jeremy foi aquele que mais captou a minha simpatia. Continua o mesmo jovem amoroso e caloroso de sempre, apesar de tudo o que aconteceu nas últimas semanas. Já Conrad, continua igualmente egoísta, pois coloca-se acima de tudo e de todos, ainda mais neste livro. Tudo tem de andar à volta dele e, sendo consciente ou não, acaba por tornar-se um pouco ridículo na tentativa que faz de ser o centro das atenções, ainda que fosse por um motivo de força maior. Pois... ainda assim... continuo a não gostar dele.
Apesar de neste livro continuarmos a levitar em volta de Belly e Conrad, há outros momentos importantes e acontecimentos que vão mudar a vida de todos. A relação entre Belly e a mãe transforma-se, para melhor, a relação de Jeremy com Conrad, a meu ver, estreita-se ainda mais mas com alguns segredos à mistura que virão ao de cima e mudar um pouco o clima entre eles, e tudo o que Belly era ou acreditava quando estava naquela casa vai começar a mudar e a dar lugar a situações mais profundas e mais "adultas". Belly terá de começar a ver a vida com outros olhos. Terá de aprender a sofrer não só porque vai cair na realidade de que o que quer que ela tenha tido com Conrad está só do lado dela, mas porque há perdas que nos transformam mais do que a perda do amor que a acompanhou toda a sua (curta) vida.
Gostei de ver como a mãe de Belly aparece mais neste livro. Sempre gostei da forma dela ser, embora pudesse parecer ser alguém mais frio e desligada de sentimentos e afectos. Era uma mulher prática, que tinha criado a filha como sabia e podia. Também Jeremy cresceu interiormente e, aos poucos, vai entrando no coração de Belly de uma forma que ela não estava à espera. 
Espero que no próximo capítulo/livro tenhamos uma Belly consciente de que se calhar direccionou mal os seus afectos até à data e abra o coração a quem realmente sempre esteve lá por e para ela.

21/08/2018

Novidade Saída de Emergência | Assassin’s Creed Origins | OLIVER BOWDEN

Chancela: Saida de Emergência
Coleção: BANG Nº: 298
Data 1ª Edição: 14/09/2018
Nº de Páginas: 288

Antes do credo, existia um juramento 
Egito, ano 70 a. C. Um Assassino impiedoso percorre o país. A sua missão: encontrar e destruir os últimos membros de uma ordem antiga, os Medjay, e erradicar a sua linhagem.
Na pacífica Siwa, o protector da cidade parte de repente deixando o seu filho adolescente, Bayek, com questões sobre o seu futuro. O jovem inicia uma jornada à procura de respostas, e a sua viagem leva-o ao longo do Nilo e através de um Egito em tumulto.
Quando se descobre que os Medjay ainda resistem e ameaçam as mudanças que se espalham pelo Egito, tem início uma batalha silenciosa e sangrenta, e vemos nascer a primeira centelha da guerra entre Assassinos e Templários.

LIVRO EM PRÉ-VENDA


Opinião | The Summer I Turned Pretty | O Verão em que me Apaixonei | Jenny Han

 
«Toda a minha vida era medida em Verões. Como se não começasse efectivamente a viver enquanto não chegasse Junho, até estar naquela praia, naquela casa.»
Tudo o que é bom e mágico acontece durante o verão, e é a sonhar com o verão que Belly, de 16 anos, passa os seus dias. Para ela, os invernos são insuportáveis e sinónimo de estar longe de Jeremiah e de Conrad, os rapazes que Belly conhece desde a sua primeira estadia na casa de praia. Eles são os seus quase-irmãos, os seus inseparáveis parceiros de aventuras.
Até que chega aquele verão - maravilhoso e ao mesmo tempo terrível - em que tudo muda. Estas poderão ser as últimas férias que passam todos juntos na casa de praia. Chegou o momento de perpetuar memórias, confessar paixões escondidas e, acima de tudo, é hora de, finalmente, Belly começar a obedecer ao seu coração.
Um romance com sabor a mar e a liberdade, sobre crescer e apaixonar-se, deixando-nos a desejar por mais.

(Pode Conter Spoilers... Ou Não) 
Apesar de já ser uma autora muito conhecida em Portugal, este foi o primeiro livro que li dela. Gosto imenso deste tipo de romance entre jovens adolescentes e jovens adultos. Faz-me ter esperança de que o amor também pode ser arrebatador entre corações ainda ingénuos e inocentes. E não será este o melhor e mais puro amor? É óbvio que entre os adolescentes o sentimento amor é levado e encarado de forma que os adultos não o fazem. Tudo parece demasiado e, quando as coisas não correm como esperado, parece que o fim do mundo está para acontecer. Acho imensa "piada" à forma como os adolescentes lidam com o amor, agora que sou adulta.
Jenny Han tem o dom de nos fazer sentir adolescentes outra vez através da sua escrita simples e directa, no entanto, neste livro senti a falta de um amor correspondido. Belly é, consciente e inegavelmente apaixonada por Conrad, desde muito pequenina e, nem uma vez sequer, consegui sentir que ele sentisse alguma coisa por ela. 
Belly, Conrad e Jeremy conhecem-se desde que nasceram. As mães eram amigas desde sempre e, todos os Verões eram passados na casa de praia de Conrad e Jeremy. Belly ansiava por esses Verões porque era naquela casa que ela era realmente feliz. Adorava nadar e estar com Susannah, a mãe deles e a qual considerava como uma mãe. Sentia que tinha uma relação mais doce com Susannah do que com a própria mãe que era um pouco mais dura e menos dada a demonstrações de afecto.
Conhecendo-se desde pequenos, seria de esperar que se vissem a todos como irmãos, mas, para Belly, em relação a Conrad não foi o que aconteceu. Anseia pelos dias que poderá passar com ele e que ele a comece a ver como uma mulher e não como uma criança. Por outro lado, temos Jeremy, que por acaso, é a minha personagem preferida. É divertido, calmo e amoroso. Coloca sempre a mãe acima de tudo e, a meu ver, também ele anseia por mais qualquer coisa da parte de Belly. Gosto de como Jeremy aos poucos se vai intrometendo nos sentimentos de Belly, ainda que ela não se aperceba disso. É um jovem paciente e com um coração enorme, sempre disposto a ajudar tanto o irmão como Belly, ainda que com isso seja ele a sofrer. Quanto a Conrad, não posso dizer que tenha gostado dele. Demasiadamente inconstante e egoísta. Só olha para os seus próprios interesses e, apesar de ter aquele sentimento de protecção e de alguma posse em relação a Belly, nunca senti, da parte dele, que houvesse aquele sentimento de amor como ela tinha por ele. Alguma atracção física? Sim, mas amor apaixonado? Muito longe disso. Mesmo da parte de Belly, sempre senti que o que ela sentia por Conrad já seria mais como um sentimento habitual. Como sempre tinha gostado dele, seria estranho não continuar a fazê-lo e isso levava a que continuasse a bater na mesma tecla em relação a ele, fechando as portas a outros sentimentos por outros que estariam mais abertos a uma relação amorosa. No entanto, e sendo ainda algo imatura, Belly arranja uma espécie de namorado de Verão. Não que estivesse apaixonadíssima por ele, mas mais para mostrar a Conrad de que tinha interesse como mulher e era capaz de atrair e ter um relacionamento com qualquer outro. Na minha modesta opinião, a única ideia dela era obter algum tipo de reacção da parte dele. Tal não aconteceu e quem acabou magoada foi ela.
Acho, sinceramente, que a relação dela com o Jeremy poderia ter sido mais trabalhada e explorada, tendo em conta que há mais livros a seguir.
Apesar de não ter sido dos meus livros preferidos do género, tenho esperança que os próximos sejam melhores.

20/08/2018

Novidade Saída de Emergência | A Bailarina de Aushwitz | Edith Eger

Chancela: Desassossego
Data 1ª Edição: 07/09/2018
ISBN: 9789898892188
Nº de Páginas: 320

Um livro poderoso e comovente que nos leva numa viagem universal de redenção e cura. 
Edith Eger tinha 16 anos quando foi enviada para Auschwitz. Naquele campo de concentração suportou experiências inimagináveis, incluindo ser forçada a dançar para o infame Joseph Mengele. Durante os meses seguintes, a resiliência da jovem ajudou muitos a sobreviver. Quando o campo foi finalmente libertado pelas tropas americanas, Edith foi retirada de uma pilha de corpos moribundos.
Em A Bailarina de Auschwitz, Edith Eger partilha a sua experiência do Holocausto e as histórias extraordinárias das pessoas que ajudou desde essa altura. Actualmente, ela é uma psicóloga reconhecida internacionalmente e os seus pacientes incluem mulheres vítimas de abusos e soldados com síndrome de stress pós-traumático. Edith Eger explica como a mente de muitos de nós se tornou numa prisão e mostra como a liberdade é possível quando nos confrontamos com o nosso sofrimento.
A Bailarina de Auschwitz é um livro transformador, um exame profundo do espírito humano e da nossa capacidade de cura.

LIVRO EM PRÉ-VENDA


Opinião | Pedido de Amizade | Laura Marshall

Um pedido de amizade no Facebook…
É a coisa mais normal do mundo. Certo?

Maria Weston morreu durante a sua festa de finalistas do liceu. Era uma rapariga irreverente, autêntica e tinha a vida pela frente… O corpo nunca foi encontrado. Portanto, quando Louise Williams, 25 anos depois, recebe o seu pedido de amizade no Facebook, entra em pânico.

Depois do pedido, começam a chegar as mensagens. Inicialmente, parecem inofensivas. Memórias de um passado que Louise não quer relembrar, mas apenas isso.

Depois, começam a ser cada vez mais detalhadas, e as recordações aproximam-se perigosamente de um segredo que nunca deverá ser revelado. Louise nem imagina o que aconteceria se todos soubessem o que realmente aconteceu a Maria.

Mas, afinal, é apenas o Facebook, certo?
Mesmo quando Louise sente alguém a segui-la no metro. É tudo virtual, não é?
Até quando há objetos a desaparecer de casa. O que se passa nas redes sociais não é a vida real, certo?

Certo?

(Pode Conter Spoilers... Ou não)
Este foi um livro que me cativou desde a primeira página. Assim que este livro saiu, eu sabia que tinha de o ler, até porque vivemos na era das redes sociais e seria bom ver até que ponto a autora iria abordar este tema. Autora esta que ainda não conhecia e que vou, com toda a certeza, seguir com atenção.
Laura Marshall conseguiu manter o ritmo e o interesse durante toda a leitura e, inclusive, conseguiu abordar, para além do tema Redes Sociais, mais um tema que ainda hoje em dia é um dos piores e também mais falados e escrutinados. 
Todos tivemos, em algum ponto da vida, alguém que nos deitou abaixo e que o fazia constantemente, com o objectivo de nos diminuir, magoar e, em determinadas vezes, fazer-nos questionar a nossa existência. Hoje em dia, isso chama-se Bullying. Há uns anos atrás, a meu ver, era só pessoas com demasiados problemas pessoais a serem parvos, estúpidos e brutos.
Bem, neste livro esse tema é mais abordado ainda que o das redes, uma vez que tudo começou com os maus tratos que Maria Weston sofria na escola por parte das suas colegas. Uma dessas colegas, Louise, até nem era má de todo, no entanto, todos sabemos que na escola temos de nos juntar aos mais fortes para podermos ultrapassar os anos escolares sem grandes sobressaltos e desgostos. Foi o que aconteceu com Louise. 
Muitos anos passados, Louise depara-se com um fantasma do seu passado que não a deixa viver como uma adulta normal. Pesa-lhe na consciência tudo o que aconteceu com Maria e ao receber um pedido de amizade no Facebook, precisamente de Maria, tudo volta ao de cima e Louise terá de saber lidar com as suspeitas, com a pressão de nunca saber se está a ser observada e, acima de tudo, com a dúvida do que realmente aconteceu com Maria. Será que ela tinha mesmo morrido? Ou teria apenas desaparecido para fugir dos maus tratos de que era alvo? Se assim fosse, Louise já teria uma explicação para o que estava a acontecer e, mais importante ainda, podia desculpar-se pelo seu comportamento no passado. No entanto, as coisas não correm como Louise quer. Sendo mãe divorciada, a única preocupação dela é proteger o seu precioso filho e ela sabe que quem quer que seja que está a causar aquilo tudo vai atingi-la justamente pelo que ela mais ama e por isso, ela não se poupa a esforços para descobrir o que e quem está a trazer ao de cima tudo o que aconteceu no passado. Louise vai tentar encontrar antigas colegas que estiveram, tal como ela, envolvidas em tudo o que se passou e tentar saber se também elas foram contactadas por Maria. 
O que mais gostei neste livro é que não temos tempo para tentar descobrir o que realmente se passa porque são tantas surpresas e tantas descobertas que acabamos por nos deixar levar até ao final. 
Quanto ao final, achei-o demasiado repentino. Acho que ao longo do livro, apesar de toda uma narrativa dinâmica e inteligente, algumas pontas foram ficando soltas e a meu ver, a autora tentou atar todas as pontas no final, mas fê-lo de uma forma demasiadamente rápida. Gostaria de ter tido mais tempo para aproveitar o final e isso foi o que me fez não atribuir as cinco estrelas.

Recomendo vivamente.