31/08/2016

Feira do Livro no Palácio de Belém e no Palácio de Cristal | Saída de Emergência

Este fim-de-semana será o de duas Feiras do Livro. Uma no Palácio de Belém, Lisboa e outra no Palácio de Cristal, no Porto.

Veja as sessões de autógrafos que estão programadas para estes dois eventos literários.

Palácio de Belém, Lisboa.
Sábado, dia 3 de Setembro

15h00 – Sessão de autógrafos com Isabel Ricardo, autora da Colecção Juvenil Os Aventureiros e do romance histórico A Revolução da Mulher das Pevides – Auditório/Lounge

16h00 - Sessão de autógrafos com Maria Helena Ventura autora do romance histórico Conheces Sancho? – Auditório/Lounge

17h00 - Sessão de autógrafos com Mário Cordeiro autor de Príncipes da Medicina e do romance Quanto tempo faltará para o Abismo? – Auditório/Lounge

Palácio de Cristal, Porto
Sábado, dia 3 de Setembro

17h00 – Sessão de autógrafos com Renato Fontinha autor do romance histórico A Capital do Mundo – Stand SDE

Sábado, 10 de Setembro
17h00 - Sessão de autógrafos com Isabel Ricardo, autora da Colecção Juvenil Os Aventureiros e do romance histórico A Revolução da Mulher das Pevides – Stand SDE

Domingo, 11 de Setembro
17h00 - Sessão de autógrafos com Daniela Ricardo autora de Viagens da Comida Saudável - Stand SDE

Sábado, 17 de Setembro
17h00 - Sessão de autógrafos com Mário Silva Carvalho autor do romance histórico A Tomada de Madrid – Stand SDE

Domingo, 18 de Setembro
17h00 - Sessão de autógrafos com António Breda autor do romance histórico Filhos de Salazar – Stand SDE

Opinião | Deixei-te Ir | Clare Mackintosh

Numa fracção de segundos, um acidente trágico faz desabar o mundo de Jenna Gray, obrigando uma mãe a viver o seu pior pesadelo. Nada poderia ter feito para evitar esse acidente.
Ou poderia? Essa é a pergunta que a inquieta quando tenta deixar para trás tudo o que conhece, procurando um novo recomeço refugiada num chalé isolado na costa de Gales.
Também o detective Ray Stevens, responsável pela investigação por este caso que procura a verdade, começa a ser consumido pela sua entrega ao mesmo, deixando a vida pessoal e profissional à beira do precipício.
À medida que o detective e a sua equipa vão juntando as pontas do mistério, Jenny, lentamente, permite-se vislumbrar uma luz de esperança no futuro, o que lhe dá alguma segurança, mas é o passado que está prestes a apanhá-la, e as consequências serão devastadoras.

 
Este é daqueles livros que começamos com uma grande expectativa, depois tem um início algo lento e depois, de uma hora para a outra, quando damos por nós já estamos tão dentro da história e a perceber as personagens tão bem que não o conseguimos largar até acabar. Foi o que aconteceu comigo. No início achei um pouco difícil entrar na história. Tem um prólogo que nos promete uma história cheia de mistério e reviravoltas e depois os primeiros capítulos são um pouco arrastados. Sinceramente, só não lhe atribui as cinco estrelas, justamente por causa disso. No entanto, mesmo na parte mais lenta, conseguimos absorver tudo o que implica a morte de uma criança por atropelamento e fuga. A vontade que o Detective Ray Stevens e a sua ajudante estagiária Kate têm de resolver este crime, mesmo sem qualquer pista, mostra-nos bem o quanto eles querem apanhar a pessoa que fez tal atrocidade. 
Um dos aspectos que me prendeu também a atenção, neste livro, foi a perícia da autora em conjugar as vidas pessoais dos detectives com a sua vida profissional. Ray Stevens é casado com Mags, uma ex-policia que deixou o trabalho para trás para poder tomar conta dos dois filhos menores. Temos acesso directo à vida pessoal de Ray, aos seus problemas familiares com o filho mais velho, a rotina diária em que o casamento deles chegou e isso não abona nada para quem tem um relacionamento profissional diário com outras pessoas. 
Se de um lado temos Ray, Kate e todos os agentes envolvidos no caso, do outro lado temos Jenna. Uma artista que desistiu da escultura e, numa mudança drástica de vida, dedica os seus dias à fotografia e fazer dessa arte um meio de subsistência. Desde logo, gostei da Jenna, embora ela transmita uma desconfiança e um afastamento dos demais, resultante de um passado cheio de traumas e dor. Acreditem em mim quando digo que ela passou mesmo por muito e a maioria de nós, passando pelo mesmo, se calhar não conseguiríamos recuperar.
Este livro é dividido em duas partes distintas, sendo que na primeira parte temos Ray, Kate e Jenna de uma forma mais "analisada", tornando, como já referi, a leitura mais lenta e demorada. No entanto, um pouco antes de terminar a primeira parte, há uma reviravolta que nos faz ficar agarrados e perceber o porquê de a autora ter investido tanto em pormenores na primeira parte. A segunda parte do livro, é como se estivéssemos numa montanha russa que faz com que seja completamente compreensível cada uma das personagens ser como é, especialmente Jenna. 
Não sou a mais indicada para opinar sobre livros deste género, mas para lá espero estar a caminhar, pois está a tornar-se um género que me desafia a cada livro que começo a ler e gosto da sensação de ser desafiada por um livro... 
Clare Mackintosh tem um tipo de escrita simples e fluída que nos ajuda imenso a perceber todos os passos de uma investigação morosa e complicada como esta. Vê-se bem que está por dentro de todos os procedimentos policiais e tem imensa perícia em transmitir tanto pensamentos como espaços. Adorei e, obviamente, recomendo a todos os que gostam do género e até aos que não gostam. Quem sabe se não será este livro que vos fará gostar do género? ;)
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Editora Marcador em troca de uma opinião sincera.)

30/08/2016

TeaserTuesday | Just Friends | Monica Murphy

Mais um dia de Teaser para o novo livro de Monica Murphy "Just Friends"

Opinião | A Casa Misteriosa | Marzia Bisognin

Pelas mãos da famosa YouTuber Marzia «CutiePieMarzia» Bisognin chega-nos uma história de suspense paranormal sobre uma rapariga cuja casa de sonho se torna rapidamente um pesadelo.
Quando Amethyst encontra a sua casa de sonho perfeita, não pode deixar de se sentir encantada por ela, embora se aperceba de algo um pouco... diferente. É tudo o que ela sempre quis numa casa, por isso, quando os Bloom a convidam a passar lá a noite para evitar a tempestade iminente, ela aceita de imediato.
No entanto, quando acorda na manhã seguinte, sozinha e incapaz de se obrigar a sair, Amethyst depara-se com inesperadas presenças - como Alfred, o assustador jardineiro; Avery, o vizinho giro, mas misterioso; e uma menina que continua a aparecer e a desaparecer dentro da casa.
Enquanto Amethyst procura os Bloom e tenta desvendar a verdade, a sua ligação à casa torna-se mais forte. Irá ela ser capaz de se libertar do fascínio da casa, ou será que os seus segredos vão mantê-la presa para sempre?
GoodReads
Muito antes de começar a ler este livro, já tinha tinha lido algumas críticas não muito positivas. Mas cada pessoa tem a sua forma de interpretar o que lê, não é verdade? E portanto, decidi dar uma oportunidade e ler esta obra!
Amethyst é uma jovem que, do nada, se vê à porta de uma casa neoclássica que desconhece, mas sente uma ligação imediata com aquela casa. Perante a chuva que cai, Amethyst é convidada pelo idoso casal – os Bloom - que lá habita a entrar e a pernoitar na sua casa. Estes mostram-se bastante amáveis, mas parecem ter desaparecido quando a jovem acorda na manhã seguinte.
No entanto, Amethyst não se deixa abater e começa a acomodar-se naquele espaço e é a partir daí que começa a vivenciar situações paranormais. Mas isso não demove Amethyst de continua a viver ali, desculpando-se dizendo que quer agradecer a hospitalidade ao idoso casal antes de partir. Mas será mesmo essa a razão pela qual a jovem não deixa aquela casa?
Como se não fosse o bastante, Amethyst vai conhecendo os seus vizinhos bastante peculiares, mas sem nunca se deixar assustar. Alfred e Avery são dois dos vizinhos que Amethyst vai conhecendo ao longo do tempo e com a ajuda dos quais vai descobrindo as pequenas peças do puzzle para aquela situação. Mas apesar de ambos serem, em determinados aspectos, diferentes e assustadores, não impede a jovem de continuar a comunicar com eles e manter uma relação de amizade.
A partir daqui, a jovem vive várias situações em que não sabe se sonhou ou se foram realmente verdade. De certa forma, poucos capítulos depois de ter começado a ler o livro, quase que podia afirmar qual seria o final, o que se veio a confirmar.
Contudo, acho que faltaram algumas coisas importantes neste livro. Em algumas passagens, sente-se uma falta de conexão entre os diferentes aspectos que a autora utilizou para descrever tanto a casa onde se passava a ação como a narrativa em si. E penso que esse foi um aspecto que tirou a congruência à história. A personagem principal pareceu-me ter uma personalidade um pouco básica e houveram outras que a autora não chegou a explicar de todo qual a sua identidade ou o seu papel em toda a história.
Relativamente à escrita e à forma como a autora transmitiu os acontecimentos, esta demonstrou-se ser simples e acessível e com frases bastante curtas. O que para mim se tornou algo confuso.
Após ter terminado esta leitura, acabei por considerar que seria um livro mais adequado para um público mais juvenil. Pois, o facto de abordar questões paranormais é mais provável que cative a população mais jovem do que os adultos.
(Este livro foi gentilmente cedido pela Quinta Essência em troca de uma opinião sincera).

29/08/2016

Novidade Quinta Essência | Retrato do Meu Coração | Patricia Cabot

A vida conspirou para os separar, mas o destino volta a uni-los…

RETRATO DO MEU CORAÇÃO
de Patrícia Cabot
PVP 16,20€ / 400 páginas

Há alguns anos, num instante explosivo, a rivalidade de infância transformou-se em paixão selvagem para Jeremy, o belo e jovem duque de Rawlings, e Maggie Herbert, o objecto do seu afecto. Infelizmente, o escândalo que se seguiu baniu ambos para cantos opostos do mundo.

Agora o destino reuniu Jeremy e Maggie para uma longa dança de desejo, tão inflexível como os próprios amantes. Jeremy, um soldado condecorado, está determinado a finalmente reclamar Maggie. E Maggie, prestes a casar com outro, vê descontrolarem-se as suas fantasias secretas com Jeremy. Tudo o que os separa e à paixão escaldante que os anos já não podem abafar é o passado… e um presente repleto de ciúme, intriga e perigo...

Meggin Patricia Cabot, autora bestseller de romances históricos, nasceu em Fevereiro de 1967, em Bloomington, Indiana (EUA). Trabalhou como gestora numa residência universitária, foi ilustradora freelancer e escreveu mais de cinquenta livros que assinou com diferentes pseudónimos. Entre eles destaca-se a série O Diário da Princesa (The Princess Diaries), publicada em mais de trinta países e adaptada ao cinema pela Walt Disney Pictures, com grandes êxitos de bilheteira.

As suas obras ganharam inúmeros prémios, incluindo o New York Public Library Books for Teen Age, o Booksense Pick, o Evergreen, o IRA/CBC Young Adult Choice, entre outros.

Opinião | Jogos na Noite | Sherrilyn Kenyon

Bride McTierney está farta de homens. São reles, egocêntricos e nunca a amam pelo que ela é. Mas embora Bride tenha orgulho na sua independência, no fundo deseja o seu príncipe encantado. Apenas nunca pensou que este pudesse ocultar-se sob uma pele de lobo!
Alguém tão perigoso e atormentado como Vane Kattalakis não é quem parece. Um Predador do Homem na forma de lobo, ele é um alvo a abater pelos muitos inimigos. Vane não está à procura de uma parceira, mas as Parcas marcaram Bride como sua. Agora tem três semanas para a convencer de que o sobrenatural é real ou perderá o respeito dos seus pares. Mas como é que um lobo convence uma mulher a confiar-lhe a vida quando tem inimigos na sua peugada? Num mundo tão cruel como o dos Predadores humanos, o amor fará alguma diferença?

Este livro foi tão bom de ler!! A sério! Tenho a saga atrasada, mas agora estou decidida em colocá-la em dia e este livro foi um bom incentivo para continuar. Até agora, e apesar de ter gostado muito dos anteriores, este foi o que gostei mais. Metam cães, lobos, ursos e uma mulher com um corpo que se veja e que é admirada por isso, ainda mais por um homem/lobo e temos a "receita" perfeita para um livro *delicioso*. 
Vane é um lobo Katagaria, animais cuja forma é a do lobo do Ártico (absolutamente lindo!!), e, a par com o seu irmão Fang, é banido da sua matilha, após a morte da sua irmã quando protegia um dos inimigos, um Predador da Noite.
Vane e Bride são o casal romântico deste livro. Ela, uma mulher insegura que é constantemente lembrada das suas formas e curvas mais generosas do que as restantes mulheres. Obriga-se a fazer dietas e a passar fome para poder chegar ao tamanho de corpo "admitido na sociedade". Uma mulher que não se valoriza apesar de saber que é inteligente, perspicaz e amada pela sua família (pelo menos pelos pais e irmão que não se importam de ela ser como é). É Vane, que lhe vai mostrar que ela é uma mulher bonita e interessante, capaz de fazer virar a cabeça de qualquer homem na rua. Desde logo, sente uma ligação física e mental com Bride e desde que a conhece ,digamos que, mais intimamente ele marca-a, mesmo sem se aperceber, e só depois é que se apercebe do porquê de ter sentido uma atracção tão forte assim que a viu.
Este livro tem muita, mas muita acção e desde a altura em que Vane ajuda Bride a "passar por cima" da besta (ups) do ex-namorado dela até à fase em que Vane adopta um cão abandonado e descobre que tem mais um irmão sem ser Fang, muita água vai correr debaixo da ponte.
Adorei ver um Ash mais descontraído e bem humorado (adoro o Acheron e ainda nem li o livro dele) e a pequena Simi... que fofa que ela é, embora mortífera. 
A forma como Kenyon conjuga todas as personagens de modo a que de uma maneira ou de outra todos acabem por lutar uns pelos outros (pelo menos os que nós gostamos). Foi bom também ter um outro vislumbre de Valério, embora que dê sempre a ideia de que é rigoroso e soturno, acho que Valério será uma personagem muito interessante.
Que mais posso dizer? Que adorei? Isso vocês já devem ter reparado... estou ansiosa por chegar ao livro do Fang .... a este ritmo, não devo levar assim muito mais tempo a lá chegar! Vamos ver :)

26/08/2016

Opinião | Saída da Escuridão | Tina Nash

Ela amava-o muito. E ele tirou-lhe os olhos...
Em 1999, quando Tina Nash, de dezanove anos, conheceu Shane, alguém a avisou de que ele era perigoso.
Mas quando o encontra uma década mais tarde, vê primeiro e acima de tudo um homem cujos braços lhe dão uma enorme sensação de segurança. Completamente apaixonada, é incapaz de reconhecer como o seu amante se pode tornar agressivo.
Ao fim de oito meses surge o primeiro ataque violento, e Tina rompe com ele. No entanto, o amor prevalece sobre o instinto de auto preservação. «Eu agora era como uma viciada em drogas que só ficava feliz quando conseguia a minha dose – a minha dose de Shane.»
Esse vício é mais forte do que a dor, o medo e a humilhação. As agressões continuam, a polícia é chamada… como consegue ela suportar? No entanto, Tina tolera mais torturas. Shane maltrata-a também à frente dos filhos, mas ela ainda acredita que é sempre a última vez e que agora ele vai mudar. Esta esperança termina a 20 de abril de 2011, com o ataque mais brutal. Shane passou doze horas a torturar uma Tina inconsciente e cegou-a...

Este é daqueles livros que nos arrepiam até ao mais fundo da alma. Pela brutalidade, pela violência psicológica, pelos sonhos desfeitos, pelas vidas roubadas e pela felicidade completamente destruída. Estava com receio de não gostar deste livro, mas dei por mim a lê-lo de uma forma voraz e sempre que parava de ler e estava a fazer outras coisas não conseguia deixar de pensar no que aconteceu a esta pobre rapariga.
Sei que há pessoas que leram e desde o início censuraram Tina, por ela ser permissiva, por deixar que alguém como Shane entrasse na sua vida e a destruísse por completo. Se por um lado concordo plenamente com essas pessoas, por outro lado consigo perceber a esperança que Tina trazia no coração de que ele mudasse e passasse a ser um bom rapaz. A isso chama-se estar completamente iludida e enganada. Tina sempre havia sido uma jovem bonita e decidida. Teve o filho muito nova e nunca teve muita sorte no que diz respeito ao amor e então aparece-lhe Shane, um homem forte e que ela pensa que a pode proteger contra tudo e contra todos. Alguém que a pode fazer feliz e que a aceita mesmo tendo um filho.
Como ela podia sequer imaginar que um dia, aquele homem que gostava tanto do filho dela e que dizia que a amava tão profundamente, iria destruir-lhe os sonhos, a felicidade e a oportunidade de ver o filho crescer? Foi culpa dela em ter chegado tão longe? Foi, definitivamente. Mas, debaixo daquela mulher independente vivia alguém com medo de estar sozinha, com medo que ninguém a amasse, com medo de não ser certa para ninguém. Tinha alturas que até me dava náuseas ver como ela dependia dele e de como todas as vezes ela o afastava e depois o acolhia. Quem não conhece a célebre frase "quem faz uma vez, faz duas ou três". Não é preciso ser-se muito sagaz para se ter noção de que se se leva no nariz uma vez, isso vai voltar a acontecer vezes sem conta até chegar a um ponto em que ou a pessoa morre de pancada e tudo se acaba ou consegue dizer "Basta!!" e solta-se de alguém assim tão violento e doentio. Pois, Tina tenta, de verdade, acabar com tudo (embora acalente sempre a esperança de que tudo possa voltar a ser como no início). Denuncia-o, rejeita-o e acaba com tudo. Mas ela deixou as coisas chegarem a um ponto tal, que já não havia muita coisa a fazer. 
Tina perde a visão, perde a alegria de viver, perde a felicidade de ver o filho crescer e perde toda a qualquer dignidade presa numa cama de hospital por meses a fio, agarrada apenas a uma esperança de que pelo menos um dos seus olhos não tenha sido danificado. Por esta altura, eu estava mesmo sinceramente a torcer por ela. Porque afinal das contas, ela tentou acabar com tudo, embora que tarde demais.
As descrições a todos as cenas de violência a que Tina foi submetida, com o seu apogeu na cena de a cegar de uma maneira absolutamente brutal, são de suster a respiração e acreditem que chorei em algumas vezes por sentir a dor dela de uma maneira tão real que nem sei como ela, sendo a vítima, conseguiu aturar tanto, levar tanta porrada física e psicológica e no final, ainda encontrar forças para sorrir e começar uma vida nova.
Peço desculpas se "estraguei" a leitura a alguém ao contar um ou outro pormenor, mas depois de ler um livro destes, foi o melhor que consegui.

Apesar de ser um livro forte e perturbador, recomendo a sua leitura, pois é com relatos como estes que muitas mulheres podem aprender e ver que perdoar nem sempre é o melhor a fazer.

Antes

Depois

(Este exemplar foi gentilmente cedido pelas Edições Asa em troca de uma opinião sincera)

25/08/2016

Opinião | A Herdeira | Kiera Cass

A Princesa Eadlyn cresceu a ouvir histórias intermináveis de como a sua mãe e o seu pai se conheceram. Vinte anos antes, America Singer entrou na Selecção e conquistou o coração do Príncipe Maxon – e viveram felizes para sempre. Eadlyn sempre achou romântica esta história de encantar, mas não tem qualquer interesse em tentar repeti-la. Por si, adiaria o casamento tanto tempo quanto possível.
Mas a vida de uma princesa não é inteiramente sua e Eadlyn não pode escapar à sua própria Selecção – por mais fervorosamente que proteste.
Eadlyn não espera que a sua história acabe em romance. Mas com o início da competição, um candidato poderá acabar por conquistar o coração da princesa, mostrando-lhe todas as possibilidades que se encontram à sua frente… E provando-lhe que viver feliz para sempre não é tão impossível como ela pensou.
Já todos conhecemos a história de America e Maxon, os pais desta herdeira Eadlyn e de mais três filhos, um deles gémeo de Eadlyn. Desde o princípio que Eadlyn se ressente por ter de ser ela a a gémea que nasceu uns segundos antes e que carrega nos ombros a responsabilidade de um dia ser a Rainha. Talvez por esse facto, e apesar de já ter dezoito anos, ela passe uma imagem de ser uma miúda mimada, intransigente e insensível que se mantém à distância de tudo e de todos. Sinceramente, e apesar de ela ter mudado de comportamento ao longo do livro, não me parece que Eadlyn vá conquistar os corações dos leitores com a mesma facilidade que a mãe conseguiu nos três livros anteriores. Também America dava a ideia de ser uma jovem completamente à parte de tudo o que significava fazer parte da Selecção para conquistar o coração do Príncipe Maxon, mas ela conseguiu mesmo conquistar-nos, aos poucos e mostrando que merecia ser a Escolhida. 
Os tempos que correm no Reino estão longe de serem os melhores, apesar de Maxon ter acabado com as castas e tudo o que elas implicavam. Ao longo de vinte anos de reinado, Maxon conseguiu uniformizar a sociedade e, contava que, com isso, a paz fosse reinar por muito tempo. No entanto, ainda existe muito preconceito e parece-me que alguma indisciplina. Maxon já não sabe o que fazer para resolver todos os conflitos e guerrilhas que vão surgindo há já algum tempo e é aí que Eadlyn pode fazer a diferença. Já há vinte anos que não havia uma Selecção, só que agora e pela primeira vez é para encontrar um marido para a Rainha e não o contrário. A questão é que, Eadlyn não tem qualquer interesse em fazer parte dessa Selecção que desviará as atenções do povo para que assim Maxon possa pensar em algo que resolva as questões mais urgentes do reino. É natural que para Eadlyn seja difícil e até mesmo impensável pensar em casar. Não tem qualquer à vontade com rapazes que não sejam os seus irmãos e não sente que precise de um homem para poder governar, quando se tornar Rainha. Esta Selecção tem muito que se lhe diga porque ela é implacável com os rapazes mais atrevidos e ao longo do livro consegue mudar de atitude e olhar para os que ficaram, de uma forma mais terna e simpática. No final do livro acabei por conseguir começar a gostar um pouco da garra que Eadlyn demonstra e pela capacidade que ela tem de ir abrindo o seu coração aos poucos a cada um dos que ficaram no palácio. Foi muito bom rever America, Maxon, Aspen (agora tornado General das "tropas" reais) e já tenho o meu preferido para conquistar de uma vez por todas o coração (já não tão inflexível) da nossa princesinha. Como sempre, adorei a forma leve, bem humorada e fluída com que Kiera Cass já nos habituou e estou ansiosa para saber quem será o escolhido a dividir a sua vida e o seu coração com Eadlyn. Espero que seja o mesmo que estou a pensar e se for...... 
Não percam (nem pensar nisso) mais este livro *delicioso* (apesar do mau feitio da princesa)

(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Marcador em troca de uma opinião sincera)

24/08/2016

Opinião | O Tempo dos Amores Perfeitos | Tiago Rebelo

Tiago Rebelo conta-nos as aventuras de um oficial português em Angola, nos finais do século XIX, nos conturbados anos que se seguiram ao Ultimatum britânico, uma época em que a coroa portuguesa se debate com extremas dificuldades militares no interior da colónia. Num universo de ficção e veracidade histórica acompanhamos a história de sobrevivência do jovem tenente Carlos Augusto de Noronha e Montanha, um antepassado do escritor, que é destacado para algumas das operações mais difíceis no interior de Angola, e o seu romance impossível com Leonor, a filha do governador, rebelde e determinada. Intensamente apaixonados vêem, no entanto, a sua relação amorosa comprometida por conflitos de interesses que opõem a família de Leonor ao tenente Montanha.

GoodReads
Este livro deixou-me completamente arrebatada!
Foi uma leitura recheada de emoções e rica em detalhes extraordinários com que o autor escreveu e transmitiu toda a narrativa! A forma simples mas intensa com que o Tiago Rebelo nos apresenta a realidade angolana aquando da expansão portuguesa por território africano durante o século XIX e os momentos românticos fugazes típicos da época foram absolutamente deslumbrantes.
Inicialmente, Tiago Rebelo dá-nos a conhecer as histórias de duas mulheres: Leonor e Benvinda.
Benvinda é uma mulher jovem que decidiu mudar a sua vida, mesmo que para isso tenha de ter feito algo que lhe poderia vir a custar a vida. Mas a sua liberdade é mais importante que qualquer outra coisa.
Por sua vez, Leonor é filha de um conhecido coronel e faz parte de uma família conceituada e bastante conhecida pela sua influência política. Esta e a sua família viajam para Angola a bordo de uma corveta. Leonor estava feliz por conhecer outra realidade, uma liberdade diferente daquela a que estava habituada. Ao longo da história, Leonor mostra ser uma mulher que luta por aquilo que quer, mesmo que para isso tenha de mudar mentalidade.
No entanto, o verdadeiro herói de toda a história é Carlos Montanha: um oficial do exército que terá muitas vezes a sua vida em risco devido ao seu trabalho. Esta foi uma personalidade que Tiago Rebelo trabalhou e sobre a qual pesquisou, conseguindo dar-lhe uma vertente mais apaixonada e delicada.
Durante a viagem de corveta para Angola, Leonor mete conversa com Carlos de uma forma inocente e sem segundas intenções, enquanto ambos fumam charutos, num ambiente totalmente descontraído. Mas à medida que os dias passavam e que a viajam chegava ao fim, a união entre ambos tornou-se bastante forte e única.
Contudo, devido à época em questão e às vertentes políticas que toldavam a sociedade, Leonor e Carlos vêem-se perante situações que os deixam de rastos, mas sem nunca desistir daquilo em que acreditam e sentem.
Desde o primeiro capítulo que me foi impossível largar este livro. O suspense que o autor transmitia ao longo das várias cenas e a ânsia de querer saber como é que tudo irá acabar fizeram-me devorar este livro fantástico!
Devo dizer que fiquei emocionada com o final que foi escrito e, de certa forma, surpreendida. Contudo, vistas bem as coisas, foi um final ótimo que demonstra o quanto o amor e os sentimentos podem toldar a vida e as ações de uma pessoa.
Este foi o meu primeiro livro do Tiago Rebelo, mas foi uma surpresa fantástica!

Opinião | Viver depois de Ti | Jojo Moyes

Lou Clark sabe muitas coisas. Sabe quantos passos deve dar entre a paragem do autocarro e a sua casa. Sabe que trabalha na casa de chá The Buttered Bun e sabe que não está apaixonada pelo namorado, Patrick. O que ela não sabe é que vai perder o emprego e que todas as suas certezas vão ser postas em causa. 
Will Traynor sabe que o acidente de motociclo lhe tirou o desejo de viver. Sabe que agora tudo lhe parece triste e inútil e sabe como pôr fim a este sofrimento. O que não sabe é que Lou vai irromper na sua vida com toda a energia e vontade de viver. E nenhum deles sabe que as suas vidas vão mudar para sempre. 
Em "Viver Depois de Ti", Jojo Moyes aborda um tema difícil e controverso com sensibilidade e realismo, obrigando-nos a reflectir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências.

Já acabei este livro há muitos dias atrás, mas depois de o acabar fui completamente incapaz de fazer qualquer comentário ou opinião, com receio de meter os pés pelas mãos. Fiquei absolutamente rendida a esta história. Chorei como uma desalmada, principalmente no final, porque o meu coração de manteiga esperava sinceramente que algo de miraculoso acontecesse. E aconteceu, de facto. O milagre do amor que salvou tanto a Lou como o Will. Ensinou-os que o amor não precisa ser entre duas pessoas perfeitas. O amor nasce onde e quando menos esperamos.
Esta história há-de estar na minha mente por muitos e muitos anos e só espero ter tempo para ler e reler este livro maravilhoso outra e outra vez, porque sei que de todas as vezes que o ler, vou sentir exactamente o mesmo ou ainda com mais força. Esta história entre uma Lou Clark, destemida e um pouco louca, e Will Traynor resmungão, de mal com a vida e ex praticante de desportos radicais e perigosos. Um Will preso a uma cadeira de rodas e sem qualquer esperança de voltar a ser o homem vibrante e destemido que era. Não é de admirar que ele não sentisse alegria e fosse um homem amargo e sarcástico com os que o rodeiam. No entanto, desde que o conheci, nunca tive aquela sensação de que ele era um homem azedo e rude. Era, pelo contrário, um homem decidido e forte a quem a vida lhe tinha pregado uma valente rasteira e que queria retomar o comando da sua própria vida.
Lou é, efectivamente, uma lufada de ar fresco. É divertida e diligente, embora muitos tentem fazer com que ela pense que não é uma mulher inteligente e que aos vinte e seis anos, tem muita sorte de ter um namorado como Patrick, o corredor. Por falar nele, foi a única personagem que realmente não me caiu nas boas graças. É egoísta, egocêntrico e não sabe dar valor à vida que tem e nem se compadece de quem, por infortúnio da vida, precisa dos outros para quase tudo, até para coçar uma simples orelha. Estava sempre ansiosa que Lou abrisse os olhos e visse a criatura enervante que era o namorado.
Adorei a forma como aos poucos Lou foi derrubando os muros de Will. Aos poucos foi entrando no seu coração para nunca mais de lá sair. 
Will, por sua vez, também conseguiu fazer com que a Lou resignada a viver naquele pedaço de terra, a ter uma vida sossegadinha e pacata começasse a ver a vida com outros olhos. Com olhos de uma mulher vibrante e com desejo de conhecer o mundo e ser mesmo alguém que viveu intensamente, como ela mesma era... intensa.
Como disse antes, não consegui escrever uma opinião "decente" assim que acabei o livro, embora tivesse mil e uma coisas a dizer sobre este livro maravilhoso, mas nunca seria o suficiente. Jojo Moyes arrebatou-me por completo com esta história. Converteu uma história de sofrimento, desilusões e lágrimas, por uma história apaixonante de uma mulher simples que conhece um homem maravilhoso (ainda que incapacitado quase por completo) e juntos aprenderam que a vida, por mais sofrida que seja, vale sempre a pena ser vivida porque nunca se sabe quando vamos encontrar sempre mais motivos para amar.
Acho que enquanto viver, vou ter sempre esta história na minha mente. Jojo Moyes acaba de ganhar mais uma fã incondicional!
 
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera)

23/08/2016

TeaserTuesday | Just Friends | Monica Murphy

Hoje é dia de mais um Teaser do novo livro de Monica Murphy que será lançado em 16 de Setembro!


#teasertuesday
#monicamurphy
#justfriends

17/08/2016

Opinião | O Brilho Azul das Estrelas | Laura Pritchett

A demanda de um homem para corrigir o passado.
Ben e a sua mulher vivem num rancho próximo das Montanhas Rochosas, no Colorado. Ben é ainda um homem activo e pleno de vida, quando lhe é diagnosticada a doença de Alzheimer. Ao perceber o avanço desta, começa a sentir que é um fardo para a mulher e que não lhe resta muito tempo de consciência.
A juntar a isto, o passado trágico da família regressa com toda a violência após a libertação de Ray, o marido da sua falecida filha Rachel, que estava preso a cumprir pena pelo seu homicídio. Motivado pelo desejo de vingança, Ben decide corrigir o que está mal e levar avante um último gesto de amor e justiça pela sua família.
Com uma sinceridade arrebatadora, O Brilho Azul das Estrelas oferece-nos uma história notável de dedicação e coragem, provando-nos que o amor sobrevive ao adeus.
O tema deste livro é assim um pouco difícil e complicado de abordar, uma vez que fala de uma doença que nos dias de hoje está a tornar-se cada vez mais frequente. Quando falamos com alguém que já não vemos há algum tempo e perguntamos: "Então como está a família?" e a resposta, eventualmente, acaba por ser "Está tudo bem, tirando o meu pai a quem foi diagnosticado Alzheimer.". Quantos de nós já não se pôs a pensar "E se um dia eu sofrer de Alzheimer? Quem cuidará de mim com a paciência e amor suficientes?"
O que muita gente não sabe é que tanto sofre o doente como as pessoas que o cercam. Esposas, filhos, netos, maridos, sobrinhos... não é só o doente que é afectado. Todos à sua volta sofrem um forte abalo nas suas vidas e este livro é um espelho do que muitas vezes se passa. As pessoas mais chegadas ao doente são quem mais sofrem, porque de uma maneira ou de outra, o doente vai esquecendo de cada vez que se lembra de alguma coisa, esquece-se das dores que passou no dia anterior, esquece-se da frustração e raiva que se sente quando não se lembra sequer de como os seus filhos se chamam, ou se até os têm. No final das contas, quando uma pessoa recebe esse diagnóstico não é apenas a vida dessa pessoa que muda.
Neste livro, tenho de dizer que Ben, apesar da doença e de tudo o que ela implica, conseguia ser o mais consistente. Sabia que doença tinha e o que ela provocava. Sabia que a cada dia que passava ele ia esquecer-se até de quem era. Sabia que tinha de "consertar" algo que no passado ele não conseguiu evitar devido à sua própria inércia. Ben perdeu uma das suas filhas porque não foi rápido o suficiente para evitar que ela levasse um tiro do próprio marido. Pelo menos, isso é o que ele pensa. A culpa corroí-lhe o pensamento e a alma até que lhe é diagnosticado Alzheimer. A partir daí, a vida dele, de Renny, dos seus netos e da sua filha muda por completo. Renny torna-se uma mulher ainda mais dura e agressiva no que a ele diz respeito. Não tem a paciência necessária para lidar com uma doença assim, não tem a calma suficiente para lidar com o próprio marido. Se por um lado,é compreensível que ela se sinta assim, cansada e saturada, por outro lado, acho inadmissível que a esposa de uma vida se ressinta assim tanto contra o marido que culpa nenhuma tem de ter essa doença e que se mostre ser uma pessoa tão egoísta e tão cruel. Ainda que não lhe dissesse metade do que lhe ia na alma, nós leitores temos acesso a todos os pensamentos pouco amorosos e aos seus desabafos interiores. Acho que Renny é uma personagem muito difícil de ser apreciada, mesmo todos nós sabendo que ela ama o marido. Por incrível que possa parecer, a personagem que gostei mais foi da neta mais velha de Ben. Muito calada, observadora e estranha à sua maneira. Embora passe despercebida, é uma personagem que acaba por ser aquela que mais se parece com o avô e que mais o apoia, mesmo em silêncio. É filha de Rachel, a filha assassinada de Ben. Aquela que sempre lhe vem ao pensamento e que sempre lhe dá a sensação de que antes de partir deste mundo, tem de colocar os pesos nas balanças correctas.
Uma história que nos ensina que, apesar de tudo o que de mal a doença de Alzheimer contempla, há sempre uma alma que sofre em silêncio e que precisa de nós, do nosso apoio, do nosso carinho e da nossa paciência. Um livro com uma carga emocional e dramática muito forte que nos ensina que nem sempre precisamos de viver para fazer o que é certo.
Recomendo.
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela TopSeller em troca de uma opinião sincera)

16/08/2016

TeaserTuesday | Just Friends | Monica Murphy

E, para os seguidores de Monica Murphy, aqui fica o primeiro Teaser do seu novo livro que será lançado a 13 de Setembro de 2016, "Just Friends". Era muito bom se depois este livro fosse adaptado aqui em Portugal... fica a dica ;)


O livro está em pré-venda em 

Teaser

Isto promete ... Fiquem atentos às novidades!!