03/04/2020

Opinião | O Casamento Inventado | Julia Quinn | Edições ASA


Enquanto dormias...Órfã e com o irmão ferido nos campos de batalha da América, Cecilia Harcourt vê-se perante duas opções aterradoras: ir viver com uma tia solteirona ou casar com um primo maquiavélico. A jovem escolhe a opção... três: atravessar o Atlântico e ajudar o irmão a recuperar. Mas após uma semana de buscas, Cecilia não encontra o irmão e sim o melhor amigo dele, Edward Rokesby. O galante soldado está inconsciente e a precisar desesperadamente de cuidados. Para lhe salvar a vida, Cecilia recorre a uma pequena mentira...
Eu disse a todos que era tua mulher.
Ao recuperar a consciência, Edward constata que não recorda nada dos últimos três meses. Mas... decerto que se recordaria de ter casado... ou não? Mas se todos dizem que assim é…
Se ao menos fosse verdade...
A mentira que Cecilia contou pode pôr em risco todo o seu futuro, mas ela fê-lo por amor... pois quanto mais tempo passa com o jovem, mais intensos (e verdadeiros!) são os sentimentos que nutre por ele. E quando a verdade vier ao de cima, quem sabe o que irá acontecer? O próprio Edward poderá ter também algumas surpresas por revelar...


Como sempre, Julia Quinn não me desapontou em relação a este livro e às personagens que nele colocou. Dona de uma escrita que já todos sabemos ser fluída e divertida, a autora traz-nos, desta vez, a história de amor entre Cecillia e Edward. No primeiro livro desta série, já tínhamos ouvido falar em Edward. Era aquele dos irmãos Rokesby que, supostamente, iria casar com a irreverente Billie e que estava desaparecido em serviço militar.

Ora, estando desaparecido, não foi ninguém mais que o encontrou senão Cecilia Harcourt. A irmã do melhor amigo de Edward desde que tinha ido em serviço militar. 
Quis o destino que eles se conhecessem através das cartas que ela mantinha com o irmão e que, numa tentativa de fugir a um futuro horrível por ser obrigada a casar com um homem medonho, ela fugisse de casa e fosse à procura tanto do irmão como de Edward, que ela já considerava um amigo. 
Encontrou Edawrd, mas o irmão continuava desaparecido e numa situação de extremos Cecilia é obrigada a mentir quando encontra Edward inconsciente num hospital de campanha militar e diz aos superiores que é esposa dele. Sempre ouvi dizer que o coração quer, o que o coração quer, e essa mentira, que ela pretendia esclarecer assim que Edward acordasse, acabou por ser a verdade que ela sentia no seu coração desde que tinha conhecido o melhor amigo do irmão, primeiro por carta e depois pessoalmente.

Seria de esperar que quando Edward acordasse, afirmasse logo que nem ela era sua esposa como nem sequer a conhecia. A questão é que, ele acordou de tal forma confuso pela lesão na cabeça que sofreu, que não só a reconheceu como esposa, acreditando na história que ela inventou na hora, como a reconhecia como irmão do seu melhor amigo, pela fotografia que ele lhe havia mostrado.
Ora, daí até à altura em que ele começa a lembrar-se de tudo o que aconteceu muita coisa vai acontecer e, tantas são as gargalhadas que damos com a relação entre Cecilia e Edward como os suspiros que soltamos quando, efectivamente, nos damos conta de que eles pertenciam um ao outro.

Mais uma vez Julia Quinn criou duas personagens maravilhosas quer nas personalidades, como também na forma como interagem uma com a outra. Ele sempre educado e atencioso pois já a conhecia e amava há muito tempo, e ela, com o coração apertado pelas mentiras que iam nascendo da mentira inicial que era abismal, pelo menos naquela altura. 

Embora o final não seja de surpreender, até lá chegarmos é uma jornada muito divertida e prazerosa, tendo em conta que depois ainda temos a parte em que Edward regressa a casa e temos novamente um vislumbre de Billie e George, o casal que nos apaixonou no primeiro livro.