17/08/2015

Opinião "Perigo Irresistível" de Becca Fitzpatrick

Britt Pheiffer sonha há mais de um ano com umas férias repletas de aventura.
Treinou vários percursos pelas Montanhas Rochosas, comprou equipamento especial e até se sente confiante para levar consigo a melhor amiga, mais adepta de centros comerciais do que do ar puro das montanhas.
Poucas horas após o início da viagem, um nevão inesperado obriga-as a refugiarem-se numa cabana abandonada, aceitando a hospitalidade dos seus dois estranhos ocupantes: dois homens jovens, atraentes e… em fuga.
Feita refém, Britt é obrigada a guiá-los pela montanha e espera conseguir aguentar-se tempo suficiente até Calvin - o ex-namorado que ainda não conseguiu esquecer - poder encontrá-la.
Nada é o que parece nesta aventura nas paisagens inóspitas do Wyoming. Mason, um dos raptores, é estranhamente simpático para Britt. Já Shaun é claramente um homem perigoso.
Mas será Britt capaz de resistir à perigosa atracção que Mason parece exercer sobre ela e, por fim, sobreviver?

*Pode Conter Spoilers*
 
 Depois de ter lido a saga "Hush, Hush" de Becca Fitzpatrick, a qual eu adorei, estava muito ansiosa por ler este novo livro dela, desta vez num género diferente. Qual o género? Não sei ao certo... Não sei se o enquadre em Young Adult, se em Drama, se em Thriller , se em Suspense ou se em Romance.

Mas bem, lá me decidi simplesmente pelo Young Adult com um pouco de Suspense e Drama à mistura. Acho que se aplica. Pois temos romance, temos três assassinatos de três raparigas em menos de um ano e temos o assassino em fuga pois ele ou eles nunca foram apanhados.
O livro começa de uma maneira estranha tenho de admitir pois assistimos "em directo" ao assassinato de Lauren e de qualquer maneira sempre pensei que ela se safaria pois apesar das estupidezes que fez, parecia ser uma rapariga determinada e inteligente. Não foi o caso, pois ela é uma das raparigas desaparecidas.
Aqui neste livro temos a história de uma jovem de dezoito anos que, com a vontade de fazer frente ao ex-namorado (que por acaso é o irmão da melhor amiga dela) e mostrar-lhe que ele perdeu uma grande mulher aventura-se numa viagem de exploração às Montanhas Rochosas, onde a família de Korbie, a melhor amiga, tem uma espécie de chalé. Tudo corria bem até que a meio da viagem de carro até ao destino são apanhadas por uma tempestade de neve e ficam atoladas no meio da estrada, sem qualquer visibilidade, sem telemóvel (não havia rede) e sem rádio de comunicações. Ou seja, completamente tramadas! 
Eis que se lembram de sair do jipe e ir à procura de ajuda. Por um lado foi má ideia uma vez que nunca se sabe o que vamos encontrar pelo caminho, por outro lado, bem... não podiam ficar no meio da estrada, sem luzes, sem nada à espera que lhes batessem. No lugar delas, sinceramente não sei qual seria a minha opção. Adiante, é nesta fase que encontram uma pequena cabana com dois homens lá dentro, Shaun e Mason. Será aqui que elas vão preferir terem ficado no carro.
Desde a primeira vez que Mason apareceu que gostei dele. Curiosamente, ele apareceu na bomba de gasolina ainda antes de tudo ter acontecido e mostrou ser um rapaz doce e atraente. No entanto, quando acompanhado por Shaun (homem detestável) torna-se em alguém frio e desprovido de qualquer emoção. Isto bastaria para aterrar qualquer uma, quanto mais duas miúdas inconsequentes, habituadas a que tudo corresse de feição para elas, principalmente Korbie.
A menos de meio do livro já sabia que o Calvin, ex-namorado da Britt, não era quem se pensava que era. E quando lerem o livro vão perceber. 
Gostava de poder contar tudo o que realmente se passa neste livro, o modo como Shaun as tratou, a maneira como elas sofreram e a luta de Mason para que elas não se metessem numa embrulhada tão grande. 
Sei que existem muitos leitores que ficaram algo decepcionados porque esperavam mais de uma história assim e de uma autora que já nos habitou a bons livros. Contudo,apesar de previsível (até porque apesar de escrever bem, Becca Fitzpatrick não prima pela imprevisibilidade), acho que está uma história bem conseguida e no final ele (Mason) ter-lhe dado aquele tempo para ela saber o que queria da vida foi bem pensado. No final acabei por valorizar a Britt... acho que ela amadureceu imenso com todas as provações que passou em menos de cinco dias. Quanto à Korbie, achei bem elas terem deixado de ser amigas, tanto pelo que se passou no final e também porque acho que a Korbie nunca deu valor à amiga que Britt sempre foi. Estava em constante competição com ela e para ela estava sempre em vantagem e ela tenha arranjado uma melhor amiga que gosta dela pelo que ela é e não por comparações de quem é que tem mais ou é melhor.
Por isso, sim, acho que não poderia ter dado menos do que quatro estrelas, pela maneira como está escrito, leve e bem estruturado e de uma maneira que prende os leitores... se há coisinhas que me fizeram revirar os olhos? Sim, mas não deixa de ser uma boa variante da escrita de Becca Fitzpatrick. Espero que a Porto Editora aposte sempre e mais nessa autora.

(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera e honesta.)

12/08/2015

Opinião "Tentadora ao Cair da Noite" de Emma Wildes

Dona de uma escrita envolvente, que combina na dose certa sensualidade e erotismo, Emma Wildes apimenta esta história, habilmente construída, com muita sensualidade e paixões avassaladoras.
12.º título da autora e mais de 30 000 exemplares vendidos consolidam Emma Wildes como uma referência em Portugal no género do romance histórico erótico.


O que acontece quando um admirador secreto persistente e intrigante tenta uma senhora virtuosa?
Sophie sabe que não deve sucumbir à tentação, mas quando descobre que o admirador que lhe envia presentes e bilhetes escandalosos é o jovem e delicioso visconde Breton, não pode deixar de se sentir lisonjeada e considera uma ligação. Ninguém saberá, porque essa será a oferta proposta. 
Julius Valacourt pode ter má fama, mas a mulher dos seus sonhos é ardilosa e está determinado a mudar a sua maneira de pensar. Quando sente que ela está na dúvida, intensifica a corte e concorda com todos os termos. Tudo parece correr de feição até que Sophie acaba com as suas fantasias. 
Um caso secreto, apaixonado, que pode terminar em desastre social ou revelar-se uma extraordinária história de amor…

*Pode Conter Spoilers*
Foi o primeiro livro que li desta autora e sinceramente, pelo que já ouvi tanto falar dela, estava à espera de mais. Não é que não tenha gostado, atenção! A questão é que parece-me que ficou a faltar algo a este livro... Mais emoção, talvez? Se calhar tinha sido boa ideia ter separado as duas histórias amorosas dos dois irmãos Valacourt. Achei poucas páginas para intensificar como deve ser os dois casos amorosos. Não é muito habitual haver dois casais com tanta preponderância num livro só. E se querem que vos diga, gostei mais do casal secundário, se é que se o pode chamar assim.
Ora bem, temos então Sophie, uma aristocrata viúva aos trinta e quatro anos. Apesar da sua idade, é uma beldade ainda e é o alvo da atenção amorosa de Julius Valacourt, quase dez anos mais novo. Através de bilhetes eróticos anónimos, flores e outros presentes, Julius consegue fazer com que Sophie sinta de novo o desejo de ser mulher. Contudo, Sophie não deseja casar-se e a partir do momento em que desconfia que os bilhetes e presentes são de Julius, não se deixa intimidar e vai directa ao assunto. Marca encontro com ele numa casa alugada secretamente e diz-lhe directamente que sabe que é ele o seu admirador secreto e que está disposta a ter um caso com ele mas com as condições de que não se pode tornar público, nem se poderá tornar mais do que isso mesmo: Um caso.
Até aí está tudo muito bem, até porque sabemos que naquele tempo as mulheres tinham de ser virtuosas, mas não o eram na verdade. Todavia, acho que Sophie agiu depressa demais. As coisas entre eles os dois passaram-se com muita velocidade e acho que sem muita chama. Num momento estavam a falar pela primeira vez. como ela já estava despida e ele também. Não houve romance, não houve ternura, apesar de Julius ser sempre cuidadoso e terno. A par de Sphie e Julius, temos o desenrolar, também ele veloz, do amor de Jonas (irmão de Julius) e Olivia Appleton. Tenho mesmo de dizer que gostei muito mais do irmão Jonas do que de Julius. Embora não saiba bem porquê... Jonas, embora seja pouco mais novo do que o irmão, é mais divertido, alegre e desenvolto a todos os níveis. Julius era mais desenvolto a nível sexual, parece-me. Mas só temos acesso a esta informação quando a situação assim o permite, enquanto que em relação a Jonas temos acesso livre a todas as características dele. Por isso achava que o casal Jonas e Olivia ia ser o tema do segundo livro desta série. Afinal não será, uma vez que tudo ficou resolvido nestas duzentas e sessenta e quatro páginas. Apesar de ter achado tudo muito rápido, gostei da forma como Emma Wildes descreve as cenas eróticas. Nem muito fracas, nem fortes demais. Apropriadas, digamos. Nada de obscenidades e afins. Tudo com muito erotismo e pouco porno, embora Julius fosse bastante "letrado" nesse campo (lol).
Se gostei das personagens? Gostei, claro. Não houve nenhuma que me fizesse rebolar os olhos de tédio ou de irritação. No entanto, acho que fez falta uma má da fita. Eram todos muito bonzinhos e educados. Não houve conflito, não houve ciúmes de fazer saltar a tampa. Enfim, tudo muito dentro dos parâmetros da época.
Espero que o próximo que ler dela, seja mais intenso, mas recomendo, claro! 

10/08/2015

Opinião "A Pedra das Lágrimas - Parte II" de Terry Goodkind

Esta é a segunda regra dos feiticeiros:
O pior dos males pode surgir da melhor das intenções
Os caminhos de Richard e Kahlan separaram-se: forçado a submeter-se aos desejos da Madre Confessora, o portador da Espada da Verdade encaminha-se para o Palácio dos Profetas, em Tanimura, a fim de aprender a controlar o seu dom, antes que este o mate. Por outro lado, a última das Confessoras, enredada numa trama de mentiras piedosas cujo único objectivo é salvar a vida do homem que ama, dirige-se para a Fortaleza dos Feiticeiros, em Aydindril, onde espera encontrar Zedd e, juntos, ajudarem Richard a cumprir o seu destino.
Todavia, num mundo em que a magia é, simultaneamente, uma bênção e uma maldição, e em que qualquer um pode ser um agente do Guardião disfarçado, distinguir aliados de inimigos revela-se uma tarefa hercúlea. Através dos seus próprios erros, o seeker e a Madre Confessora vão descobrir, da forma mais dolorosa, que a maior das bondades e a melhor das intenções podem constituir um caminho insidioso para a destruição. 
Sabedoria, prudência e uma boa compreensão da primeira regra dos feiticeiros são as únicas armas de que dispõem: mas serão suficientes para reparar o véu e devolver a Pedra das Lágrimas ao reino dos mortos?

*Pode Conter Spoilers* 
Sempre que penso que Terry Goodkind já não me pode surpreender, eis que ele "chega" e arrebata-me de novo.
A segunda parte de "A Pedra das Lágrimas" está repleta de aventuras fantásticas, descritas de uma maneira *deliciosa* como sempre Terry Goodkind nos vem habituando. É de tal forma directo que é impossível não nos sentirmos parte da acção, é impossível não sentirmos todas as emoções que as personagens nos transmitem durante todo o livro. Dor, amor, saudade, desejo, dúvidas, certezas, tudo o que faz parte da essência humana é-nos transmitido de uma forma absolutamente soberba. Tenho de admitir que, mais uma vez, foi-me algo difícil entrar na história, talvez por já haver tanta coisa envolvida, talvez pela introdução de mais personagens. O que é certo é que rapidamente me vi envolvida por toda a magia, toda a maldade, toda a paixão que está presente em todas as páginas desta história maravilhosa. De cada capítulo que terminava, ficava sempre ansiosa para ver o que iria acontecer no seguinte, e depois no seguinte, até que finalmente os pontos foram colocados nos "i's" e o Mundo descrito por Terry Goodkind regressa à sua "normalidade" e relativa paz.
Depois de tanto sofrimento, tantas desilusões seria de esperar que Kahlan e Richard acabassem ou por morrer no final (acho que ninguém "normal" sobrevive a tantas provações) ou então acabassem por reencontrar-se de uma maneira absolutamente fora do normal. Tanto Richard como Kahlan mostraram ser pessoas com uma personalidade extremamente forte e destemida. Têm medo de tudo, mas ao mesmo tempo enfrentam todas as adversidades com uma coragem e uma inteligência incríveis. Personagens dotadas de grande carisma e das quais é impossível não se gostar. Richard sempre com a bondade presente no seu coração, apesar de ter a noção de que poderá ser um mensageiro da morte e Kahlan com aquele amor imenso por Richard que a guia através de combates violentos, traumas impossíveis de esquecer. Por Richard, ela é capaz de tudo e ficou mais que provado de que ela é, efectivamente, A Madre Confessora!
Adoro o Zedd. Apesar de todo o sofrimento e do peso que carrega nos ombros desde sempre, é alguém capaz de amar intensamente, de ser bem humorada e de uma inteligência soberbas. Terry Goodkind tem o dom de criar personagens apaixonantes. 
O facto de eu não ter "dado" as cinco estrelas, prende-se apenas pelo facto de que tive imensas saudades de ver o Richard e a Kahlan mais tempo juntos. Todas as juras e promessas de amor ficaram suspensas e correram o risco de nunca serem concretizadas.
Tenho de salientar o facto de que a tradução deste livro está fantástica e a edição impecável. Não encontrei uma única "gralha" ou "gafe" de foro editorial e o facto da capa ser um estrondo só ajuda no impacto final.
Recomendo!
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera.)

Passatempo "És tudo o que eu Quero" - Resultados

Bom dia a todos! Antes de mais nada desejo a todo uma semana fantástica e se for o caso, umas óptimas férias com muito sol, muito descanso e muitas leituras!

Agora.. a semana passada terminou o passatempo que tivemos com o apoio da Presença (mais uma vez, obrigada pelo apoio).


E a feliz vencedora é........



Nome Completo: 
Marta Sofia Oliveira Ferreira Santos
Nome de Seguidora: 
martasofi
Localidade / Email:
Rio de Mouro / marta(...)@(...).com

Muitos Parabéns!!!

Serás contactada a fim de me facultares a tua morada para o envio do teu livro ^_^

Aos restantes participantes fiquem atentos pois teremos em breve os passatempos referentes ao 3º Aniversário do Sinfonia dos Livros.

Até à Próxima!

03/08/2015

Opinião "A Escola do Bem e do Mal" de Soman Chainani

"Os primeiros sequestros aconteceram 200 anos antes. Em alguns anos eram dois meninos levados, alguns anos duas meninas, às vezes, um de cada. Mas, se num primeiro momento as escolhas pareciam aleatórias, logo o padrão tornou-se claro. Um deles era sempre bonito e bom, a criança que todos os pais queriam como sua. O outro era solitário e estranho, um pária desde o nascimento. Um par oposto, arrancado de juventude e A Viagem de Chihiro".
Este ano, as melhores amigas Sofia e Agatha estão prestes a descobrir onde todas as crianças perdidas vão: a Escola do Bem e do Mal, onde meninos e meninas comuns são treinados para serem heróis de contos de fadas e vilões. Como a menina mais bonita Gavaldon, Sofia sempre sonhou em ser sequestrada para se levada para um mundo encantado. Com os seus vestidos cor de rosa, sapatinhos de vidro, e devoção a boas acções, ela sabe que vai conseguir ter as melhores notas na escola de pós-graduação para o Bem e ser uma princesa de contos de fadas. Por outro lado, temos Agatha, com seus vestidos disformes pretos, um mau gato de estimação, e que não gosta de quase toda a gente, parece um ajuste natural para a Escola para o Mal.
Mas, quando as duas meninas são arrastadas para a Floresta Interminável, elas encontram os seus destinos invertidos - Sofia é largada na Escola para o Mal, que tornam os seus alunos feios, aprendem Maldições da Morte, e têm Formação para a maldade, enquanto que  Agatha encontra-se na Escola para o Bem, onde reinam príncipes bonitos e belas donzelas todos eles encaminhados para aulas de princesa, Etiqueta e Comunicação animal .. Mas e se o erro é na verdade a primeira pista para descobrir quem Sofia e Agatha realmente são ...?
A Escola de do Bem e do Mal é uma jornada épica para um novo mundo deslumbrante, onde a única maneira de sair de um conto de fadas é viver através de um.

*Pode Conter Spoilers* 
Antes de ir ao conteúdo desde livro *delicioso* tenho mesmo de fazer referência à capa. Simplesmente ma.ra.vi.lho.sa! Adoro Hardcovers e esta é magnífica. Desde que lhe coloquei os olhos em cima fiquei completamente rendida! E a imagem?! Agatha e Sofia lado a lado, juntamente com os cisnes Branco e Negro, símbolos de cada escola? Lindo! Não podia deixar de falar neste aspecto que num livro é tão importante!
Agora, em relação à história escrita nas páginas deste livro... Estava à espera de algo muito infantil, tenho de admitir. Em vez disso, deparo-me com uma história que de certa forma segue os parâmetros de uma história de contos de fadas, mas de uma forma muito adulta e sempre com vista a uma lição a retirar de tudo o que acontece. Caso não saibam, eu adoro contos de fadas. Sempre gostei e ter lido este livro de 540 páginas em menos de dois dias é prova disso.
Nunca tinha lido nada de Soman Chainani, e fiquei muito surpreendida, pela positiva. Escreve de uma maneira que consegue prender o leitor até ao final. Os capítulos, apesar de serem maiores do que aqueles a que estou mais habituada a ler, são recheados de descrições de espaços e emoções, de aventuras e de reviravoltas. É um nunca mais acabar de sentimentos contraditórios, que nos enchem por completo a imaginação. Gostei imenso da forma como esta história é-nos apresentada e as imagens no inicio de cada capítulo apenas ajudam a nossa imaginação a ir mais longe.
Sofia é a típica princesinha (a meu ver fútil) que tem a mania que é boazinha porque dedica parte do seu tempo a ser amiga de Agatha, alguém triste e sombrio que foge de toda a gente e detesta as pessoas. Por isso mesmo é que mora no cemitério e tem um gato chamado Reaper. Acho que isso diz tudo. No entanto, apesar de normalmente as pessoas gostarem sempre do que é bom e bonito eu desde o principio sempre gostei mais da Agatha. E quando ela foi largada na Escola do Bem, acreditei piamente de que não tinha havido engano algum. Sofia, apesar de ser bonita como uma princesa e de ser (+/-) boazinha, não me convence de que está na Escola do Mal por engano. Ao longo de todo o livro Sofia mostra ser alguém fútil, vingativa e mentirosa. Ao contrário de Agatha que em tudo o que faz, é sempre uma amiga fiel, que faz tudo a pensar na sua amiga Sofia e na demanda de voltarem ambas para casa. Sinceramente falando, se eu fosse a Agatha tinha mandado a Sofia às urtigas há muito tempo. De todas as vezes que Sofia prometia que a adorava e que tudo faria para voltar para casa, Agatha era traída pela amiga que arranjava sempre forma de a enganar com falinhas mansas e olhinhos inocentes. 
Até ao final do livro, Agatha sempre se revelou ser uma menina justa e honesta, e no final, teve a recompensa que merecia. Vá que no final Sofia conseguiu redimir-se (depois de expelir toda a maldade que afinal sempre vivia nela) e fazer justiça à amizade que Agatha sempre lhe dedicou.
Estou ansiosa pelo segundo e terceiro volumes desta série.
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Individual Editora, em troca de uma opinião sincera.)

01/08/2015

Opinião "O Lago dos Sonhos" de Juliet Marillier

Em troca de ajuda para escapar a um longo e injusto encarceramento, a amarga curandeira mágica Blackthorn jurou pôr de lado o seu desejo de vingança contra o homem que destruiu tudo o que lhe era querido. Seguida por um companheiro de clausura, um homem grande e silencioso chamado Grim, ela viaja para o norte, rumo a Dalriada. Aqui, viverá na orla de uma misteriosa floresta e terá de cumprir, durante sete anos, a promessa que fez ao seu libertador: aceder a todos os pedidos de socorro que lhe forem dirigidos.

Oran, príncipe herdeiro do trono de Dalriada, esperou com ansiedade a chegada da sua noiva, Lady Flidais. Conhece-a apenas por via de um retrato e da poética correspondência que trocaram entre si e que um dia o convenceu de que Flidais era o seu verdadeiro amor. Oran descobre, porém, que as cartas também mentem, pois, embora igual em aparência à imagem no retrato, a sua noiva vem a revelar-se uma mulher muito diferente da criatura sensível e sonhadora que escreveu aquelas cartas.

Nas vésperas do seu casamento, o príncipe não vê saída para a o seu dilema. Mas corre o rumor de que Blackthorn possui um dom extraordinário para a resolução de problemas espinhosos, e ele pede a sua ajuda. Para salvar Oran das suas insidiosas núpcias, Blackthorn e Grim vão precisar de todos os seus recursos: coragem, engenho, astúcia e talvez até um pouco de magia.

 *Pode Conter Spoilers*
Por mais livros que leia, por mais histórias que me passem pelos olhos (e têm sido muitas) tenho a impressão (certeza) de que não há uma escritora como Juliet Marillier. Uma autora capaz de nos levar por caminhos fantásticos, caminhos sinuosos, tortuosos, sombrios e, e, e... Podia continuar aqui o dia todo a arranjar adjectivos para a forma como esta autora nos consegue fascinar e afastar-nos completamente da realidade. Ainda não li muitos livros dela, mas não me parece que os que ainda não li não sejam tão bons como os que já li. 
As personagens criadas por Marillier são do melhor que pode haver. Personagens carregadas de carácter, de personalidade, de força, de sentimentos para lá do compreensível. Quanto a vocês não sei, mas eu adoro personagens que desafiem a minha inteligência e que me façam revirar o cérebro na tentativa de as perceber. Não gosto de personagens ocas e vazias. Gosto delas cheias de vida e de emoções fortes e Juliet vai mesmo de encontro às minhas preferências. E os espaços? Os Ambientes? Fantásticos! É só os que vos digo. Como disse mais acima, somos completamente transportados para fora do nosso mundo e conseguimos vaguear lado a lado com cada uma das personagens por entre as florestas sinuosas que a autora cria justamente para esse efeito. O de nos envolver completamente na história.
Este Lago dos Sonhos é escrito de uma maneira soberba. Começa com uma crueldade e dureza nas descrições que quase nos faz querer fechar os olhos e não imaginar mais nada de tão real que parece. Os capítulos são, todos eles, separados entre as três personagens principais: Blackthorn, Grimm e Oran. A primeira, Blackthorne, é uma personagem com uma força interior brutal, que nos arrebata por completo. É dona de uma sabedoria imensa e passa por situações que faria com que muitos não aguentariam. Uma mulher jovem, mas que devido justamente ao que passou até nos ser apresentada, parece-se muito com uma mulher já muito mais velha, por dentro e por fora. Adorei-a desde a altura em que a conheci, apesar de a achar sempre um bocado ríspida, principalmente com o seu fiel seguidor Grimm. Este é um personagem também ele fantástico. Se no início ele me parecia algo ingénuo, tipo um Bom Gigante, de porte absurdamente grande e cérebro pequeno, ao longo do livro Grimm mostra que para além de ser um Bom Gigante, de ingénuo e de estúpido não tem nada. É ele que muitas vezes abrirá os olhos à sua amiga Blackthorne. Trabalhador, fiel como um cão e de sentimentos por vezes incontroláveis, Grimm é alguém que é impossível não gostar. Já Oran, o nosso principe de Dalriada, está convicto de que encontrou a sua amada em Flidais. Tenho de vos dizer que desde o principio nunca gostei lá muito dessa princesa, mas no final Marillier conseguiu fazer com que a princesinha arranjasse um lugar no meu coração. Oran é o típico príncipe. Simpático, inteligente, doce, sonhador e atraente (pelo menos pelo que eu entendi, uma vez que Juliet nunca se foca muito no aspecto físico das personagens). Tem de ser um pouco mais maduro e perceber que a vida não são só poemas e passeios ao luar. Terá de crescer se quiser um dia ser um Rei justo e de pés assentes no chão. 
Resumindo, estas personagens, os ambientes e todas as situações criadas por Marillier, sempre com uma base na vida real, em acontecimentos reais que lhe chegaram ao conhecimento, formam um livro fantástico que nos leva a sítios absolutamente divinos, leva-nos a querer ser parte daquele mundo. E no final? Resta-nos respirar fundo e aguardar pelo próximo livro da saga Blackthorne & Grimm. Companheiros inseparáveis para toda a vida (espero eu).

(Quero agradecer à pessoa, ela saberá que é ela, que gentilmente me cedeu este exemplar em troca de uma opinião sincera)