Olá olá pessoal e queridos leitores!!
O mês de Abril está a terminar e neste penúltimo dia do mês de Carlos Rodrigues deixo-vos com uma entrevista feita especialmente para os leitores do Sinfonia dos Livros de modo que se conheça melhor mais uma promessa Nacional!
Espero que gostem e o meu muito obrigada ao Carlos Rodrigues por ter aceite fazer a entrevista e por ter dando um apoio tão grande a esta rubrica que sem os nossos brilhantes autores não teria "pezinhos" para andar!!
1 – Carlos Rodrigues, poderia
apresentar-se aos leitores do blog Sinfonia dos Livros, contando um pouco da sua
trajectória profissional como escritor?
O meu nome é Carlos Sérgio Madureira Rodrigues, tenho 23 anos e sou
natural de Vale de Cambra. Sou jurista e, actualmente, frequento o Mestrado em
Ciências Jurídico-Políticas, com menção em Direito Administrativo, pela
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Como escritor, a minha trajectória é ainda curta. Lancei o livro em
Setembro de 2012, com o apoio da Chiado Editora; tenho um blog (www.cquotidiano.blogspot.com) e colaboro com jornais da minha cidade natal.
2 - Como foi o seu ínicio na literatura?
Enquanto crescia, apercebi-me que a escrita surgia, para mim, como uma
forma de exteriorizar as minhas emoções e compreender melhor o Mundo que me
rodeia, o que me permite conhecer e compreender melhor o mundo que tenho dentro
de mim.
Desde jovem que escrevo breves textos, arrisco micro-contos ou crónicas.
Escrever significa, para mim, reflectir. E sonhar acordado.
3 – Quais são as principais dificuldades de ser um escritor em Portugal?
Poderia falar da falta de
reconhecimento e de compensação financeira que permita a alguém viver apenas do
que escreve, mas estaria a ser repetitivo e a evitar o que creio ser a real
dificuldade: a falta de tempo. Porque vivemos numa era que nos pressiona, constantemente,
a ser produtivos e diversificados (aqui se encaixa um famoso termo, o
multi-tasking), surge uma certa insatisfação por parte de um escritor que
queira ter o tempo necessário para ler, reflectir, escrever. Para conhecer a
sua história, traçar o perfil dos personagens e desenhar um argumento, que
trará à vida numa folha de papel.
Esta dificuldade é geral a
qualquer país, por efeito da globalização. Todavia, ao invés de uma fatalidade,
vejo-a como um desafio. E os desafios existem para ser superados.
4 – O que o faz escrever? Ou seja, qual a sua principal motivação
enquanto escritor?
Porque me faz sentir
completo, porque me faz sentir eu próprio, a escrita é uma actividade que
encontra uma motivação em si mesma, ou seja, por outras palavras, a motivação
vem do próprio acto de escrita em si. Circunstâncias externas que
despertam a minha imaginação têm também um contributo importante para espicaçar
a vontade de escrever.
5 – Quem é que o Carlos destacaria na actual Literatura Nacional?
Da Literatura Nacional, sem
especificação de data, gostaria de destacar: José Saramago, Alice Vieira,
Miguel Torga e Vergílio Ferreira. Gostaria, igualmente, de salientar que a
nossa literatura é riquíssima em autores de qualidade e prestígio. Nunca um
livro português me decepcionou ao ponto de o abandonar por completo.
6 – Cite pelo menos três referências literárias da sua escrita?
Vergílio Ferreira: Aparição
Marc Levy: Os filhos da liberdade
Ana Magalhães e Isabel Alçada: Uma Aventura (colectânea)
7 - Por favor, fale-nos um pouco
sobre a sua obra "Eu, Ela e os Vampiros". Como surgiu a ideia inicial
para a criação deste livro?
“Eu, Ela e os Vampiros” era um conto que tinha esquecido na gaveta,
desde os meus 15 anos. Após alguns anos, em que fui, lateralmente, melhorando a
escrita e organizando as ideias, acreditei que seria capaz de criar agora um
conto com maior solidez, rigor e talento.
8 – Pelo que sei, haverá
continuação dessa história, pode-nos levantar um pouquinho a ponta do véu?
Estou a trabalhar na continuação.
Enquanto escrevo o segundo volume, procuro também aperfeiçoar a minha escrita,
o que explica o tempo entre os dois volumes. Um bom escritor é um excelente
leitor, como acredito, por isso tenho lido bastante e procurado aperfeiçoar a
fluidez das palavras, o encaixe do enredo, a atractividade das personagens e
dos seus dilemas.
Quanto à história em si, posso adiantar
que no segundo volume, os protagonistas irão ser encarregues de procurar pelo
passado, se querem assegurar o seu futuro. Todavia, a busca pessoa passado irá
revelar que, no presente, afinal, os nossos protagonistas não estão tão
sozinhos quanto supunham.
Novas personagens, romance, aventura e
humor marcam o segundo volume. Principalmente, essa busca pelo passado. Vamos
“levantar o véu” sobre a vida de algumas personagens e perceber a razão do seu
amor ou do seu ódio.
9 - Em relação ao mundo
editorial, acha que as editoras finalmente estão deixando um pouco de lado os
escritores internacionais e se voltando para os nacionais?
A Chiado Editora destaca-se como a Editora Portuguesa que mais edita
autores contemporâneos, dedicada em absoluto aos autores de língua portuguesa.
Trata-se um mérito que alcançou e de um estatuto que lhe deve ser reconhecido.
Constitui um exemplo de que sim, as editoras estão a voltar-se para os autores
nacionais, para o que têm perto de si.
Investir em novos autores é importantíssimo, mas extremamente delicado.
Aqui acuso-me como sendo um dos Autores que, na minha opinião, pode ter algum
potencial, mas, como todo o potencial, precisa de ser cultivado e orientado. O
papel das Editoras é fundamental no processo de crescimento de um sujeito
enquanto Escritor, especificamente no ponto que referi enquanto referencial e
fonte de conhecimento acerca de como cultivar o potencial de um Autor.
10 – Tendo criado essa história, percebe-se que o
género Fantástico, é um género que o atrai.. É também o género que o define ou,
por exemplo, pensa um dia, quem sabe, escrever um Romance, ou um Policial?
Várias opiniões, profissionais ou ocasionais, após a leitura do meu blog
e de outros textos dispersos, apontam o Romance como a categoria em que me
encaixo melhor. Talvez, mas creio que um romance carece particularmente de
tempo e vivência na nossa imaginação para ser trazido “à vida” com todo o seu
esplendor e impacto, pelo que ainda não me dediquei a um romance completo,
apenas a breves trechos que a imaginação transporta para o papel.
Já o género fantástico, que acompanhou a minha adolescência, sai-me com
maior fluidez e clareza de raciocínio. Não me define enquanto leitor, mas o
género fantástico poderá definir-me como escritor. Dado o estado inicial do meu
perfil de Escritor, ainda é cedo para responder definitivamente a esta questão.
11 – Fale-nos um pouco sobre si, os seus desejos e
sonhos e objectivos para o futuro.
“Ler para ser, escrever para viver.”
Desejos, sonhos e objectivos podem resumir-se a uma simples meta: ser
feliz, sentir-me realizado profissionalmente e ter a sensação (melhor, a
certeza) de deixar um contributo positivo para a sociedade (lato sensu).
Quero arquitectar um quotidiano em que, além do tempo para a família,
amigos e trabalho, exista um intervalo, uns grãos de areia da ampulheta, que me
permita dedicar, de corpo e alma à leitura. E à escrita. E aos sonhos. E à
imaginação.
12 – Que
mensagem gostaria de deixar a todos os seus leitores e para aqueles que um dia
têm o sonho de publicar um livro?
Aos meus leitores deixo o convite para conhecerem o blog e a página
oficial do meu livro. Gostaria que o lessem, que o riscassem e opinassem sobre
ele, que me dessem as suas dicas e críticas, que partilhassem comigo as suas
opiniões. Acima de tudo, que se entusiasmem a cultivar o seu talento, a sua
vertente artística e a encontrar no meu livro um ponto de partida para
acreditarem no seu potencial.
Aos que têm o sonho, desejo-lhes a coragem, ousadia e paciência para o
publicarem. Aconselho-os a que se envolvam com as suas personagens, com a
história, que se frustrem, zanguem, amem com as palavras e com a história que
elas narram. Nunca desistam de um texto!
Perguntas rápidas:
Um livro: Diário de Anne Frank
Um autor (a): Marc Levy (ou Sebastian Faulks)
Um actor ou actriz: Julia Roberts
Um filme: Precious (Uma coisa Preciosa)
Um dia especial: Todos em que sorria
Um desejo: “Ler para ser, escrever
para viver”