09/02/2018

Opinião | A Química do Amor | Emily Foster

Annabelle Coffey adora laboratórios sofisticados, fórmulas científicas complicadas e experiências insolúveis.
Ao contrário da maioria dos jovens da sua idade, vive para estudar. Aparentemente, nem sequer existe química entre ela e os homens.
Todos os homens… exceto um: Charles Douglas, um académico tão dedicado à ciência como ela. Pouco habituada a devaneios românticos, Annie quer acabar com o «mal» pela raiz para poder voltar a dedicar-se de corpo e alma aos estudos. E com todo o seu desajeitado charme, propõe a Charles uma breve aventura sexual. 

Charles não é apenas lindo de morrer, é também adoravelmente desastrado, elegantemente inglês, e inequivocamente bondoso. Quais são as probabilidades de recusar? Muito altas, na verdade. E tudo por causa de um irritante pormenor: Annie é aluna e Charles é professor. Mas a jovem não desanima, pois o ano lectivo está quase a acabar. E mal acabe, a inesperada amizade que os une já poderá transformar-se em algo mais. Porém, nada podia prepará-los para o que está para vir… quando o que devia ser uma simples experiência de prazer e sexo se transforma em algo tão complicado e infernal como o amor.

(Pode Conter Spoilers... ou não) 
Tenho de ser sincera e admitir que estava à espera de um livro completamente diferente. Mais na base do romance do que no erotismo. A verdade é que até Annie e Charles começarem a envolver-se mais intimamente, até estava a achar imensa piada ao livro. A dinâmica entre eles os dois, sendo que ela era a mais "desatinada" e ele o mais velho e mais certinho. No entanto, a partir da altura em que se envolvem a primeira vez, as coisas tomaram um rumo um bocado estranho. A partir de meio do livro, mais ou menos, em todas as páginas é sexo e mais sexo. Acaba por ser cansativo, admito. Acho que não havia necessidade de se abusar tanto na parte sexual da relação deles. Preferia ter visto mais momentos de carinho e de empatia entre eles e não aquela relação complicada e estranha em que eles estavam metidos.
Annie é uma aluna de medicina que tem bem presente que Charles, o seu professor responsável, apesar de muito novo ainda, tem de ser dela, seja como for. Declara-se a ele, bem... é uma espécie de declaração, à maneira dela, mas sendo o adulto responsável, Charles resolve dizer-lhe que é melhor serem só amigos e que seja o que for que ela imaginou não passa disso, de imaginação dela. 
Contudo, Annie não é pessoa de desistir com facilidade e, não podendo estar amorosamente relacionada com ele, contenta-se com aquilo que ele lhe oferece que é amizade e ajuda a nível escolar. Seria bom que a partir desse ponto, mesmo introduzindo alguns elementos eróticos, a autora tivesse desenvolvido a amizade deles de modo a que passasse, delicadamente, ao patamar do romance. Acho que se confundiu aqui um bocado o sentimento "amor" com a "atracção" física, pese embora Annie gostasse mesmo dele. Foram mais os momentos íntimos que eles partilharam do que propriamente aquela fase do namoro em que tudo nos parece cor-de-rosa e que nos faz sentir constantemente felizes.
Não me senti, a partir de uma certa altura do livro, ligada às personagens e ao que sentiam um pelo outro. A mim pareceu-me apenas uma relação sexual. Achei a fase da amizade muito mais apelativa e bonita.
No entanto, a forma como a autora escreve, de modo desenvolto, torna a leitura rápida e ligeira. É certo que deve haver muitos leitores a quem este tipo de história e de relação entre das pessoas agradará mais, mas não será por não ter gostado 100% da história que não vou querer ler  segundo volume. Pode ser que melhore, nunca se sabe ;)
(Exemplar em formato e-book gentilmente cedido pela editora em troca de uma opinião sincera)

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