08/02/2018

Opinião | Ligeiramente Tentador | Mary Balogh

Vingança. É essa a palavra que paira na mente de Gervase Ashford, conde de Rosthorn, ao conhecer a bela Lady Morgan Bedwyn. Em circunstâncias normais, o jovem aristocrata não lhe teria dispensado mais do que um breve olhar de apreciação. Mas esta é uma situação em tudo excecional pois Morgan é irmã do seu pior inimigo. Na cabeça de Gervase começa a delinear-se um plano ligeiramente tentador…
Liberdade. À boa maneira da família Bedwyn, é esse o desejo de Lady Morgan. Há muito que a jovem acalenta o sonho de casar por amor, e está tudo menos disposta a ser um peão no jogo do conde. Mais, ela está decidida a mostrar-lhe que se meteu com a pessoa errada. Mas quando dá por si perdida em plena batalha de Waterloo, é em Gervase que encontra o tão desejado ombro amigo.
Para o conde, a situação revela-se perfeita. Entre ele e a realização do seu plano, existe apenas um obstáculo: a voluntariosa, obstinada e irresistível Morgan Bedwyn.

(Pode conter Spoilers)
Ora... depois de uma Freya, tinha de vir a nossa doce e adorável Morgan. Gostei dela assim que a "conheci" e, embora ela tenha apenas dezoito anos, é uma jovem com a personalidade completamente formada e com o cérebro no sítio.
Apesar de ter gostado imenso deste livro e de Morgan, faltou qualquer coisa. Acho que fiquei mal habituada com as tiradas de Freya no livro anterior, o que tornou este livro um pouco mais morno e calmo. 
Morgan, como já referi, é uma jovem com a cabeça no sítio, mas não implica que ainda não lhe resta e a inocência e a ingenuidade da idade. Tal como Freya e todos os outros Bedwyn, é uma mulher de carácter forte e que não foge com o corpo às balas. Talvez por isso, a ela tenha ficado reservado um homem com sede de vingança e de personalidade intensa e difícil.
Gervase é um homem com fama de ser libertino e devasso, mas ao lermos este livro, vemos que é apenas um homem com o coração ferido e que quer apenas libertar-se daquela dor através da vingança. É aí que entra Morgan que se vê enredada nos planos de vingança deste homem que outrora, foi amigo do seu irmão mais velho Wulf. Mal entendidos e desencontros no passado farão cm que Gervase e Wulf tenham voltado as costas um ao outro e que tenham desperdiçado uma vida inteira submersos em ódio e quesílias. Será Morgan a responsável por quebrar e desvendar tudo que acha que não está em concordância com aquilo que conhece sobre o irmão e o que vai conhecendo de Gervase.
Adorei a forma como Mary Balogh ter inserido este livro num acontecimento real, com várias referências à conhecida Batalha de Waterloo tendo inserido mesmo uma das personagens directamente na acção. Alleyne, um dos irmãos de Morgan, desaparecido na batalha e presumivelmente falecido pois ninguém sabe dele. É aqui que conseguimos ver a personalidade forte e corajosa de Morgan que põe a família acima de tudo e não desiste enquanto não sabe do paradeiro do irmão, mesmo sabendo que o desfecho poderia ser o pior.
O facto de Mary Balohg não ter abusado nas cenas mais intimas ajuda a conferir uma seriedade maior a este livro, justamente por causa da batalha, que acaba por ser um acontecimento real e sério, que na altura tantas famílias fez sofrer. Não é tanto um romance de época erótico (dentro da medida dos anteriores) mas sim um romance de época recheado de acção e reviravoltas amorosas entre as personagens principais. Só não as cinco estrelas porque me faltou, lá está, a irreverente Freya.

(Este exemplar foi gentilmente cedido pelas Edições Asa em troca de uma opinião sincera)

2 comentários:

  1. Olá, boa tarde. Visitando, gostando e elogiando a escrita em prosa/texto que, de forma sedutora, aqui é publicada. Voltarei com mais tempo...

    * Vivências de Amor - Volúpia Incerta *
    .
    Cumprimentos poéticos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada pela visita e pelas palavras ;)
      É sempre bom e gratificante termos feedback dos nossos seguidores!

      Cumprimentos ;)

      Eliminar

O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!