08/02/2019

Opinião | Tu És Meu | J.L. Butler | Editorial Planeta

E se se apaixonou por alguém que não devia? 
E se a sua relação ameaça destruir a carreira? 
E se começar a suspeitar que a sua paixão pode ter cometido assassínio?

A jovem advogada Francine Day construiu metodicamente a carreira fazendo sempre o que estava certo. 
Mas quando conhece o novo cliente, Martin Joy, a cautela inata que a protegeu e fomentou a sua ascensão evapora-se. 
De repente, Francine vê-se envolvida num perigoso labirinto de enganos, mentiras e segredos, em que um passo em falso pode significar a sua ruína.

Quanto mais longe vai em busca de respostas mais a rede parece apertar-se à volta do amante, dela e da vida que de forma tão meticulosa construiu..

Primeiro que tudo referir o facto de que este livro teve uma campanha de marketing deliciosa [(ou não viesse o meu exemplar acompanhado de chocolate... Não... ainda não o comi... estou de dieta ;)]. 
De admitir que este livro surpreendeu-me. Se por um lado o título e a capa dá ideia de que se trata de um romance, por outro lado assim que começamos a leitura apercebemo-nos de que não é bem isso. Sim, tem romance, sem dúvida. Quanto mais não seja pelo facto de Fran ter-se envolvido amorosa e intensamente com um dos seus clientes: Martin Joy.
Ora comecemos, resumidamente, pelo inicio: Francine é uma jovem advogada de divórcios, com perspectivas de um futuro brilhante pela frente. Mas nem sempre assim foi. Em tempos, Fran foi uma jovem problemática com problemas de saúde muito graves que a levavam a extremos complicados. Era por isso que ela parecia sempre algo obsessiva com o seu espaço, as suas coisas e em tudo o que fazia. Não fugia da rotina. Apanhava sempre o mesmo autocarro para casa e passava o dia e, muitas vezes, as noites a trabalhar. Vivia para o trabalho e era feliz assim, ou, pelo menos, ela pensava que seria. Até ao dia em que lhe dão o caso de Martin Joy. O financeiro cheio de dinheiro e bem parecido que quer divorciar-se da esposa. Foi química instantânea de parte a parte e o envolvimento era inevitável. A questão é que Donna Joy, a esposa, não aparece no tribunal quando devia e desaparece dos radares de toda a gente, inclusive da irmã que foi a primeira a dar o alerta.
Obviamente, o principal suspeito seria sempre o (ainda) marido. Sendo que ele não lhe queria dar metade de toda a sua fortuna, incluindo casas e empresa onde ele era sócio com o seu melhor amigo Alex. Dava-lhe um certo jeito que Donna desaparecesse. Contudo, Fran, seguindo o seu estilo obsessivo, segue os dois na última noite em que Donna foi vista. Ela sabia que eles iam jantar para limar arestas e os ciúmes que sentiu foram mais fortes que ela. Só que, indo de encontro às suspeitas dela, eles saem do restaurante e vão juntos para casa de Donna. Francine sabe, no seu intimo, que eles vão passar a noite juntos e embebeda-se num bar que fica em frente à casa. Já conseguem adivinhar que as coisas a partir daqui vão ficar feias. Francine acorda no dia seguinte na sala do vizinho sem se lembrar de nada excepto que o homem que ama passou a noite com a suposta ex-mulher. 
Serão esses momentos esquecidos ou relegados para o mais fundo da sua mente que farão com que Francine ponha toda a sua carreira em risco para defender Martin. Está convicta de que não foi ele que fez a ex-mulher desaparecer e quer, a todo o custo, provar isso mesmo. Arma-se em detective (e até não se safou nada mal), puxa dos seus contactos pessoais (amigos advogados, espiões, amigos de Martin), é vítima de chantagem e abusada na sua própria casa, tem a mente em constante turbilhão e confusão, sente-se traída e enganada, mas, nem que isso faça com que se desapaixone por Martin, vai conseguir provar a verdade. Quanto a Martin, apesar de termos a consciência de que ele gosta mesmo sinceramente de Fran, não esteve bem em muitas ocasiões. Isso fez com que fosse uma espécie de persona non grata neste livro. Era atraente, sim, mas era dono de uma personalidade algo duvidosa e violenta. Conseguia ser charmoso e terno mas isso não fazia com que deixasse de ser suspeito. Sejamos realistas, dava jeito que Donna tivesse desaparecido do mapa. 
Sabem aquela sensação de que chegamos a um ponto em que temos a certeza de quem foi o culpado? Que até pode ter sido a própria Francine e ela não se lembra de nada? Tive-a várias vezes. Será que me enganei? Será que Francine e Martin foram apenas vitimas? Ou será que foram os vilões? Foi isso que gostei imenso neste livro. Deixa-nos em suspenso quase, quase até ao final, levantando uma e outra pontinha do véu de vez em quando para podermos tirar as nossas próprias conclusões.
Personagem preferida? Francine, sem qualquer dúvida. Apesar daquela obsessão/paixão/amor doentio por Martin, soube sempre ter o discernimento do que ia fazer e do que tinha que fazer para (tentar) ilibar Martin e recuperar o seu estatuto de grande advogada a curto e longo prazo. Dependia dela tomar nas mãos o rumo da sua vida e foi isso que ela fez. Algumas vezes atabalhoadamente, outras vezes de forma magistral. Sem Francine, Martin nunca mais seria o mesmo, isso garanto-vos.
Dava um grande filme, no meu entender! Não sei se pela forma como a autora escreve e coloca-nos no meio de tudo, como se estivéssemos a ver cada passo de Francine ou cada pensamento tortuoso que ela tinha, mas a cada capítulo que acabava parecia que era um prelúdio de muito mais que ia acontecer. Fica a ideia ;)
Recomendo vivamente!

2 comentários:

  1. Olá :)
    Estou a ler este livro agora. Espero gostar muito também (Estou ainda muito no inicio) :P
    Gostei muito do resumo e da premissa que elaboraste :)
    Beijinhos



    http://tudosoblinhas.blogspot.com

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    Respostas
    1. Olá :)
      Por esta altura já deve ter acabado a leitura :)
      O que achou do livro?

      Boas leituras

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