25/02/2019

Opinião | Princípes (Des)Encantados | Megan Maxwell | Editorial Planeta

Um romance que nos faz recuperar a confiança e acreditar em segundas oportunidades.

Sam e Kate conheceram-se muito novos e após viverem um idílico amor, que para eles ultrapassou tudo, formaram família e foram muito felizes… até que algo inesperado aconteceu. Terry, irmã de Kate, e Michael, irmão de Sam, estiveram sempre presentes na vida de ambos e embora cada vez que se vêem haja uma pequena discussão, no fundo existe carinho e são conscientes que um dia uma dessas discussões pode acabar numa grande fúria, por isso tentam refrear-se. No entanto, a vida é caprichosa e tudo se complica entre os quatro. Nada é o que parece.

Príncipes (Des)Encantados demonstrará que as segundas oportunidades existem, sobretudo, se realmente amamos de todo o coração.

(Pode Conter Spoilers...)
Que bom que foi ler este livro! Para começar a capa é linda. Adoro as cores e os relevos e o próprio título já é cativante o suficiente para o querermos ler de imediato. Acho que, actualmente, estamos um pouquinho "fartas" de homens e mulheres perfeitas, o tal estilo "príncipes encantados e as princesas desprotegidas" e este livro é o oposto disso. Os "príncipes" são imperfeitos e cometem erros e as "princesas" não são tão perfeitas e inocentes como era suposto. Tem  tudo para dar certo :)

Este é o segundo livro de Megan Maxwell que leio (tenho outros mas ainda não consegui ler) e pelo que absorvi, foge um pouco ao género de livros que ela habitualmente escreve, mais focados no erotismo do que no romance mesmo romântico (peço desculpa pela redundância). 
Gostei imenso das personagens. Todas, sem excepção. Desde os pequenos e adoráveis Tommy e Sasha , até Thalia que apareceu mais tarde. Personagens divertidas, bondosas, com algum (muito) mau feitio, principalmente Terry e muito, muito bem dispostas e apaixonadas.
Nesta história que nos ensina que nem tudo é o que parece e que as segundas oportunidade são para ser dadas, quando há amor verdadeiro e sincero, temos Kate e Sam primeiramente. Desde que se conheceram há vinte anos atrás, como se apaixonaram e como construíram uma família linda tendo como base aquele amor tão forte e tão cúmplice. São pais de Cat e Ollie, duas miúdas fantásticas que vão ser aquelas que nunca desistiram dos pais e do amor que sempre os uniu. Também acompanharemos a relação atribulada de Terry, a irmã tresloucada de Kate, e de Michael, irmão (de coração e espírito como eles sempre referem) de Sam. São unha e carne e para onde vai um, vai o outro. Kate e Terry são filhas da doce Serena. Uma mulher generosa e dona de um coração enorme, que sempre conheceu bem as filhas e que ama Sam e Michael como se fossem filhos dela. Já podem ver que a harmonia reinava na família. Só que...não. Um acontecimento completamente inesperado fará com que a vida de todas estas personagens dê uma reviravolta e o que antes era certo, agora já não é. Sam separa-se de Kate e regressa à sua terra, Oahu, uma ilha paradisíaca do arquipélago do Havai e Michael vai atrás, como não podia deixar de ser. No entanto, Sam não desiste das filhas mais velhas, embora seja agora responsável por Tommy e Sasha e mantém-se sempre em contacto com elas e, consequentemente, com Kate. Curiosamente será Cat e Ollie que farão com que Sam e Kate voltem a reencontrar o amor que sempre os uniu, ou, pelo menos, vão fazer de tudo para isso. 
Entre muitas peripécias mirabolantes, muito bom humor e descobertas pessoais intensas, tanto Sam e Kate, como Terry e Michael vão aprender a abrir o coração para as novas oportunidades e para a felicidade que pode vir daí. Nem tudo é preto ou branco e, por vezes, o amor prevalece. Ninguém é perfeito. Kate e Sam são a prova disso. Ambos fizeram asneira e, no final de tudo, ambos tiveram de aprender a lidar com esses erros e perdoar. Quando o coração manda, nem a lógica, nem o orgulho têm muito a dizer.
Tenho de admitir que chorei. Embora este seja um livro cheio de passagens divertidas e de nos fazer dar gargalhadas, também tem os seus momentos mais profundos, principalmente nos últimos capítulos, e que me colocaram algumas lágrimas no canto do olho (sou um coração de manteiga, pelos vistos). A relação de Michael e Sam, que não eram irmãos de sangue, é invejável para quem quer que os tenha e é bem perceptível o quanto um dependia do outro. Conheciam-se tão bem que na maioria das vezes nem precisavam de falar para um saber que o outro não estava bem ou, pelo contrário, estava feliz. Gostei imenso destes dois personagens que tanto amor tinham para dar. Quanto a Terry e Kate, bem... é certo que eram muito diferentes  uma da outra, mas à sua maneira também elas eram muito próximas e percebiam quando uma precisava de um apoio ou de um incentivo. Neste caso, gostei mais de Terry que era a mais decidida, embora ela também tenha perdido muito tempo a tomar uma atitude no que dizia respeito a Michael. Não quer dizer que não tenha gostado de Kate, mas a meu ver, Kate tinha muito mais a perder se não quisesse Sam novamente. Uma vida inteira, uma família linda, uma empresa de advogados bem sucedida e uma casa aconchegante e equilibrada. Tinham tudo, mas quando a cabeça não tem juízo, neste caso, o coração é que paga. E no que a decisões pessoais dizia respeito, ela ficava muito aquém da advogada dura e decidida que era nos tribunais.
Para quem gosta de romances divertidos e alguma "lamechice" à mistura, vai adorar este livro. Recomendo e espero sinceramente que a autora escreva mais livros assim.

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