10/10/2014

Opinião "Se Eu Ficar" de Gayle Forman

 
Naquela manhã de Fevereiro, quando Mia, uma jovem de dezassete anos, acorda, as suas preocupações giram à volta de decisões normais para uma rapariga da sua idade: permanecer junto da família, do namorado e dos amigos ou deixar tudo e ir para Nova Iorque para se dedicar à sua verdadeira paixão, a música. É então que ela e a família resolvem ir dar um passeio de carro e, numa questão de segundos, um grave acidente rouba-lhe todas as escolhas. Nas vinte e quatro horas que se seguem e que talvez sejam as suas últimas, Mia relembra a sua vida, pesa o que é verdadeiramente importante e, confrontada com o que faz com que valha mesmo a pena viver, tem de tomar a decisão mais difícil de todas.

*Pode Conter Spoilers*

Antes de começar esta minha opinião, tenho uma palavra a dizer sobre este livro e que, a meu ver, consegue resumir o que senti ao lê-lo:
UAU

Ando aqui às voltas no meu cérebro para tentar escrever uma opinião à altura deste pequeno grande livro, que a meu ver, é absolutamente maravilhoso. É por livros como este que a minha paixão pela leitura aumenta a cada livro que leio.

Não vou contar o que se passa no livro, não vou resumir, embora em algumas partes da opinião possa cair na tentação de levantar o véu sobre alguns pormenores. 

A história de Mia, a jovem violoncelista apaixonada por um guitarrista de uma banda punk/rock/emo-rock não começa com o acidente que lhe levou os pais, o irmão, os sonhos, a adolescência feliz. Começa dezassete anos atrás, no dia do seu nascimento. Filha de pai músico e mãe tresloucada 8no bom sentido) Mia sempre achou que não se enquadrava bem na família em que tinha nascido, excepto pelo facto de ser uma apaixonada pela música e pelo seu instrumento de eleição: O Violoncelo. 

Talvez por ser artista, uma pessoa com alma sensível, ela tenha sido a única a ter oportunidade de ter noção do que se tinha passado naquela manhã de Fevereiro. 

Engraçado que tudo se passa no espaço de vinte e quatro horas. Toda o futuro de Mia foi decidido naquelas horas em que esteve entre a vida e a morte e em que testemunhou tudo o que o seu corpo sofria, tudo o que os seus avós choraram, tudo o que os amigos lhe diziam e tudo o que fizeram para poderem estar ali com ela, a fim de ela saber que apesar dos pais terem morrido, ela teria sempre uma família que a acolhesse. Se o medo dela acordar fosse o de ficar sozinha no mundo, poderia escolher acordar e viver que teria sempre quem a amasse e a acolhesse. 

No entanto, e compreendo perfeitamente o que ela sentia, Mia chegou a uma altura que parecia que tinha chegado ao fim das suas forças e creio que neste caso foi mesmo o amor que a fez regressar.

É um livro pequeno, mas com uma carga emocional gigantesca. Fez-me chorar, e curiosamente, houve partes em que realmente me fez rir. O carinho que Mia tinha pelos pais, pelo irmãozinho mais novo, pelos amigos dos pais, por Kim (a melhor amiga) e por Adam (o namorado). As passagens que Mia foi recordando ao longo daquela experiência "quase morte" são de partir o coração quando nos apercebemos de que ela, se regressar à vida, não terá mais os pais, nem o irmão.

Quando acabei a leitura dei por mim a pensar se teria a mesma coragem que Mia teve. Seria eu corajosa ao ponto de decidir regressar à vida, mesmo com a noção de que tinha perdido a minha família inteira, embora soubesse que nunca estaria desprotegida?

Sinceramente? Não faço ideia... dependia muito do amor e segurança que me fossem transmitindo enquanto estivesse do "outro lado"....

E vocês?


4 comentários:

  1. Olá Vera :)
    Também li este livro há pouquinho tempo e também me foi um pouco difícil escrever a opinião. Não diria melhor "um pequeno grande livro" :).
    Boas viagens,
    Rosana
    http://bloguinhasparadise.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  2. Este livro parece ter uma grande carga emocional e deve ser daqueles que quando acabamos ficamos sem saber muito bem o que ler a seguir. A opinai ainda me fez ficar com mai vontade de o ler! Obrigada!

    ResponderEliminar
  3. Já sabes o que eu acho :)
    Associei logo ao filme "August Rush" apesar de o filme não ter experiências de quase morte... a música, porém, está bem patente :)
    Acho que lhe vou dar uma hipótese! eheh

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Este livro é mesmo muito musical e o facto de Mia ser uma "sobre dotada" em relação à musíca e ao violoncelo dá um charme especial :)

      Eliminar

O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!