12/01/2018

Opinião | Escondida em Ti | Lisa Renee Jones

Será possível viver a vida de outra mulher?

Quando os diários secretos de Rebecca chegam às mãos de Sara, ela não podia imaginar os segredos que contêm. Por entre histórias repletas de atos sexuais tão ilícitos como tentadores, Rebecca revela o medo de estar a correr perigo.
Decidida a descobrir o que aconteceu à misteriosa Rebecca, Sara entra no seu mundo. Quase sem dar por isso, sente que entrou também na sua vida. Ocupando o seu emprego, e privando com pessoas que a conheciam, acaba envolvida com um homem perigosamente parecido com aquele que Rebecca descreve nos seus diários.
Será que este mundo, onde Rebecca desapareceu, também vai engolir Sara? Quantos mais segredos Sara descobre, mais sensual e mais perigosa vai ficando a sua missão de encontrar Rebecca. E mais embrenhada ela vai ficando na vida da desaparecida.
Com um ritmo voraz e inebriante, Lisa Renee Jones oferece-nos um romance repleto de emoção e sensualidade, que irá agradar às fãs de J. Kenner, Maya Banks, Sylvia Day e E. L. James.

(Pode Conter Spoilers... ou não)
Já tinha ouvido falar muito e bem deste livro que dá início à saga "Inside Out".
Neste primeiro livro é-nos apresentados Sara e Chris. Ela é uma professora que leva uma vida discreta e sem grande reboliço. Gosta e faz questão de ter o controlo da sua vida. Já no passado teve dissabores por entregar a sua vida a um homem e jurou que nunca mais um homem teria esse poder sobre ela. Apesar de gostar do que faz, tem uma paixão por arte e, ao cair-lhe nas mãos os diários eróticos de uma desconhecida, embrenha-se numa demanda em busca dessa mesma desconhecida, acabando por investir as suas férias de verão a trabalhar numa galeria de arte, último local conhecido de Rebecca, a mulher desconhecida que com as suas aventuras eróticas mudou a vida de Sara de uma forma irrevogável. É nessa galeria comandada por Mark, um homem enigmático e um tanto ou quanto cínico e com a mania que manda em tudo e em todos com apenas um olhar, que conhece Chris, um pintor famoso, atraente e charmoso, que de imediato capta a atenção de Sara, não só porque ela é uma grande fã do seu trabalho, como também pelo seu carisma e, deixemos de rodeios, pela sua aparência que não a desgostava, de todo. 
Em poucos dias, Sara vê-se envolvida numa relação intensa com ele. Apesar de ela ter prometido que nunca mais ninguém tomaria as rédeas do seu corpo e dos seus sentimentos, Sara reconhece que com Chris poderia abrir-se mais e ser mais ela. É com Chris que Sara descobre o seu lado mais sensual e atrevido. Com ele ela consegue sentir-se sexy e poderosa, sem precisar sentir-se fraca e submissa.
Gostei do facto de que a autora não abusou nas cenas mais quentes. Brindou-nos com alguns momentos escaldantes que em nada belisca os leitores mais sensíveis. Uma relação baseada na atracção que sentem um pelo outro e nada mais. Foi esse o combinado. Apaixonarem-se não era algo que estivesse em questão. Seria algo simples para os dois, algo que satisfizesse os dois e nada mais, até porque, não tardaria e Chris teria de regressar a Paris. Gostei da forma como aos poucos Sara vai abrir-se e tornar-se menos convencida de que não precisa de ninguém e, ao mesmo tempo, vai libertar-se daquele complexo de que não está à altura seja de quem for. 
Do que não gostei? Do facto de Sara, em grande parte do livro raramente lembrar-se de quem realmente a levou para aquela aventura inesperada: Rebecca. Trocou-se a demanda em busca de uma Rebecca desaparecida por uma relação cheia de altos e baixos com Chris, tendo Mark à mistura e algumas ocasiões. A ideia do livro era ela procurar por Rebecca e não esquecer-se constantemente dela e usar os diários apenas quando lhe convinha ou quando se lembrava. Esse foi um aspecto que acabou por irritar-me um bocado. Esse e o facto de não apreciar muito histórias de cariz erótico contados pela primeira pessoa, pela personagem principal. O "eu" acaba por repetir-se demasiadas vezes e, em certas ocasiões, nem soa bem a própria personagem dizer que estava sexy ou de arrasar. Teria sido muito mais prazeroso se tivesse um narrador "imparcial".
No geral, até gostei, mas não consegui dar as quatro estrelinhas. Pode ser que isso esteja reservado para o próximo a saga!

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