09/05/2017

Opinião | Um Dia de Praia | Marisa Galvão | Chiado Editora

Num dia de Verão escaldante Alice decide ir até à praia sem sequer imaginar que essa decisão seria o inicio de uma atribulada aventura onde ela se torna a protagonista de um triângulo amoroso muito complexo. Após uma desilusão amorosa recente Alice não está minimamente interessada em qualquer tipo de relação amorosa e quer o máximo de distância possível do sexo masculino...contudo o destino coloca na sua vida Alex e Jorge e cabe a ela decidir qual o homem ideal para a sua vida. Optar entre a razão e o coração é o dilema que esta história nos sugere.

(Pode Conter Spoilers)
Sinceramente, gostava de poder dizer que este livro me encantou e surpreendeu, mas, não o posso fazer. Quando li a sinopse, pensei que a ideia até era boa e que a autora poderia retirar dessa ideia uma história de amor como deve ser. No entanto, assim não aconteceu. Achei tudo muito forçado. Os encontros, os diálogos, as relações entre todas as personagens. No final das contas, a Alice não é nada mais, nada menos do que uma mulher fútil e demasiadamente agarrada aos homens. E alturas da leitura até a achei um bocado infantil. Conhece o Alex num dia em que vai à praia e, imediatamente, mesmo sem o conhecer de lado algum e apenas pelo seu aspecto, arranja-lhe um rótulo irritante. Sério, se há coisa que detesto é alcunhas e personagens rotuladas. Ao longo das cento e vinte e duas páginas que compõem este livro, são "n" vezes as que ela utiliza a expressão "Homem Maravilha" para se referir a Alex. E depois, tinha-lhe aversão, mas depois já não e ficava toda alterada. Já ouvi dizer que do ódio ao amor é apenas um passo muito pequeno, mas isso é um absurdo. E depois, aparece Jorge. Aquele que se intromete entre a relação estranha entre ela e Alex e que também não me cativou por aí além. Aliás, nenhuma das personagens tocou-me particularmente. Voltando ao Jorge, é um homem calmo e sereno, atraente quanto baste para chamar, também ele, a atenção de Alice. Ou seja, ela interessava-se por tudo o que usasse calças, o que, tendo em conta que ela alguém que queria distância do amor e dos homens, era por si só um contra senso.
Resumindo, Alice, Jorge e Alex compõem um trio amoroso chato e sem ponta por onde se lhe pegue. Tudo, mas tudo, acontece demasiado depressa e atabalhoadamente entre eles e a opção que ela toma no final é apenas para não acabar sozinha.
Se o livro é assim tão mau, porque consegui dar-lhe as duas estrelas? Porque é tudo passado em Portugal e gostei imenso "rever" alguns sítios onde estive e onde vou quando vou a Portugal Continental. 
Quanto ao resto, e peço desculpa à autora e à Editora Chiado o facto de estar a criticar de modo tão negativo este livro e estas personagens. Acho que simplesmente foi um livro e uma forma de escrever que não me chegou a cativar, de todo. Para eu gostar de um livro, não basta apenas ser uma história fenomenal ou fantasticamente marcante, também tem de ter uma escrita cativante, bem organizada e personagens que me toquem de modo a que, no final da leitura, eu consiga olhar para trás e dizer que vou ter saudades daquelas personagens, sejam elas principais ou secundárias.
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Chiado Editora em troca de uma opinião sincera)

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