A ele, o meu muito obrigada e votos de continuação de muito sucesso tanto na vida pessoal como na editorial!!
1 – Vasco Ricardo, poderias
apresentar-te aos leitores do blog Sinfonia dos Livros, contando um pouco da tua
trajectória profissional como escritor?
A
Trajectória é simples. Foram anos a interiorizar histórias comuns e reais.
Outros tantos a tentar fazer alguma coisa de jeito. E em 2012 publiquei os dois
livros abaixo citados através da mesma editora. São ambos thrillers apesar de eu não escrever apenas este género. Digamos que
calhou que assim fosse.
2 - Como foi o início
de Vasco Ricardo na literatura?
O
início foi como leitor, claro, há muitos anos atrás. Esse foi o verdadeiro
início. O ‘outro’ início foi através de contactos sempre efectuados por e-mail durante um ano com várias
editoras, por entre algumas propostas, muitas esperas e escassas respostas.
3 – Quais são as principais dificuldades de se ser um escritor em Portugal?
Como em qualquer área de negócio em Portugal,
tende-se a valorizar o que se faz fora do nosso país. Somos uma nação bastante
importadora e pouco exportadora. Isso reflecte-se também no mercado livreiro.
Portanto, as principais dificuldades passam pela falta de interesse nos novos
autores nacionais e na reduzida visibilidade para eles alcançada.
4 – O que te faz escrever? Ou seja, qual a tua principal motivação enquanto escritor?
A principal motivação é uma mensagem
a passar, que estará sempre mais ou menos disfarçada num enredo de leitura
relativamente fácil e descomplexada.
5 – Quem é que o Vasco destacaria na actual
Literatura Nacional?
Há excelentes autores em Portugal.
Neste ano que passou gostei imenso de ler o último livro do Miguel Miranda,
assim como ‘A Manhã do Mundo’ de Pedro Guilherme-Moreira. João Tordo agrada-me
e gostei da escrita da Carla M. Soares. Afonso Cruz e Patrícia Portela são escritores
que me despertaram a atenção pela sua qualidade.
6 – Cita pelo menos três referências
literárias da tua escrita.
Não sei se deva chamar referência.
Mas gosto do lado frio e sarcástico do Irvine Welsh, da objectividade do Mario
Puzo e da forma como Jonathan Coe torna factos improváveis em verdades reais,
ou quase reais.
7 - Por favor,
fala-nos um pouco sobre a tua obra "A Trama da Estrela". Como surgiu
a ideia inicial para a criação desta obra?
A
ideia surgiu, como sempre, de nada em particular. Aparece através da observação
de tudo e de todos, da tentativa de prever acontecimentos, de dar um rumo a
determinados aspectos da nossa sociedade ou do interior de cada indivíduo.
“A
Trama da Estrela” é uma história que envolve adolescentes iguais a muitos
outros do nosso tempo, que se camuflam por detrás dos computadores. Por outro
lado, algo de obscuro é orquestrado por uma organização terrorista na Europa.
Até que…
8 - A obra "O
Diplomata" é uma continuação de "A Trama da Estrela"? ou é uma
história Independente?
“O
Diplomata” é totalmente diferente de “A Trama da Estrela”. São absolutamente
independentes, abordando temas e seguindo caminhos distintos. Incidem em
aspectos que nada têm a ver um com outro. “O Diplomata” é mais intenso e duro,
focando-se num único aspecto intrínseco ao protagonista, dando irrelevância a
tudo o resto.
9 - Em relação ao
mundo editorial, as editoras finalmente estão deixando um pouco de lado os
escritores internacionais e se voltando para os nacionais? Na tua opinião, é
o interesse crescente dos leitores portugueses pelos autores nacionais ou algo
mais?
Não
me parece que haja um renovado interesse nos autores nacionais. Vejo sim novas
editoras, que pelo facto de serem pequenas e ainda muito recentes vêem-se
obrigadas a apostar nos desconhecidos. Mas na minha opinião há qualidade nos
autores nacionais, quer seja nos grandes grupos editoriais, quer seja nas
editoras independentes e pequenas.
Contudo,
vejo alguns autores, uns consagrados outros nem por isso, que começam a abordar
temas que não eram comuns dentro da literatura nacional. Isso, logicamente,
poderá captar um maior número de leitores.
10 – Já existem novos
projectos no horizonte?
Existem sempre muitos projectos na minha
cabeça. Neste momento estou a desenvolver uma nova ficção. É a oitava. Contudo,
ainda não sei se será publicada, nem essa nem as outras guardadas na gaveta.
Estou numa fase em que me apetece guardar tudo o que escrevo para mim, apesar
de o fazer para que os outros possam ler. Confuso, suponho. Também nunca fui de
fácil compreensão.
Mas é uma história, que não um thriller como os restantes publicados,
que se baseia mais na personagem principal, na sua forma de agir e de ser.
Perguntas rápidas:
Um livro: “Lixo”, de Irvine Welsh
Um autor (a): Jonathan Coe
Um actor ou actriz: Al Pacino/ Uma Thruman
Um actor ou actriz: Al Pacino/ Uma Thruman
Um filme: “O Verão de Kikujiro”, realizado e protagonizado por
Takeshi Kitano
Um dia especial: Será o dia em que a minha filha disser para os amigos “foi o meu pai que escreveu…”
Um dia especial: Será o dia em que a minha filha disser para os amigos “foi o meu pai que escreveu…”
Um desejo: Oportunidades, para mim e para todos
Adorei poder conhecer melhor este autor através desta entrevista que de uma forma verdadeira e honesta deixa transparecer uma grande personalidade de alguém que sabe o quer.
ResponderEliminarEspero que as editoras estejam atentas a esta nova vaga de jovens escritores,os apoiem e incentivem a sua escrita, levando-os a não desanimarem,mas pelo contrário evoluam, se aperfeiçoem e se sintam acarinhados e reconhecidos.