27/12/2017

Opinião | Peónia Vermelha | André de Oliveira

Chi Shao é uma mulher atraente e misteriosa que decide fazer justiça pelas próprias mãos. Com um passado obscuro e cheio de pontas soltas, regressa a Portugal, onde viveu há vários anos, para resolver uma questão de vida ou morte. Uma empresa farmacêutica multinacional promete criar um elixir da juventude, acessível a todas as mulheres, mas o que não esperavam era que os primeiros testes começassem logo a correr mal.
Entretanto, na China, são encontradas centenas de mulheres com problemas de saúde gravíssimos, e outras tantas mortas, com misteriosos sinais comuns a todas. O que poderão ter em comum Chi Shao, o Presidente da Comissão Europeia e o Ministro da Saúde da China? Poderá um amor impossível salvar a humanidade de uma catástrofe de proporções internacionais? A Chi Shao resta-lhe montar uma armadilha e esperar não ser ela mesma a ser apanhada. Peónia Vermelha é um thriller intenso que levará o leitor a viajar desde a Cidade Proibida, em Beijing, até Lisboa, Frankfurt e Bruxelas num enredo que expõe o lado mais negro da corrupção política e da alma humana.

Desde cedo que vi este livro ser falado nas redes sociais o que me deixou algo curiosa acerca do mesmo. Por isso, quando tive a oportunidade de o ler, não hesitei.
Inicialmente, a narrativa centra-se no facto de uma farmacêutica multinacional ter dado a conhecer estar a produzir um elixir que retarda ou mesmo anula o envelhecimento. No entanto, depois desenvolve-se uma outra narrativa em que são relatadas histórias em que numa localidade na China estão a morrer mulheres cuja saúde se encontra em perigo. Para além disso, misturam-se ainda questões políticas que me deixaram sem saber exactamente qual a sua função em toda a história.
Acho que o autor sentiu necessidade de agregar várias temáticas, talvez com o intuito de tornar a história mais apelativa. No entanto, acho que aconteceu exactamente o contrário. Demasiadas narrativas interligadas que tornaram o livro demasiado longo e sem um fio condutor pertinente.
Para além disso, considerei algumas das personagens sem grande caracterização e com pouca relevância. Foi-me algo complicado assimila tanta história de vida pessoal e como poderia ou não vir a interligarem-se.
Em suma, acho que o autor se focou demasiado em narrativas paralelas e desnecessárias àquela que realmente importava em todo o livro. Acho que se houvesse mais foco na premissa inicial de Chi Shao o livro teria tido muito mais potencial.

(Este livro foi gentilmente cedido pela Chiado Editora em troca de uma opinião sincera).

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