UM CLÁSSICO DA LITERATURA HÚNGARA
A História da Minha Mulher, até agora inédito em Portugal, é o romance mais conhecido de Milán Füst (1888-1967), autor que influenciou sucessivas gerações de escritores da Europa central
Tradução de Ernesto Rodrigues
O comandante de navios de longo curso, Jacques Störr, gigante holandês, desajeitado e rude, cansado da solidão dos mares e dos prazeres da vida, sobretudo gastronómicos, toma a decisão de se casar com Lizzy, uma francesa extrovertida, coquete e volúvel. Será um casamento entre duas almas irrequietas e opostas, pleno de peripécias, desentendimentos e provisórias reconciliações. A suspeita de que a sua jovem e adorável mulher o engana e a tentativa de o provar ditarão todas as acções e comportamentos de Störr, até se tornar, mais do que uma ideia fixa, o verdadeiro propósito da sua vida, que nem mesmo a morte dela conseguirá apagar.
Romance repleto de humor e, ao mesmo tempo, de uma visão profunda e melancólica da vida, que descreve o desconcerto do indivíduo perante um mundo em mudança, A História da Minha Mulher é a obra mais representativa de Milán Füst e uma das mais importantes da literatura húngara e europeia do século XX. Traduzida em numerosas línguas, encontrava-se até agora inédita no nosso país.
«[A História da Minha Mulher] é um desses livros que produzem no leitor um efeito tão sedutor e febril que este, ao se deixar levar pelo seu feitiço, corre o risco de reavaliar qualquer outro livro, para não mencionar o sentido da própria vida.»
Chicago Tribune
Milán Füst (Budapeste, 1888–1967), escritor, dramaturgo e poeta húngaro, nasce no seio de uma família judia pertencente à pequena nobreza empobrecida. Depois de completar estudos em Direito e Economia, leciona numa escola comercial. Em 1908, trava conhecimento com o escritor ErnőOsvát e publica o seu primeiro texto na revista literária Nyugat («Ocidente»), para a qual colaborará até ao seu fecho, em 1941. A sua obra, sobretudo na poesia, evidencia um deliberado pessimismo perante a vida e o mundo, bem como um interesse pelo destino e condição do Homem. Foi influência decisiva para a sucessiva geração de poetas e escritores húngaros. Recebeu o prémio Kossuth em 1948 e foi apontado como a escolha óbvia para o prémio Nobel de Literatura em 1965, que, porém, acabaria por não lhe ser atribuído. O romance A feleségem története («A História da Minha Mulher») foi publicado em 1942 e está traduzido em diversas línguas. Encontrava-se até hoje, assim como a restante obra deste importante escritor, inédito em Portugal.
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