26/02/2016

Opinião | Estranhos ao Luar | Jude Deveraux

Mais um encantador romance contemporâneo passado em Edilean, acerca de dois amigos de infância que se encontram após anos de afastamento e descobrem que a centelha que sentiram em crianças ainda perdura...

Quando Kim Aldredge tinha oito anos, conheceu um rapaz de doze chamado Travis, que estava de visita à sua cidade natal de Edilean, na Virgínia, com a mãe. Embora essa visita tivesse lugar sob circunstâncias misteriosas, isso não impediu que as crianças se tornassem amigas. Durante duas semanas maravilhosas, andaram de bicicleta, jogaram basebol e leram em voz alta para o outro. Tudo coisas comuns para Kim, mas para Travis bastante extraordinárias. E Travis ajudou Kim a descobrir o seu amor pela criação de joias, a paixão que se tornou a sua profissão. Antes de partir, ele disse-lhe que um dia iria voltar, e durante anos Kim guardou a foto de ambos, abraçados e sorridentes.
Travis é agora um advogado bem-sucedido em Manhattan, mas há coisas na sua vida que ele não quer tornadas públicas. E embora tenha viajado por todo o mundo, ainda pensa no verão passou em Edilean e na rapariga que lá conheceu. Essas semanas mudaram a sua vida para sempre. Quando Travis descobre que a mãe regressou a Edilean e tenciona voltar a casar, decide que está na hora de voltar também: não apenas para investigar o futuro marido da mãe, mas para finalmente cumprir a promessa que fez a Kim tanto anos antes...



Este foi o primeiro livro que li de Jude Deveraux e devo dizer que se os anteriores forem parecidos as este, já comecei tarde. Já prometi a mim mesma que tenho mesmo de ler os anteriores... lá chegarei.. um dia destes :)

Ora bem, o primeiro que leio da Jude Deveraux e conseguiu cativar-me logo desde o primeiro capítulo. As personagens são-nos apresentadas em duas linhas temporais. Na infância e na fase já mais adulta. Travis e Kim conhecem-se no ano de 1993, quando Kim tinha oito anos e ele tinha doze. Com a sua alegria e energia normais e saudáveis numa criança, Kim ensinou a Travis como ser criança. Não era algo que Travis soubesse ser, uma vez que levava uma vida reservada e calma demais para uma criança. Não brincava, não tinha amigos, não socializava. Ou seja, era uma espécie de ansião preso num corpo de criança. Kim ajudou-o a libertar-se, ajudou-o a divertir-se e com isso tornaram-se os melhores amigos, até ao dia em que ele simplesmente desapareceu sem aviso prévio. A pequena Kim, como seria de esperar, ficou de coração quebrado durante muito tempo e creio que ao longo de todo o seu crescimento, Travis nunca saiu do seu pensamento e do seu coração. A forma como eles se reencontram e como se aceitam tão facilmente é de amolecer as pedras da calçada. Ele apaixonado desde sempre por ela e ela, embora não o queira admitir, apaixonada por ele desde o primeiro dia em que lhe atirou torrões de terra à cabeça porque ele tinha algo que era dela. Adorei a forma como eles encaixavam um no outro, a forma como eles se complementam é difícil de conseguir e de manter e eles, apesar de todos os anos separados, conseguem ser fieis um ao outro de uma maneira terna e quem sabe, até infantil. Namoram com outras pessoas, envolvem-se com outras pessoas, é certo, mas nunca se esqueceram um do outro. Um amor que brotou entre duas crianças, cresce apesar da distância e floresce assim que se reencontram.
Como referi, nunca tinha lido nada de Jude Deveraux e fiquei mesmo agradavelmente surpresa por gostar tanto da maneira como ela escreve. Nada de floreados e de descrições chatas e monótonas. Consegue dar à história movimento e acção e faz-nos querer estar em Edilean. Uma espécie de aldeia esquecida pelo desenvolvimento urbano, recheada de pessoas boas e de lojas de turismo que qualquer um de nós adoraria visitar. As restantes personagens ajudam a compor o ramalhete. São ternas e preocupadas. Ajudam-se mutuamente, típico de quem vive numa terra esquecida num cantinho do mundo. Todos se conhecem e parece-me que são nada mais, nada menos do que uma grande família.

Queria mais de Travis e de Kim... pode ser que no próximo tenhamos um vislumbre de como eles estão a viver ;)
(Este Exemplar foi gentilmente cedido pela Quinta Essência em troca de uma opinião sincera)

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