Esta é a história de um desses dias – daqueles tão maus que mal consegues sair da cama, quando é uma luta para saíres de casa, ou dos que gostarias de nunca ter vivido. Mas mesmo os piores dias podem surpreender-te.
Numa festa lotada, um fantasma triste, perdido e sozinho vê outro fantasma triste na outra ponta da sala, e ambos decidem sair juntos. O que acontece a seguir muda tudo. Porque naquela noite eles iniciam o Clube Sad Ghost – uma sociedade secreta para os ansiosos e sozinhos, um clube para todos aqueles que pensam que não têm onde pertencer.
Antes de mais, obrigada à editora ASA por me ter disponibilizado um exemplar para leitura e opinião.
Gostei tanto de ler este livro. De uma forma leve e até ternurenta, Meddings aborda várias questões que afectam as nossas crianças e os nossos jovens de hoje em dia. Aliás, nem só os mais novos se sentem como o nosso Fantasminha, muitos adultos, também se sentem sozinhos e quase sem qualquer valor na sociedade.
Há muitas vezes na nossa vida em que só precisamos de alguém que nos oiça e que nos faça companhia. No entanto, nem sempre é fácil encontrarmos aquela pessoa que nos entende e que nos sabe ouvir. E é mesmo sobre isso que esta pequena novela gráfica nos traz.
Esta é a história de dois fantasmas em particular: SG e Socks. Ambos lutam todos os dias para conseguirem sair da cama, para se manterem focados e motivados e até a mais pequena tarefa parece-lhes demasiado. SG, assim que é convidado para uma festa e aceita, entra numa espiral de dúvidas em relação a tudo. Se deve ir, se não deve ir, se deve falar com alguém, se não deve falar, se deve apenas ir e observar ou se deve ir e fazer o que os outros fazem. Ainda assim, depois de muito pensar e desesperar, acaba por ir e, tal como pensava, quando se tenta integrar, não sabe como e acaba por esmorecer. É quando vê Socks do outro lado da sala, uma fantasma que lhe parece quase tão só e deslocada quanto ele.
Ambos conseguem sentir aquela empatia um pelo outro sem muito esforço e sem quase terem de falar muito um com o outro. Aquilo que os une é muito mais do que aquilo que os separa e é muito mais fácil ultrapassar as coisas quando estamos com alguém que nos entende.
Adorei a forma leve e suave com que a autora cria esta história e vai ao cerne da questão sem levantar ondas e sem ser crua. De uma forma que mesmo os que sofrem com a dor da solidão e da inadaptção social conseguem ver a luz ao fundo do tunel e perceber que há lugar também para eles.
Adorei também que neste livrinho delicioso, haja um gatinho e um sapinho que, até à altura eram os melhores amigos dele.
Quero muito ler o segundo volume!!
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