27/11/2023

Opinião | O Anti-Namorado | Penelope Ward | TopSeller

 

O meu vizinho Deacon é um homem extremamente atraente e sabe-o bem. Por isso, não é de estranhar que o seu apartamento se encha de gemidos deleitosos que denotam noites de grande entusiasmo com as companhias femininas que leva para casa. O problema é que a fina espessura das paredes que dividem os nossos tetos me obriga a estar demasiado a par dos seus relacionamentos, mantendo-me acordada e com a imaginação sempre a funcionar… Afinal, a minha vida amorosa é praticamente inexistente desde o nascimento da minha filha, o maior amor da minha vida.

Certo dia, depois de uma noite mal dormida devido à atividade noturna do Deacon, enchi-me de coragem e pedi-lhe que tentasse ser mais discreto. Para minha surpresa, ele não só compreendeu o meu problema como afirmou que iria mudar a cama de sítio. E para mostrar como era bom vizinho, até se ofereceu para fazer umas compras por mim.

A partir desse dia, a nossa relação mudou. O Deacon tornou-se um bom amigo, sempre pronto a ajudar, e eu descobri que ele tinha jeito para acalmar a minha bebé nas crises de choro. Se não fosse o facto de não querer assumir compromissos, ele podia ser o homem perfeito. Mas era exatamente o oposto.





Ler Penelope Ward é ter a certeza de que vamos ter uma história com personagens que nos vão chegar directamente ao coração. É impossível para esta autora criar personagens detestáveis nos seus livros.
Gostei particularmente desta história pela forma como foi escrita. Estamos habituados a que Penelope Ward nos traga romances daqueles "quentinhos" e com cenas escaldantes, no entanto, aqui nesta história tudo o que acontece entre as duas personagens principais é pautado mais pela ternura e cumplicidade entre os dois do que propriamente pelo desejo e pela paixão. Desde a altura em que se conheceram a tensão entre os dois é bastante clara, mas, tanto ele como ela, tentam não ligar ao que sentem um pelo outro. Ela por causa da filha bebé, a Sunny (que é adorável e fofinha) e ele, por achar que nunca será capaz de entregar o seu coração a alguém.
Ora, Carys é uma jovem mãe solteira que vive com a filha com Síndrome de Down. Embora tenha tido um desgosto amoroso com o pai da menina, Carys não fechou o seu coração para o amor e, aos poucos, começa a sentir algo mais por aquele vizinho que é sempre tão simpático e amoroso. De salientar que ela também o acha lindo de morrer, o que também ajuda a intensificar aquilo que ela sente por ele. No entanto, ele mantém sempre as distâncias. Toma conta de menina quando ela precisa, apoia-a quando ela se sente mais em baixo e, faz questão de fazer parte do dia-a-dia de ambas. Mas, não passa disso. Não quer correr o risco de estragar a relação que tem com Carys e prefere manter tudo na zona da amizade. Só que é mais fácil falar do que fazer e, a partir da altura em que sente no seu coração que sente algo mais por ela, tudo o resto deixou de ter qualquer importância.
É uma história sem muitas reviravoltas e que nos aquece o coração. É uma leitura aconchegante e que se lê num instante. Penelope Ward, para mim, é daquelas autoras que nem preciso ler a sinopse para saber que quero ler o que ela esceveu. Como sempre, colocou muito sentimento nesta história e tudo o que ela escreve, para mim, faz sentido. Torna as personagens um pouco mais reais!

Recomendo!

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