23/09/2019

Opinião | Implacável | Lisa Kleypas | Edições ASA

Um golpe do destino...
O libertino mais encantador de Londres, Devon Ravenel, acabou de herdar o título de conde. O problema é que herdou também uma propriedade (repleta de dívidas) e quatro inquilinas (profundamente indesejadas): as três irmãs do falecido conde e a sua temperamental viúva, Kathleen. 
Uma batalha de vontades...
Assim que Kathleen põe os olhos em Devon, não gosta do que vê (ou melhor... até gosta) e, apesar dos seus confrontos constantes, a tensão electrizante que paira entre ambos é quase impossível de ignorar. Quanto a Devon, as suas intenções relativamente à herança dissipam-se assim que conhece Kathleen. O seu objectivo passa a ser outro: possuir a temperamental viúva. Será ela capaz de resistir ao homem mais perigoso que alguma vez conheceu? 
Lisa Kleypas, autora estreante na ASA mas já bem conhecida dos leitores, tem o dom de nos fazer viajar no tempo. Implacável apresenta-nos a uma família temperamental e um herói muito especial...

Já não lia nada de Lisa Kleypas há algum tempo e, fiquei agradavelmente surpresa por ver que a autora melhorou imenso desde o primeiro livro que li dela. 
Gostei da forma como ela transformou um "lobo-mau" num homem com carácter e personalidade. É muito fácil olharmos para uma personagem e para algumas das suas atitudes e decidir de imediato que é uma personagem com maus instintos ou violenta. 
Devon, um homem sem qualquer título nobre ou vontade de o ter, vê-se de repente com um condado em mãos. Era algo que ele não queria, até porque a falta de um título nobre conferia-lhe a liberdade de acção que ele tanto prezava. Ora, com a morte prematura do primo, ele herda um condado e as respectivas obrigações que isso implica. Quanto mais não seja porque com a propriedade e o título de Conde, vem também uma viúva e respectivas familiares.
Ora, era de prever que sendo Devon um homem de personalidade vincada e difícil não fosse gostar muito da ideia e, quando conhece Kathleen, a viúva do primo, todas as ideias que tinha de se livrar daquele fardo imposto por uma tragédia esfumaram-se. Adepto de um bom desafio, Devon intimamente compromete-se a conquistar e "quebrar" a viúva e torná-la sua. No entanto, um futuro ao lado do primo odioso do falecido não estava nos planos de Kathleen. Se ele era teimoso e com temperamento difícil, Kathleen não lhe ficava nada atrás, embora aparentasse ser uma mulher frágil e suave. Contudo, Kathleen não podia dar-se ao luxo de pensar só em si, uma vez que, com a morte prematura do conde, tinha ficado também responsável pelas cunhadas. O condado não estava em boas condições, nem tão pouco era próspero e, era óbvio que ela, sendo jovem e com as cunhadas às costas, não tivesse quaisquer perspectivas de futuro risonho. Por isso, embora ela não estivesse com ideias amorosas em relação a Devon, à sua maneira ela consegue fazer com que ele sinta aquela adrenalina de reerguer o condado, tendo mais contacto e assistir os seus agora arrendatários e fazer com que Eversby Prior fosse novamente uma propriedade esplendorosa como havia sido há muito tempo atrás.
A química presente entre Devon e Kathleen era por demais visível e aquela sensação de que algo havia de explodir entre eles sempre que se encontravam está sempre presente. Ou seja, monotonia é algo que não temos neste livro.
Gostei imenso da forma como Devon passa de alguém que não tem qualquer preocupação na vida para alguém que se preocupa por aqueles que fazem parte do que herdou. Os seus arrendatários que precisavam de alguém que olhasse verdadeiramente por eles e as familiares que lhe foram impostas por um infortúnio, mas que agora fazem parte da vida dele e do seu futuro.
Recomendo, até porque vão gostar imenso da maneira que Kathleen consegue dar a volta a um destino e a um homem que lhe pareciam tão, mas tão cinzentos e agrestes.


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