Opinião | Já te Disse que Preciso de Ti | Estelle Maskame | Editorial Presença

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Eden não vê Tyler, o enteado do seu pai, há mais de um ano. Apesar de se terem afastado em nome do bem-estar da família, ela não consegue conter o entusiasmo quando Tyler a convida para passar o verão com ele em Nova Iorque.

Apesar de tudo, Eden sente-se feliz com Dean, o seu namorado, e tem a certeza de que Tyler também já a esqueceu. Mas durante o longo e quente verão na cidade que nunca dorme, torna-se cada vez mais evidente que eles ainda não esqueceram o passado. Mas conseguirão eles resistir à tentação de se reaproximarem?

Em Já te disse que preciso de ti?, o segundo volume da fenomenal trilogia de Estelle Maskame, Tyler e Eden vão ter de se confrontar com os seus sentimentos e decidir qual será o próximo passo nas suas vidas. Será que o amor entre ambos é suficientemente forte para enfrentarem os desafios que estão por vir?

(Pode Conter spoilers.... ou não) 

Aos pouquinhos vou começando a gostar mais, ou a perceber melhor, as personagens destes livros. Como sabem, não gostei assim muito, muito do primeiro volume (podem ler a minha opinião aqui), estava à espera de outra coisa, expectativas demasiadamente altas, creio eu. No entanto, e tenho de ser sincera, este segundo livro da trilogia conseguiu agarrar-me, até porque enquanto não o comecei e acabei, não descansei.

Personagens um pouco mais maduras, embora continuem um pouco ingénuas e algo infantis por vezes, com atitudes e conclusões algo rebuscadas, como as crianças costumam fazer, mas mais maduras, nem que seja porque estão mais velhas.

Em relação às personagens, no primeiro livro a minha preferida foi o Tyler, apesar de tudo o que se passou, e continua a ser. Um miúdo que passou por muito na infância e que, graças a Eden, maioritariamente, encontrou o seu lugar no mundo e usou tudo o que passou quando era pequeno e adolescente para ajudar outros em situações iguais. No primeiro livro temos um Tyler perturbado, violento e cínico, neste segundo volume encontra-mo-lo mais sereno, mais alegre e mais intenso. Quanto a Eden, consegue-se perceber que está estável a nível psicológico. Não se sente sempre tão insegura e é feliz com a vida que tem com a mãe e com o Dean em Santa Monica. No entanto, continua com o coração em outro lugar e isso faz com que ela seja um pouco desligada e que, embora vá estudar para longe dali a uns meses, não tem qualquer hesitação em passar algumas semanas fora dali e com, Tyler. 

Ora, neste livro vamos, precisamente, acompanhar Eden nas suas seis semanas de férias de Verão passadas com Tyler, no seu apartamento em Nova Iorque. Já não se viam há mais de um ano e, era de esperar que Eden estivesse algo "fora de si" com a ideia de o voltar a ver e, ainda por cima, sozinha. Sem a mãe, sem o pai, sem a mãe de Tyler e, essencialmente, sem Dean, o namorado.

Quem leu o primeiro sabe que o pai de Eden casou-se com a mãe de Tyler o que, socialmente os torna meio-irmãos. Ora, essa é coisa que eu acho absolutamente ridícula. Porque razão só porque dois progenitores diferentes se casam um com o outro tornam os filhos irmãos? Sinceramente, esse foi o único aspecto que sempre me fez confusão e incredulidade... Porque é que isso é um problema, quando até à data de Eden conhecer a nova esposa do pai, eles nunca se tinham visto na vida? Maior problema, achei eu, era ela ter namorado já há um ano e meio e, apesar de o amar, continuava apaixonada por Tyler, em silêncio. Acho que isso não é novidade para ninguém.

A única pessoa que realmente me surpreendeu neste segundo livro foi a mãe de Eden. Adoro-a! Uma mulher que criou a filha sozinha, superou todos os obstáculos de ser uma mãe solteira, ultrapassou o facto do ex-marido as ter abandonado e arranjado outra e, apesar de tudo, conseguiu abrir o coração a um novo amor, Jack (o qual também gostei imenso do pouco que vi). 

Mas agora, regressando a Eden e Tyler, tenho mesmo de dizer que adorei ver o lado sensível de Tyler. Apaixonado, sincero e muitas vezes intenso. Aos poucos vamos tendo a noção de que realmente há ali um grande amor e que é daqueles que é para sempre. Se vão ficar mesmo juntos? Eu gostaria... e gostaria também que alguém colocasse o pai de Eden no devido lugar. Ele devia ser o primeiro a ficar calado seja com o que for, uma vez que abandonou a mulher e a filha e só depois de muitos anos é que deu sinal de vida. Agora que ela tem dezoito anos é que ele quer ser o pai responsável e rigoroso? Bah!

Mais uma personagem que detesto: Tiffany! Não a suporto. É daquelas personagens que, apesar de necessárias, não fazem mais nada do que transmitir-nos aquela sensação de "Se eu te apanhasse à frente partia-te a cara" (desculpem a expressão). Mas a sério... das piores e mais maldosas personagens de sempre em livros deste género.

Dizer que gostei muito é ser sincera, porque de facto gostei, só não dei as 5* porque, lá está o meu coração de manteiga, fiquei triste com o Dean. Espero que no terceiro volume ele seja amplamente ressarcido de tudo o que passou neste.

Recomendo e estou ansiosa pelo terceiro!

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