Antes de começar, temos de dizer que o formato vai mudar um
bocadinho (um bocadão, na
verdade).
PRIMEIRO: ao estilo de “Quem quer ser
milionário?” vamos pedir a ajuda ao público – pelo menos! – uma vez por mês através de votação para saber
que tema escangalhar por
aqui.
SEGUNDO: os posts podem ser escritos ou por mim
ou pela Ivonne ou por nós as duas, será conforme o tempo, ou seja umas vezes ‘tá de chuva, outras
vezes não, aqui a ordem será a mesma, se é para escangalhar, começa-se mesmo de “cá de
dentro”. Já sabem que as epifanias vão abonar por cá, por isso não prometemos um “post
por fórmula”. “Todos diferentes, todos iguais” já
pregava o slogan de há uns anos. Por isso, o dia também não será fixo.
Agora,
continuemos…
Ivonne: Finalmente, calaste-te.
Vera: Mas… mas...
Ivonne: Sush! É a minha vez de falar. Ora bem,
no post de apresentação do Escangalhar a dobrar, a Vera deu a ideia de falarmos sobre maratonas. Eu
fiquei com a genica renovada – bem precisava! – e ela, a egocêntrica, pensou que
fosse para gozar com ela, pf!
*Maratonas, Vera e Ivonne? Isso é uma seca! Só se forem as de sofá.*
Ivonne: Não são umas maratonas quaisquer. Há uns que correm por prazer,
outros por solidariedade, outros ainda pela vida [se é que me entendem
ahah]. Nós, leitoras convictas, corremos que nos desalmamos para dar vazão aos
livros cá de casa – como se isso alguma vez fosse possível. São, portanto, as
chamadas maratonas literárias. A minha primeira experiência foi há um ano e umas semanas – AQUI – e como podem ver até não me correu mal. A primeira da Vera começou este ano - AQUI, mas já me ultrapassou em experiência e sabedoria e
maluqueira.
Então, de que tratam estas maratonas literárias? Não são de sofá,
mas são horizontais…
Vera: Humpf, vai directa ao assunto pá. Daqui a nada o pessoal
manda-nos ir pentear macacos!
Ivonne:
Okay, okay… relax! São
eventos cujo propósito é ler o máximo que se conseguir em x tempo. É um autêntico test-drive à nossa
capacidade e velocidade de leitura.
As diferenças entre a Vera e eu são enormes. Este ano tenho sido uma
papa-livros. Não li nada em Junho (época de exames) e Setembro com o regresso
às aulas tem sido fraquinho, mas já conto com 91 leituras. A Vera, com o
trabalho, as responsabilidades parentais, etc, etc, conseguiu duplicar o número
de 2013. Nas maratonas... Eu começo a todo o gás e depois…
Vera:
Ahahahah… Estampas-te!
Ivonne:
Pois, ri-te, ri-te, até porque tu és muito melhor.
“That’s not running!” – Indeed!
Vera: (…)
Tens a certeza de que isso não é correr? Olha que em Julho li 17
livrinhos… Toma, tomaaa!! Acho que nunca na vida tinha lido tanto livro em apenas um mês e
tudo graças às maratonas em que tenho participado. É que ao contrário de muita gente
*assobio* eu quando entro numa maratona seja na horizontal (isto leva a pensar noutra
coisa, não?) ou não, geralmente é para ler o máximo que posso, “oubistes” D. Ivonne?
Ivonne: Bom,
chega de falar de nós. Cada vez mais os leitores têm aderido a estas maratonas.
Tem os seus benefícios, mas também a sua cota parte de inconvenientes. Como
benefícios posso apontar a motivação que se gera em nós, aquela excitação de
criança de “eu li mais que tu, toma, toma” [não é, Vera?], o facto de
conseguirmos superar-nos a nós mesmos e até de termos outras pessoas na mesma situação.
A Vera, no grupo do Sinfonias no facebook, tem organizado imensas maratonas. Se
é para escangalhar, e como as opiniões não são todas iguais, aqui venho eu desestabilizar:
concordo com fazer maratonas, mas não acho que seja saudável estar quase sempre
em maratona. Porquê? Saltem em cima de mim, força.
Eu explico: generalizar uma
situação que devia ocorrer periodicamente é torná-la banal. Tal como as
maratonas solidárias não ocorrem todas as semanas, não concordo que as maratonas
literárias ocorram semana sim, semana não, até porque o cérebro precisa de uma
pausa.
*Mas,
Ivonne, assim lemos mais e conseguimos reduzir a pilha.*
Bom,
sim, têm razão, mas a verdade é que não lemos mais por estarmos em maratona –
ou não lemos mais SÓ por causa disso – se nós quisermos continuar com o ritmo,
conseguimos, basta a força de vontade, força esta que me falta sempre porque
para mim tornou-se banal e pouco… desafiante. Alguém que sinta o mesmo?
Vera: POUCO DESAFIANTE? Oin? O “desbastar” livros a torto
e a direito não é desafio que chegue? Eu podia até fazer uma maratona comigo
própria, mas tenho de ser sincera e admitir que tem muito mais piada fazê-lo em
grupo.
*E porquê, Vera?*
Ora, mas é óbvio. Se o fizerem sozinhos a quem vão dizer
que leram 4000? Páginas em 2 semanas? (Isto é ser muito optimista, eu sei), se
lerem sozinhos com quem vão discutir os livros que estão a ler? Em grupo há
sempre uma dinâmica diferente. É evidente que nem todas as maratonas nos correm
bem, umas melhores que outras, mas a ideia é mesmo ler o máximo que se puder
num período estipulado mas de modo que nos consigamos divertir e aliar o útil
ao agradável. Até porque o “Bom Português” é mesmo assim: Trabalha melhor sob
pressão :p
Ivonne: Isso do
português daria pano para mangas. Ler em grupo é uma das vantagens, sim,
motiva-nos mais… mas o que é demais enjoa. O importante é que os leitores estão
satisfeitos e aderem às iniciativas que tu organizas :)
E vocês, o que acham?