Viagem Atribulada da Beth O’Leary
Título Original: The Road Trip
ISBN: 9789895648504
Edição: 11-2021
Editor: Topseller
Páginas: 416
Género: Romance Contemporâneo
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Cinco pessoas à boleia de um passado que precisa de ser revivido.
Addie e Deb estão de malas feitas para uma viagem de carro até à Escócia para assistirem ao casamento de uma amiga. A playlist está a postos e as guloseimas estão preparadas, e até Rodney, um outro convidado da boda a quem vão dar boleia, se encontra devidamente instalado no banco de trás. O longo percurso promete ser uma oportunidade para as duas irmãs passarem umas belas horas de convívio.
Contudo, pouco tempo depois da partida, um outro carro embate na traseira do delas. Tudo não passaria de um pequeno contratempo, se o condutor da outra viatura não fosse Dylan, o ex-namorado de Addie, que ela anda a evitar desde a separação traumática do casal dois anos antes.
Dylan e Marcus, o seu melhor amigo, também vão a caminho do casamento, mas, agora que os dois ficaram com o carro inoperacional, Addie vê-se obrigada a oferecer-lhes boleia. E é assim que, de um momento para o outro, o Mini se enche de bagagem e segredos. Nos quase 650 quilómetros que têm pela frente, Addie e Dylan serão obrigados a confrontar-se com a atribulada história da sua relação e com todas as memórias de um passado com muitos problemas por resolver.
Este livro, a par com o "Apartamento Partilha-se", foi uma surpresa deveras agradável. Já deu para perceber que a autora tem uma forma leve e divertida de escrever uma história, fazendo com que a leitura não se torne aborrecida e pesada. Gosto imenso de como Beth O'Leary cria personagens interessantes, inteligentes e divertidas. Com alguns problemas de personalidade, mas ainda assim muito apelativas.
Esta foi, de facto, uma viagem atribulada e conta-nos a história de Addie e Deb, duas jovens mulheres que, numa viagem para o casamento de uma das melhores amigas, dá de caras com o seu ex-namorado Dylan e o seu inseparável mas insuportável melhor amigo, Marcus. Acontece que nessa viagem há um acidente e Dylan bate-lhe em cheio na traseira do seu pequeno carro. Uma vez que também ele vai ao casamento, acabamos por ter os dois no mesmo carro, o dela, e mais três pessoas: Deb, irmã dela, Marcus, melhor amigo dele e um pendura que ninguém sabe bem como foi convidado para o casamento. Cinco pessoas que não se podem ver umas às outras num pequeno Mini tem tudo para dar certo, verdade? Só que não! numa viagem que também foi pautada por visitas ao passado, de quando Dylan e Addie se conheceram e se apaixonaram perdidamente um pelo outro, vamos ter acesso a tudo o que aconteceu desde a altura em que as coisas estavam bem e, de repente, começaram a correr mal até ao ponto da ruptura entre os dois.
Tenho de admitir e dizer-vos que gosto imenso de histórias onde temos essas viagens entre o passado e o presente. Dá-nos uma maior perspectiva e conhecimento das personagens. Falando, precisamente das personagens, tenho algumas coisas a dizer. De todas elas, curiosamente a que mais gostei foi da Deb, a irmã meio tresloucada mas que está sempre ali para apoiar e ajudar a irmã. Não tem papas na lingua e adorei a forma como ela batia de frente com Marcus. Quanto à Addie, apesar de ser a personagem principal, achei-a um pouco ambígua. Gostei mais da Addie do presente do que a Addie que nos foi apresentada no passado. Quanto a Dylan, se houve alturas em que tive pena dele, outras houve que o achei um bocado banana demais para o meu gosto (perdoem-me a expressão). Desde que o conhecemos deixa-se influenciar pelo melhor amigo Marcus e, regra gerla, tomava sempre a decisão mais errada possível, nunca pensando pela sua cabeça ou nunca agindo com o seu próprio coração. Era um fraco, é o adjectivo mais adequado. Quanto a Marcus, mais uma vez, curiosamente não o detestei. Pelo contrário, tinha apenas imensa pena dele e de ele ser uma pessoa tão negativa e tão tóxica. É daquele tipo de amigo que devemos manter a distância. Verdade que tinha uma personalidade singular e, em algumas alturas, divertida, mas no geral era alguém que servia apenas para minar toda a felicidade dos que o rodeavam.
Uma história que aborda problemas familiares, relações de amizade tóxicas e destrutivas e alguns abusos pelo caminho e a forma como, muitas vezes, a solução é pedirmos ajuda a quem, de facto, nos pode ajudar. Não é erro nenhum recorrermos a quem está de fora para nos voltar a encaminhar na vida e isso foi um facto que admirei no Dylan e no Marcus. Algures no tempo eles decidiram que estava na hora de mudar e durante toda a leitura foi mesmo essa mudança que fez toda a diferença.
Recomendo!
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