17/01/2020

Opinião | O Dia do Assassínio | Annie Ward | Planeta Portugal

Há sempre dois lados para a mesma história… e para cada pessoa.
Coisas que me assustam: Quando o Charlie chora. Quando o Ian bebe vodca na cave. Ou quando não acorda. Quando alguém mata miúdos numa escola.
Dezasseis anos de amor, aventura e suspeita acabam quando um telefonema histérico para o 112 pede ajuda à polícia, que se vai deparar com uma casa inundada de sangue. A agente Diane. Varga está perto e aceita a incumbência de ir à casa e atender o pedido de socorro. Quando sabe que o sargento Shipps também está a caminho, fica muito aliviada, pois não sabe o que a espera.
Quando chega à casa vê um rasto de sangue e entra. Encontra um menino de três anos, Charlie, vivo e um corpo na cave. A mãe de Charlie, Maddie, e a amiga estão cobertas de hematomas e de sangue.
Seis semanas antes do assassínio, quando fazia terapia após um acidente horrível num acampamento, Madeline Wilson aos poucos começa a revelar o medo que sente do marido, Ian, segurança privado, e a preocupação com o bem-estar do filho e a sua amizade com um operacional da CIA.
Dos Balcãs a Inglaterra, do Iraque a Manhattan e, por fim, a uma família normal no Kansas, dezasseis anos de amor, aventura e suspeita culminam em terror.

Pessoalmente, gostei bastante deste livro. A autora consegue puxar-nos para o meio da loucura que sempre foi a vida de Maddie.
Este livro e a história que nos é contada aqui  não vai deixar ninguém indiferente.
Temos uma Maddie que desde muito jovem quer explorar o mundo. Ter aventuras, conhecer novas culturas e fazer a diferença. Viver no exterior tem sido o sonho de uma vida inteira e a oportunidade de trabalhar na Europa Oriental, longe de sua família no Kansas, proporciona a Maddie uma liberdade e emoção que a deixam nas nuvens, apesar de todas as dificuldades que sabe que irá enfrentar. Contudo, uma vez que a sua melhor amiga de sempre Joanna, está apenas a uma passagem de fronteira, tudo será muito mais fácil.
Bastou uma visita, há já muito tempo esperada, a Joanna, para as coisas mudarem de rumo, irremediavelmente. Foi preciso apenas uma noite na cidade e, todo o clima da Macedónia, intoxicam os sentidos de Maddie aumentando exponencialmente a impressão que Ian, um activo do exército britânico entra no mesmo bar, tem sobre ela. Automaticamente, Maddie sente uma atracção impossível de evitar e esquecer.
Esse é o momento que muda o rumo dos acontecimentos na vida de Maddie e também de Joanna. De facto, a vida de Maddie nunca mais foi a mesma. Passa os dias com Ian no pensamento, muito embora saiba que ele tem namorada e Joanna, apesar de no inicio ter sido amiga dele, agora não o suporta por algum motivo escondido qualquer. No entanto, e com mais contras do que prós numa possível relação com Ian, Maddie não consegue esquecer aquele fogo que sente sempre que está com ele. 

Entre viagens do passado para o presente, que nos ajudam a perceber todo o caminho que as personagens percorreram e como, Maddie vai aprender a lidar com todas as desilusões que Ian lhe provoca ao longo dos anos e até, inclusive, aprender a viver com a ideia de que nunca terá Ian na sua vida, de forma permanente. No entanto, a vida de Maddie entra numa espiral de altos e baixos que a levam directamente para os braços de Ian, muitos anos depois da primeira vez que se viram. Ambos sozinhos e com os seus próprios traumas, casam-se e formam, finalmente uma família. O pequeno Charlie é o fruto desse suposto grande amor entre os dois. A amizade entre Maddie e Joanna termina por motivos óbvios para nós, leitores, mas não tão claros para Maddie, deixando-a assim sozinha apenas com Charlie e Ian quando este estava presente.
Após alguns anos de um casamento supostamente calmo e cheio de felicidade, Ian resolve retomar a actividade, Segurança Pessoal de Pessoas VIP, e começa a estar mais tempo ausente de casa, deixando Maddie sozinha com Charlie. 
É nesses momentos que ela começa a ser acompanhada por uma terapeuta pois precisa de resolver traumas do passado tanto físicos como psicológicos. Até chegar ao dia em que ocorre o assassínio na cave da casa de Maddie. 

Cria-se no leitor a sensação de que é expectável o que aconteceu e até compreensível. Conseguimos sentir que Maddie estava no seu limite e que um infortúnio do destino quis que a sua reconciliação com Joanna ficasse marcada por um acto de auto-defesa, resultando numa tragédia na sua própria casa.

Contudo, fico mesmo muito satisfeita de vos aguçar a curiosidade e dizer-vos que nem tudo o que parece é e que as pessoas conseguem ser mesmo muito, muito astutas e até falsas quando a isso se propõem.

Este foi um livro que me agarrou do início ao fim e que não me desapontou de forma alguma. Tenho de ser sincera e admitir que, embora seja a personagem principal e seja, supostamente, uma vitima, nunca fui muito com a cara da Maddie. Agora tirem as vossas conclusões, mas não deixem de ler este livro que é uma montanha russa de emoções.

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