07/10/2016

Opinião | Tudo, Tudo...e Nós | Nicola Yoon | Presença

Madeline Whittier observa o mundo pela janela. Tem uma doença rara que a impede de sair de casa. Apesar disso, Maddy leva uma vida tranquila na companhia da mãe e da sua enfermeira - até ao dia em que Olly, um rapaz vestido de preto, se muda para a casa ao lado e os seus olhares se cruzam pela primeira vez. De repente, torna-se impossível para Maddy voltar à velha rotina e ignorar o fascínio do exterior - mesmo que isso ponha a sua vida em risco. 

Nicola Yoon escreveu um livro comovente com uma mensagem para leitores de todas as idades.

Primeira reacção a este livro: U.A.U.
A sério, li este livro em cerca de quatro ou cinco horas e nem estava à espera de que isso fosse acontecer. Este é daqueles livros que nos prendem e não nos largam até que os acabemos e depois quando acabamos ficamos numa espécie de "limbo", sem saber o que pensar e como pensar. Provavelmente, estarão a pensar que estou a exagerar, mas não estou. Quando peguei neste livro, estava à espera de ler a história de uma miúda enclausurada por ter uma doença imunitária grave e crónica que farta-se de estar presa naquele corpo e naquele quarto e que, de alguma maneira, ia conseguir apaixonar-se por alguém, ainda que estivesse completamente isolada.
Maddy é uma jovem de dezoito anos que sofre de uma doença imunitária desde bebé. Vive e estuda em casa, sendo seguida por Carla, a enfermeira, e pela sua mãe que é médica. A casa obedece a regras de desinfecção, isolamento e pormenores essenciais à vida de Maddy. Não recebe visitas, não pode ser tocada por ninguém, excepto pela enfermeira e pela sua mãe que vivem em constante "modo de limpeza e desinfecção". Maddy é uma jovem muito inteligente e observadora. Devora livros e o estar enclausurada desde muito pequena ensinou-a a ser assim. É uma pessoa curiosa e divertida, apesar da sua condição. Aprendeu a resignar-se que a sua única hipótese de sobrevivência era estar ali fechada, sob constante vigilância médica. Por ser filha única, agarrou-se à única pessoa que podia estar com ela, a mãe. Juntas, criaram rotinas diárias e dias especiais, de modo a que as coisas pudessem ser mas fáceis de suportar.
Contudo, não estava nos planos de Maddy e da mãe que a casa do lado fosse ocupada por uma família com dois filhos. Oliver e a irmã, juntamente com os pais. Aos poucos Maddy, através da sua janela para o mundo, vai chegar à conclusão de que aqueles dois irmãos são tudo menos felizes e que Ollie é um rapaz muito especial. No dia em que os seus olhos se cruzaram através do vidro da janela do quarto de Maddy, a vida como ela a conhecia, nunca mais poderia ser igual. Aos poucos, foi ficando mais curiosa, mais insatisfeita com o *raio* de vida que tinha. Ollie deu a Maddy o "empurrão" que ela precisava para se libertar de tudo. Deu-lhe a vontade de ser tocada, de ser amada, de poder sair com os amigos, de namorar, rir e brincar sem quaisquer tipo de restrições. Na verdade, Ollie é um amor de rapaz. Traz consigo mágoas e questões familiares que não o deixam ser feliz e a única pessoa que o prende ali até ao dia em que conhece Maddy, é a irmã. Assim que conhece Maddy, não consegue pensar noutra coisa a não ser nela. De uma maneira natural abre as portas do seu coração a Maddy  e foi aí que ela começou a sair daquele estado de resignação. Na altura em que se apaixona por Ollie (acho que não estou a dar nenhum spoiler, porque era mais do que óbvio que isso ia acontecer), acaba por escolher viver em vez de sobreviver. Aceita os riscos que o amor lhe dá e parte em busca de ser feliz, nem que seja apenas por uns dias. Era de prever que as coisas não acabassem da melhor forma, mas a forma como acabam? Bem.... só vos posso dizer que nunca na vida, até uma certa altura do livro, pensei que desse uma reviravolta tão grande. Isto é só ficção, mas acredito que na vida real, haja pessoas capazes de fazer o que foi feito neste livro. O egoísmo, a insegurança e o medo, por vezes, levam as pessoas a medidas extremas, nem que para isso tenham que passar por cima da vida de outros. 
A escrita de Nicola Yoon é absolutamente apaixonante. Leve e fluída, com aquele sentimento sincero e tocante, e o facto de haver capítulos com imagens, (desenhos à mão), que sabemos que são pensadas por Maddy, é *delicioso*. Termos capítulos tão leves e tão completos a todos os níveis, que faz com que a leitura seja, de facto, viciante. Há drama? Há. Mas não aquele drama "enjoativo" que nos faz revirar os olhos de tão pesado que é. É um drama que poderia ser real, porque esta doença imunitária é uma realidade. Ou seja, há o drama normal de uma jovem que sofre de uma doença crónica e fatal mas que mesmo assim, tem amor pela vida e por tudo o que viver implica, e isto é de louvar. Ensina-nos que por mais que a vida nos bata, temos sempre motivos para viver, nem que isso nos leve à morte. Morremos, mas vivemos e fomos felizes!
Sinceramente? Faz hoje uma semana que li este livro e uma semana foi precisa para conseguir elaborar uma opinião razoavelmente decente e ainda assim, não estou satisfeita com o que escrevi porque sinto que não é o suficiente para perceberem a pérola que este livro é. Vai ser lido mais vezes, com toda a certeza!

Para mais informações sobre este livro por favor ir directamente à página da Presença :)
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Presença em troca de uma opinião sincera)

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