Nem sempre fui apaixonada por Colton Calloway, eu estava apaixonada pelo seu irmão mais novo, Kyle, em primeiro lugar. Kyle foi o meu primeiro amor verdadeiro, meu primeiro em todos os sentidos.
Então, uma noite tempestuosa de agosto, ele morreu, e a pessoa que eu era, morreu com ele.
Colton não me ensinou a viver. Ele não me curou a dor. Ele não fez isso bem. Ele ensinou-me a sofrer, como não ficar bem, e, eventualmente, como deixar ir.
*Contém Spoilers*
Quando peguei nesta história para ler estava naquela do "vamos ver no que isto vai dar". Não tinha quaisquer expectativas, até porque nunca sequer tinha ouvido falar muito sobre essa série. Leram bem, "S.É.R.I.E" sim, porque tem mais três livros (yeyyyyyy). ^_^
Como vou opinar sobre este livro? Oh Meu Deus, tarefa ingrata. Deixem informar-vos desde já que, até hoje, poucos livros me arrebataram como este menino.
Tem um início leve e divertido. A descoberta do amor que afinal sempre tinha existido desde o berço até à adolescência. Aborda de maneira simples e realista o assunto da "primeira vez" de uma moça e as suas reacções anteriores e posteriores. A temática do amor verdadeiro, que raramente o é aos dezasseis anos. Sem esquecer que do meio do livro até ao final, a temática de como se recupera da dor da perda de alguém que amamos acima de tudo e que faz parte de nós desde sempre e como podemos um dia conseguir curar essa ferida.
Passando à história. É sobre Nell e Kyle. Um casal que se conhece desde que nasceram, pois as famílias eram vizinhas e já os pais dos dois eram amigos de longa data. Têm ambos dezasseis anos e eram os melhores amigos. Eram tidos como namorados, uma vez que eram inseparáveis, embora não o fossem na realidade. Até que um belo dia ambos se apercebem de que não podem viver um sem o outro e que o sentimento que os move não é apenas amizade e sim uma paixão imensa e um amor sem limites. Nada mais natural do que tornarem oficial aquilo que toda a gente já sabia. O tempo passa e dois anos depois, Kyle organiza uma estadia numa cabana dos pais. O plano era pedir Nell em casamento. No entanto, Nell tem consciência de que aos dezoito anos são ambos muito novos e aquele é um passo enorme a ser dado por praticamente dois adolescentes. Nessa noite, ao dizer-lhe o que sentia, são ambos apanhados numa violenta tempestade, fazendo com que uma tragédia ocorresse. Kyle morre e Nell entra num marasmo de emoções. (Nesta parte do livro, estou tipo: Okay... isso soa-me a que ela vai ser uma miúda cheia de culpas. Uma jovem que terá uma juventude toda lixada e um futuro muito negro.) Não me enganei. Nell recusa-se a chorar, recusa-se a sentir, sente-se culpada pela morte de quem mais amava na vida, ou seja, perde toda a alegria que sempre a caracterizara e recusa-se a avançar e a admitir o que aconteceu. No funeral, conhece Colton, irmão mais velho de Kyle. O autêntico e verdadeiro bad boy. Saiu de casa aos dezassete anos com uma mão à frente e outra atrás porque não quis seguir a vida diplomática que o pai tinha planeado para ele. Aos vinte e três anos regressa para assistir ao funeral do irmão e é aí que a vê. Uma jovem de dezoito anos de vestido preto e com cabelo Strawberry Blond (não sei bem como traduzir este tom de cor de cabelo). No olhar apenas desespero e dor, mas no entanto, sem qualquer vestígio de lágrimas ou algo parecido. Fica de imediato, "agarrado" por aquela figura que sabia ser a namorada do seu falecido irmão. Falam, observam-se e chegam a discutir e ela foge-lhe por entre os dedos depois de um beijo roubado.
Mais dois anos passam. Desta feita, Nell tem já vinte anos e vive em Nova Iorque. Bem como Colton. No entanto, ela continua sem querer fazer o luto de quem foi o seu primeiro amor e único até à data. Reencontra Colton, no Central Park, com uma viola na mão e uma voz grave que encanta e seduz quem quer que a oiça. Aqui faço uma interrupção para ressaltar o facto de este ser um livro extremamente musical. Desde Beatles até The Civil Wars, passando por Adele e Dave Mathews Band. Uma banda sonora divinal que nos acompanha durante grande parte da leitura e que nos ajuda e sentir as emoções tão bem descritas pela autora. Retomando, desde o reencontro até ambos se aperceberem de que foram feitos um para o outro, não passa muito tempo. Ele precisa dela para tentar aliviar todas as dores porque passou ao longo da vida e ela precisa dele para tentar curar a dor que sente e deixar os sentimentos fluírem.
Pelo meio, preparem-se pois as cenas de sexo são abundantes em todos os aspectos. Em quantidade, qualidade e descrições!
Jasinda Wilder pega num casal atormentado e torna esta história, simplesmente, deliciosa! Houve alturas (várias vezes) em que senti o coração acelerado e a respiração suspensa, e não... não foi só nas cenas mais hot. A leitura poderia ser mais rápida, mas uma vez que li em inglês, o começar custa um pouquinho mais, mas depois é sempre a abrir.
Rendi-me completamente à história e às personagens. Colton, Nell e até mesmo o próprio Kyle.
A personagem que mais gostei, foi sem dúvida, Colton... pela sua força interior, pela sua sabedoria adquirida pela experiência que lhe foi imposta à força. Pela sua sensibilidade e ternura. É o verdadeiro bad boy com um coração de manteiga. O namorado que sem dúvida todas quereriam. Atencioso, meigo, preocupado e altruísta. Faz tudo o que pode por ela e sabe que ela precisa tanto dele como ele dela. Como disse uma amiga minha, "uma verdadeira pérola". Já para não falar da perícia in bed!
No final do livro, admito que me senti deveras cansada emocionalmente. A nível emocional tem uma carga muito forte. Fez-me chorar, fez-me sorrir e alturas houve, em que me fez zangar a sério! É este o poder dos livros... passamos a considerar as personagens como sendo nossas amigas, como se fossem realidade, quando de facto não passam de seres fruto da imaginação de alguém com um talento imenso para escrever e fazer-nos sonhar.
Sei que foi uma opinião enooooorme, mas é impossível escrever uma opinião mais pequena.
Recomendo!!