Tessa Young é uma jovem reservada e estável que sai de casa da mãe, uma mulher autoritária e preconceituosa, para iniciar os seus estudos na universidade, separando-se pela primeira vez do namorado de sempre, Noah, um rapaz doce e amoroso. Logo no primeiro dia, conhece a sua companheira de quarto, Steph, e os amigos desta, entre os quais Hardin, um inglês insolente, cheio de tatuagens e piercings. Rápida e inesperadamente, Tessa e Hardin iniciam uma relação intensa mas atribulada, pois ele é um bad boy que só arranja problemas. Tessa tem de tomar uma séria e dolorosa decisão: será que faz sentido trocar Noah por Hardin, desiludindo a sua super-protectora mãe e sabendo que a sua vida nunca mais será a mesma? A menos que... poderá ser por amor?
(Pode Conter Spoilers)
Esta série, tenho de admitir, nunca me cativou, até porque sempre foi vista e falada como uma fanfic de uma banda pop. Sempre coloquei de parte a leitura destes livros. Fui preconceituosa, admito, mas o background que estes livros traziam não era dos mais apelativos para mim. Mas se consigo admitir que julguei um livro antes de o ler, também sou capaz de admitir que, para mim, foi uma leitura absolutamente viciante e vertiginosa. Não estava nada à espera de gostar tanto, apesar dos altos e baixos que vão ocorrendo durante o livro todo.
Este livro inicia a história atribulada e intensa entre Tessa e Hardin.
Tessa é a imagem da menina bem comportada que vai sair, pela primeira, de debaixo das asas protectoras de uma mãe um pouco armada em fina e exigente. Vai para o primeiro ano de Universidade e vai ficar num dormitório pertencente à Universidade. É óbvio que Tessa tem um namorado de longa data, Noah, que nem só é talhado para ela como também é adorado pela mãe dela. Ele é carinhoso o quanto baste, nunca levando nada muito além da conta, é trabalhador e amoroso. É evidente que a ama, mas a meu ver, falta-lhe vivacidade, calor e aquela chama da paixão. Mas é bom rapaz.
Tessa conhece Hardin através da sua nova (e estranha) companheira de quarto, Steph. São tipo um grupo de amigos que já se conhecem há muito tempo e entre os quais existe aquela cumplicidade e confiança que só mesmo os amigos de longa data têm.
Tessa é o retrato da boa educação e das chamadas "meninas bem", ou seja, não bebe, não fuma, não sai à noite, não veste roupas garridas nem reveladoras, não vai as festas. Só estuda e luta para cumprir o sonho da mãe em ser uma aluna impecável e irrepreensível que tem tudo controlado. Ou seja, é uma chata de primeira, mas por isso mesmo, adorei ver como ela, aos poucos, foi deixando de o ser e começou a ser alguém que pensa pela sua própria cabeça e que sabe responder a quem tem de responder quando a situação assim o exige.
Hardin por sua vez, é o retrato do mau caminho. Arrogante, cínico, mal educado e com ar de quem está revoltado com tudo e com todos. No entanto, é só com ela que ele age assim. Já ouvi dizer que do ódio ao amor é apenas um passo muito pequeno e acho que neste caso adequa-se perfeitamente.
Gostei imenso, e foi um dos aspectos que me prendeu à leitura, de como Anna Todd, vai avançando no tipo de relacionamento deles os dois de maneira a que tenhamos acesso à vida de Tessa antes e depois de Hardin, a todos os segredos e receios dele que, ao serem revelados, nos vai fazendo entender o porquê de muitas atitudes dele em relação a ela e a todos os demais. É muito bom ver Tessa a crescer interiormente e, ao mesmo tempo, conseguir fazer com que Hardin mude algumas atitudes e comece a pensar e agir como ele não conseguia fazer antes. Pelo menos, de vez em quando.
No entanto, fica a vossa pergunta de porque é que não atribui mais estrelas a este livro. Não consegui dar mais estrelas porque muitas foram as ocasiões que ficava tão chateada e furiosa, tanto com as atitudes do Hardin como pelas reacções de Tessa, que queria desistir. A meu ver, acho que algumas ocasiões foram excessivamente desnecessárias, não só pelo bem das personagens como pelo bem estar mental e emocional dos leitores.
Até ao final, consegui ver um Hardin emocionalmente instável e carente. Hardin tinha medo de se apegar emocionalmente fosse a quem fosse e isso fazia com que ele fosse, na maioria das vezes, rude e agressivo, mas, também consegui vislumbrar um rapaz que sabia e conseguia ser amoroso e deixar de lado todas as suas inseguranças e traumas. Todavia, e apesar de ser muito bom ter uma história de amor inesquecível, não gostava de estar na pele de Tessa e lidar com tudo o que constituía o Hardin.
Aguarda-se mais drama, mais trauma e mais momentos frustrantes no próximo volume :p