Britt Pheiffer sonha há mais de um ano com umas férias repletas de aventura.
Treinou vários percursos pelas Montanhas Rochosas, comprou equipamento especial e até se sente confiante para levar consigo a melhor amiga, mais adepta de centros comerciais do que do ar puro das montanhas.
Poucas horas após o início da viagem, um nevão inesperado obriga-as a refugiarem-se numa cabana abandonada, aceitando a hospitalidade dos seus dois estranhos ocupantes: dois homens jovens, atraentes e… em fuga.
Feita refém, Britt é obrigada a guiá-los pela montanha e espera conseguir aguentar-se tempo suficiente até Calvin - o ex-namorado que ainda não conseguiu esquecer - poder encontrá-la.
Nada é o que parece nesta aventura nas paisagens inóspitas do Wyoming. Mason, um dos raptores, é estranhamente simpático para Britt. Já Shaun é claramente um homem perigoso.
Mas será Britt capaz de resistir à perigosa atracção que Mason parece exercer sobre ela e, por fim, sobreviver?
*Pode Conter Spoilers*
Depois de ter lido a saga "Hush, Hush" de Becca Fitzpatrick, a qual eu adorei, estava muito ansiosa por ler este novo livro dela, desta vez num género diferente. Qual o género? Não sei ao certo... Não sei se o enquadre em Young Adult, se em Drama, se em Thriller , se em Suspense ou se em Romance.
Mas bem, lá me decidi simplesmente pelo Young Adult com um pouco de Suspense e Drama à mistura. Acho que se aplica. Pois temos romance, temos três assassinatos de três raparigas em menos de um ano e temos o assassino em fuga pois ele ou eles nunca foram apanhados.
O livro começa de uma maneira estranha tenho de admitir pois assistimos "em directo" ao assassinato de Lauren e de qualquer maneira sempre pensei que ela se safaria pois apesar das estupidezes que fez, parecia ser uma rapariga determinada e inteligente. Não foi o caso, pois ela é uma das raparigas desaparecidas.
Aqui neste livro temos a história de uma jovem de dezoito anos que, com a vontade de fazer frente ao ex-namorado (que por acaso é o irmão da melhor amiga dela) e mostrar-lhe que ele perdeu uma grande mulher aventura-se numa viagem de exploração às Montanhas Rochosas, onde a família de Korbie, a melhor amiga, tem uma espécie de chalé. Tudo corria bem até que a meio da viagem de carro até ao destino são apanhadas por uma tempestade de neve e ficam atoladas no meio da estrada, sem qualquer visibilidade, sem telemóvel (não havia rede) e sem rádio de comunicações. Ou seja, completamente tramadas!
Eis que se lembram de sair do jipe e ir à procura de ajuda. Por um lado foi má ideia uma vez que nunca se sabe o que vamos encontrar pelo caminho, por outro lado, bem... não podiam ficar no meio da estrada, sem luzes, sem nada à espera que lhes batessem. No lugar delas, sinceramente não sei qual seria a minha opção. Adiante, é nesta fase que encontram uma pequena cabana com dois homens lá dentro, Shaun e Mason. Será aqui que elas vão preferir terem ficado no carro.
Desde a primeira vez que Mason apareceu que gostei dele. Curiosamente, ele apareceu na bomba de gasolina ainda antes de tudo ter acontecido e mostrou ser um rapaz doce e atraente. No entanto, quando acompanhado por Shaun (homem detestável) torna-se em alguém frio e desprovido de qualquer emoção. Isto bastaria para aterrar qualquer uma, quanto mais duas miúdas inconsequentes, habituadas a que tudo corresse de feição para elas, principalmente Korbie.
A menos de meio do livro já sabia que o Calvin, ex-namorado da Britt, não era quem se pensava que era. E quando lerem o livro vão perceber.
Gostava de poder contar tudo o que realmente se passa neste livro, o modo como Shaun as tratou, a maneira como elas sofreram e a luta de Mason para que elas não se metessem numa embrulhada tão grande.
Sei que existem muitos leitores que ficaram algo decepcionados porque esperavam mais de uma história assim e de uma autora que já nos habitou a bons livros. Contudo,apesar de previsível (até porque apesar de escrever bem, Becca Fitzpatrick não prima pela imprevisibilidade), acho que está uma história bem conseguida e no final ele (Mason) ter-lhe dado aquele tempo para ela saber o que queria da vida foi bem pensado. No final acabei por valorizar a Britt... acho que ela amadureceu imenso com todas as provações que passou em menos de cinco dias. Quanto à Korbie, achei bem elas terem deixado de ser amigas, tanto pelo que se passou no final e também porque acho que a Korbie nunca deu valor à amiga que Britt sempre foi. Estava em constante competição com ela e para ela estava sempre em vantagem e ela tenha arranjado uma melhor amiga que gosta dela pelo que ela é e não por comparações de quem é que tem mais ou é melhor.
Por isso, sim, acho que não poderia ter dado menos do que quatro estrelas, pela maneira como está escrito, leve e bem estruturado e de uma maneira que prende os leitores... se há coisinhas que me fizeram revirar os olhos? Sim, mas não deixa de ser uma boa variante da escrita de Becca Fitzpatrick. Espero que a Porto Editora aposte sempre e mais nessa autora.
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera e honesta.)