12/05/2016

Opinião | Perdida | Carina Rissi

E se o amor da sua vida apenas existisse no século XIX?
Perdida é uma história divertida, apaixonante e intensa, que vai querer devorar até à última página.
Sofia é uma jovem de 24 anos que vive numa grande cidade e está habituada à sua vida independente e moderna. Divertida, mas solitária, Sofia não acredita no amor, convencida de que os únicos romances da sua vida são aqueles que os livros lhe proporcionam. 
Porém, após comprar um telemóvel novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem saber como ou se poderá voltar para sua casa, para o «seu» século. Enquanto tenta encontrar uma solução, é acolhida pela família Clarke, à qual, à medida que os dias passam, se afeiçoa cada vez mais. 
Com a ajuda do prestável ? e lindo ? Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba por encontrar pistas que talvez a ajudem a regressar à sua vida.
O que ela não sabe é que o seu coração tem outros planos, e que a ideia de deixar o século XIX pode vir a tornar-se angustiante?

GoodReads

Primeira palavra: Hilariante! É que não há outra palavra que descreva esta história melhor que esta. Admito que não estava à espera de gostar tanto deste livro, se calhar por nunca ter lido nada de uma autora brasileira (muito simpática, por sinal). Mas a verdade é que dei por mim completamente viciada na Sofia e no Ian e tudo o que a relação deles implica.
Para já, a ideia das viagens no tempo é ainda pouco usada, pelo menos para histórias românticas. E o modo como Sofia viaja para o Século XIX é absolutamente fora deste mundo. É que ninguém se lembraria disso. Bem, ninguém a não ser Carina Rissi que tirou proveito da febre tecnológica que tomou conta deste século XXI. 
Basicamente, Sofia é uma jovem de vinte e quatro anos viciada em tecnologia, sem namorado e com um emprego que não lhe enche as medidas, muito por culpa do seu chefe que é uma pessoa intragável, e assim que perde o seu telemóvel num acidente caricato não perde tempo e vai em busca de outro. Afirma que já esteve apaixonada, pese embora nunca tenha ficado de rastos quando uma relação acaba. Nina a sua melhor amiga, diz-lhe que tal não é possível e espera que um dia a sua melhor amiga consiga saber e sentir o que é estar apaixonada. Não tardou muito a que alguém lhe fizesse aprender uma lição, enviando-a para o ano de 1830 completamente desamparada e sozinha. Sem tecnologia que lhe valesse, sem casas de banho e sem papel higiénico. Já imaginaram estar num lugar por tempo indefinido sem ter acesso às coisas mais básicas? Bem, eu não sou uma viciada em tecnologia e não me imagino sem o meu telemóvel, no mínimo, quanto mais sem casa de banho e papel higiénico.
A questão é que Sofia é encontrada por Ian, num momento de total desnorte e descrença. A partir da altura em que ela se apercebe que já não está no ano 2010 e que não tem qualquer pista de como regressar à sua vida, Sofia começa a abrir as portas do seu coração deixando Ian entrar, bem como a irmã dele. Embora a pessoa que a enviou para o passado esteja sempre a olhar por ela, Sofia sente-se perdida e completamente sozinha. Ninguém a entende quando ela fala, ninguém percebe o porquê de ela usar aquele calçado esquisito nos pés (ténis All-Star vermelhos) e ninguém a irá compreender se ela contar a verdade. Nem sequer o bondoso e inteligente Ian.
Ian por sua vez, é o típico cavalheiro do Século XIX. Atencioso, simpático, atraente e com uma ingenuidade adorável. Quando conhece Sofia, o seu mundo, como ele o conhecia, dá uma volta de 180º e de todas as vezes que Sofia refere que está de passagem e que em breve, embora não saiba como, vai regressar a casa, ele entristece-se e nem quer pensar nisso. É um homem sincero que diz tudo o que pensa, assim como Sofia, e não tardou a revelar os seus sentimentos por ela. Apaixonou-se perdida e irremediavelmente pela irreverente Sofia. 
No meio de tantas aventuras e peripécias, não podia deixar de referir aqui uma personagem que me provocou arrepios (muito pela descrição apurada da autora) de todas as vezes que intervinha: Storm. O garanhão preto que conquistou o coração de Sofia e vice-versa. Um animal incrível, com uma força e uma personalidade intensa e que muitos humanos deviam ter. 
Esta história (surreal, é certo) mostra que no mundo do amor, nem a distância temporal consegue separar duas pessoas que foram feitas uma para a outra. No caso de Ian e Sofia, eles apenas tiveram o "azar" de nascerem em épocas completamente distintas. No entanto, nem mesmo esse amor imenso entre Sofia e Ian consegue evitar o regresso dela ao século XIX. Como? Não vos digo ... terão de ler para saber.
Adorei! O final foi de ir ás lágrimas e estava mesmo a ver que o pobre Ian tinha ficado à espera dela, sem ela nunca conseguir regressar a ele. Acho que Carina Rissi encontrou a forma ideal para que eles se voltem a encontrar. Como referi antes, não estava nada à espera de gostar assim tanto, pois com autores/as novas fico sempre um pouco de "pé atrás", mas agora que já fui "apresentada" à maneira como Carina Rissi escreve, de uma maneira leve e divertida, nada de formalismos e palavras complicadas, vou querer seguir atentamente a carreira desta nova autora, que agora faz parte da minha lista de autores a recomendar e com certeza que todos os seus livros farão parte da minha estante já superlotada. ;)
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela TopSeller em troca de uma opinião sincera)

1 comentário:

O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!