30/05/2019

Opinião | A Educação de Felicity | Marion Chesney

Numa época em que as mulheres da nobreza só dispõem de duas opções - casar ou esperar que um parente rico morra - as irmãs Tribble não têm sorte nenhuma. Não só ainda não encontraram o amor como, após anos de bajulação a uma intratável tia velha, veem o seu nome apagado do testamento aquando da sua morte.
As românticas Amy e Effie Tribble sonhavam com ricos jantares de carne assada e batalhões de criados aduladores mas agora estão oficialmente na penúria. Ironicamente, é neste cenário desolador que lhes ocorre uma ideia brilhante: colocar a sua educação esmerada ao serviço das jovens mais "difíceis", apresentá-las à sociedade e arranjar-lhes casamento.
Não contavam que a sua primeira cliente fosse Lady Felicity Vane, cuja rebeldia ameaça enlouquecer a sua própria mãe e arruinar o projeto sentimental de Amy e Effie. A jovem prefere caçar com os amigos a pensar em casar. Mal ela sabe que o seu suposto pretendente é o homem que mais a irrita (e que mais irritado se sente por ela). Felicity nunca admitirá que o seu coração treme ao ver Charles Ravenswood, principalmente porque o elegante marquês parece não ter paciência nenhuma para as suas extravagâncias. O clima entre ambos é tão tenso que, se soubessem o que as irmãs planeiam, o resultado seria, no mínimo, desastroso…
(Pode Conter Spoilers...)
Primeiro livro que leio desta autora e não fiquei nada arrependida. Um romance divertido e meio juvenil até, que me acompanhou por diversos dias, não por ser chato mas por causa de imprevistos que não me deixaram ler como deve ser, pois facilmente se lê este livro numa tarde.
Para quem está habituado a ler livros de autoras como Julia Quinn, Tessa Dare, Mary Balogh, entre tantas outras que já nos fizeram suspirar e sonhar, vai ficar um pouquinho com aquela sensação de "quero mais, muito mais", mas este servirá perfeitamente como uma espécie de "rampa de lançamento" para começar a ler este tipo de livros.
Felicity é uma jovem deveras complicada e que não pretende mudar de comportamento, nem tão pouco ser como as demais jovens da sua idade que não pensam em mais nada a não ser a altura em que serão apresentadas à sociedade e que arranjaram, finalmente, um bom marido. É aqui que entram as nossas adoráveis Amy e Effie. Duas irmãs já na sua meia idade que nunca conseguiram arranjar alguém que as compreendesse e valorizasse. Ficaram juntas desde sempre. Acho que será daqueles casos em que será "até que a morte as separe". Não estou bem a ver como uma sobreviverá sem a outra. Adoro-as! Por estarem mais  necessitadas a nível financeiro, tornam-se uma espécie de preceptoras para jovens complicadas. Aquelas jovens que mais ninguém consegue aturar e "dobrar". Felicity é a primeira a ficar sob a alçada das duas irmãs e não tardará a que uma relação amor/ódio se instale entre as três. Felicity com a sua mente inventiva, fará a vida negra a Amy e Effie, mas estas duas senhoras são duras e também não tardará a que consigam compreender Felicity e deste modo adoptar a melhor forma de a "educar" convenientemente. 
Toda a gente conhece o mau feitio e rebeldia de Felicity e que melhor cartão de visita as irmãs podiam arranjar do que mostrar a toda a sociedade de que conseguem educar alguém como Felicity? Pois... Colocar Felicity na linha e ainda arranjar-lhe alguém para casar, será, no mínimo, uma missão hercúlea que nos fará soltar muitas gargalhadas e ficar sempre a torcer para que, apesar dos esforços, elas não consigam mudar muito o feitio maravilhoso e espontâneo da nossa rebelde Felicity. Foram mulheres como ela que ajudaram a mudar as mentalidades tacanhas e as sociedades fechadas e rígidas. Temos que louvar os maus feitios e a rebeldia ;).
Gostava de falar da nossa personagem masculina, Charles Ravenswood, que fará toda a diferença no processo de educação de Felicity, mas prefiro que o conheçam pessoalmente, porque é absolutamente adorável a forma como aos poucos ele vai tomando parte, sem saber e sem se aperceber, da mudança daquela que ele nunca podia pensar que fosse apenas mais uma miúda armada em maria-rapaz.
Recomendo!

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