Dois mundos estão à beira de uma guerra cruel. Através de um assombroso ardil, Karou assumiu o controlo da rebelião das quimeras e tem a intenção de as desviar do caminho da vingança extrema. O futuro depende dela.
Quando o brutal imperador serafim traz o seu exército para o mundo humano, Karou e Akiva estão finalmente juntos - se não no amor, ao menos numa aliança provisória contra um inimigo comum. É uma versão alterada do seu antigo sonho, mas ambos começam a ter esperança de que será possível forjar um destino alternativo para os seus povos e, talvez, para si próprios.
Porém, com ameaças ainda maiores a desenharem-se, serão Karou e Akiva fortes o suficiente para se erguerem entre anjos e demónios?
Das cavernas dos Kirin às ruas de Roma, humanos, quimeras e serafins lutam, amam e morrem num cenário épico que transcende o bem e o mal, nesta impressionante conclusão da trilogia bestseller Entre Mundos.
*Pode Conter Spoilers*
Esta trilogia desde o primeiro livro sempre me deixou de cabelos em pé. Ora de fascínio, ora de desapontamento. No entanto, e como podem ver pela classificação que dei, o fascínio venceu. Dos três livros que perfazem este "Entre Mundos" este foi o que mais gostei a par com o primeiro. O primeiro é sempre o primeiro e não há volta a dar. Foi o "A Quimera de Praga" que me fascinou e fez-me apaixonar por Karou, Akiva e Zuzana, a nossa pequena neek-neek, como passou a ser carinhosamente apelidada pelas bestas. Foram personagens que me fizeram rir, chorar e apertar os dedinhos dos pés em antecipação, umas vezes mais do que outras.
Porém no segundo livro tive alguma dificuldade em entrar na história, em sentir a mesma empatia que senti com o que se havia passado no volume inicial da trilogia, mas aos poucos fui sendo conquistada outra vez.
Agora o terceiro e último volume é que superou todas as minhas expectativas. Se no segundo (talvez por não termos tanto de Karou e Akiva), tudo decorria de uma forma monótona e arrastada e não conseguíamos compreender o porquê de certas atitudes de Karou, neste volume foi exactamente o oposto. Tivemos muito, mas muito mais de Karou e Akiva, de várias formas: indiferentes um com o outro, distantes um do outro, apaixonados um pelo outro, desconfiados, alertas e no final separados (como estávamos habituados) e reunidos novamente com o Mundo, com a amizade, com o sofrimento e com o Amor.
Estava à espera que houvesse um pouco mais de acção no que aos confrontos com Jael diz respeito, sim. Estava. Mas também se compreende o facto de que Laini tenha escolhido uma abordagem mais soft no que às lutas diz respeito. Já havíamos tido tanta crueldade e tanto sofrimento que prolongar estes sentimentos nada mais seria do que abusivo. Há que haver um meio termo entre a paz e a guerra e acho que neste livro, a autora fez muito bem em suavizar um pouco os ambientes, apesar de a guerra e a luta continuarem presentes.
Adorei a introdução de novas personagens e sem qualquer dúvida, a pequena grande Zuzana e o seu violinista charmoso e absolutamente adorável deram, mais uma vez, uma graça e um toque tão pessoal neste livro que é impossível alguém não gostar deles, talvez até mais do que o próprio casal principal. Zuze e Mik são tão verdadeiros e tão simples que tudo em volta deles torna-se divertido e menos confuso. São fieis a Karou, e confiam mais nela do que ela própria. São, sem dúvida alguma, uma (a maior) mais valia desta história toda.
Quanto a Karou e Akiva, bem... o que mais há a dizer? Desde a altura de Madrigal que eles estão destinados a unirem os seus destinos. Então, porquê tanta indecisão? Porquê tanto medo? Simples: Do amor deles, da união deles, depende a paz nos dois mundos que eles conhecem. Resta saber se haverá uma maneira de eles cumprirem os seus destinos e os seus desejos sem prejudicarem a Humanidade. É muita responsabilidade e muita pressão para dois jovens (que apesar de serem quimera e anjo) que se amam desde há tanto tempo e que a única coisa que querem é amar.
Estava à espera que Brimstone regressasse, o que acredito que acontecerá futuramente, mas já não saberemos não é? É isso que os livros têm de mágico... mesmo que haja um ponto final no livro, na nossa imaginação e nos nossos corações há sempre uma continuação.
Não classifico os livros que leio com base em aspectos técnicos, mas por aquilo que me fala ao coração. Se está com "palha" a mais, se enrolou demasiado, se era escusado colocar ou retirar personagens, isso é para mim irrelevante. Dou a classificação que acho que mais se adequa ao que o livro a mim me disse, e esta trilogia a mim disse-me muito e transmitiu-me imenso. Deixo os aspectos técnicos para quem é de direito e fico-me pelas emoções ;)
(Este livro foi-me gentilmente concedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera.)
Sem comentários:
Enviar um comentário
O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!