24/07/2014

Opinião "A Grande Revelação" de Julia Quinn



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O coração de Penelope Featherington sofre por Colin Bridgerton há... não pode ser!?? ...mais de dez anos? Sim, essa é a triste verdade. Dez anos de uma vida enfadonha, animada apenas por devaneios apaixonados. Dez ingénuos anos em que julga conhecer Colin na perfeição. Mal ela sabe que ele é muito (mesmo muito) mais do que aparenta... Cansado de ser visto como um mulherengo fútil, irritado por ver o seu nome surgir constantemente na coluna de mexericos de Lady Whistledown, Colin regressa a Londres após uma temporada no estrangeiro decidido a mudar as coisas. Mas a realidade (ou melhor, Penelope) vai surpreendê- lo... e de que maneira! Intimidado e atraído, Colin vai ter de perceber se ela é a sua maior ameaça ou o seu final feliz. ps: este livro contém a chave do segredo mais bem guardado da sociedade londrina.





Cada vez se torna mais complicado para mim escrever opiniões sobre estes livros que compõem as Crónicas da família Bridgerton. Porquê? A razão é simples, pelo menos para mim. É que detesto e abomino estar a estragar a leitura aos outros. O que acontece aqui é que gosto tanto, mas tanto destes livros que caio no erro de ir contando o que acontece no livro, mesmo que sem ter a noção disso. Por isso, hoje e nesta opinião vou dizer tão só e apenas o que achei e o que senti enquanto lia mais este capítulo da saga! (Além disso, uma opinião é isso mesmo, eu é que ainda não atinei com isto). 
Mal peguei no livro a primeira coisa que pensei foi: "Isto vai ser uma paródia". Tantas gargalhadas me fez soltar logo no inicio. Já sabia que ia ler o livro em menos de nada, até porque era sobre um dos meus irmãos preferidos (são todos, mas uns mais que outros). Colin! O terceiro filho de oito. O facto de Julia Quinn ter resgatado o último acontecimento entre Penelope e Colin para iniciar este volume foi algo muito, muito bem pensado porque conseguimos seguir uma linha de pensamento e de raciocínio sem termos de parar para tentar recordar o que havia acontecido entre os dois.
Este livro é um pouco diferente dos outros em alguns aspectos. Para começar (e o título já diz tudo) é feita a grande revelação. Aquela pela qual todas esperamos e derretemos os cérebros para tentar decifrar. Quem é Lady Whistledown? E a resposta é, de facto, surpreendente porque nada fazia prever que seria aquela pessoa. Se tivesse visto uma galinha com dentes ficava menos surpresa porque já tinha pressuposto que seria outra personagem. Agora em relação ao casal central deste livro, Colin e Penelope? Lembram-se dela? Sempre debaixo da saia da mãe? Aquela que se vestiu de amarelo no primeiro baile de debutante e parecia um citrino? Essa mesma! Uma Penelope ainda muito discreta, embora muito, muito inteligente e observadora. Infelizmente, aos 28 anos continua solteira e apaixonada por Colin. Sempre gostei dela. Não sei porquê. Talvez por ser alguém de quem toda a gente tinha pena e não viam de facto o potencial dela. A única que realmente lhe deu o devido valor, foi sempre a velha Lady Danbury (gosto tanto desta senhora). Assim, Penelope continua solteira, já sem esperanças de se casar e com o futuro programado para tomar conta da mãe na velhice. Estava conformada. Mas eis que Colin regressa de viagem e conta já com trinta e três anos. Anthony casado, Benedict casado e ele, embora não fosse libertino como o primeiro, nem um romântico incurável como o segundo, tinha a convicção de que se ainda não tinha casado é porque a mulher certa ainda não aparecera. Queria casar-se um dia, claro, mas não fazia questão disso. Aconteceria se tivesse que acontecer. Sem pressas e sem stress. Colin e Penelope já são "amigos" há mais de doze anos e nunca ele tinha olhado de maneira diferente para ela, ou de maneira romântica. No entanto, ao avançarmos nas páginas, vemos que estas duas personagens são muito mais do que aparentavam ser à primeira vista. Colin não é apenas um jovem cheio de vida, descontraído e charmoso e Penelope não é apenas uma solteirona sem graça e tímida. Aos poucos foram-me conquistando e arrebatando (mais ainda) com as suas personalidades fortes e bem vincadas, com a inteligência dos diálogos e de pensamentos, pelo humor que transmitiam e pela ternura com que se tratavam um ao outro. Creio que houve, desde sempre, um amor escondido ou disfarçado pela amizade que os unia desde muito novos. Aquela ternura e o à vontade que tinham um com o outro não se tem com todos os amigos.
Houve momentos em que senti o coração apertadinho por ela e outras em que estava tão danada que se o Colin se materializasse à minha frente levava um abanão para ver se abria os olhos. Achei este livro mais ternurento do que os anteriores. A relação entre eles os dois menos "explosiva" do que os casais anteriores. Talvez por já se conhecerem há tanto tempo e tão bem. Provavelmente não havia quem conhecesse melhor Colin do que Penelope. Bem, talvez a mãe dele :)
Foi tão bom e tão gratificante ver a relação deles evoluir para um patamar em que ele já fazia parte da vida dela irreversivelmente e ela da dele. Achei imensa piada a como ele só já pensava em protegê-la e não deixar que nada nem ninguém a atingisse. C'est L'amour! 
Foi uma leitura *deliciosa* e que me alegrou o dia! 

Gostava tanto de fazer parte da família Bridgerton *suspiro demasiadamente prolongado*.


2 comentários:

  1. Excelente opinião! Gostei muito de saber o que achaste :) eheh não precisas de voltar a agradecer ahahah :D

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