10/06/2016

Opinião | "As Raparigas Esquecidas" | Sara Blaedel

Numa floresta da Dinamarca, um guarda-florestal encontra o corpo de uma mulher. Marcada por uma cicatriz no rosto, a sua identificação deveria ser fácil, mas ninguém comunicou o seu desaparecimento e não existem registos acerca desta mulher.Passam-se quatro dias e a agente da polícia Louise Rick, chefe do Departamento de Pessoas Desaparecidas, continua sem qualquer pista. É então que decide publicar uma fotografia da misteriosa mulher. Os resultados não tardam. Agnete Eskildsen telefona para Louise afirmando reconhecer a mulher da fotografia, identificando-a como sendo Lisemette, uma das «raparigas esquecidas» de Eliselund, antiga instituição estatal para doentes mentais onde trabalhara anos antes.Mas, quando Louise consulta os arquivos de Eliselund, descobre segredos terríveis, e a investigação ganha contornos perturbadores à medida que novos crimes são cometidos na mesma floresta. 

Através de uma narrativa envolvente, vertiginosa e de forte impacto emocional, Sara Blædel não deixa o leitor descansar enquanto não chegar ao fim do livro

«Arrepiante! Um enredo fabuloso, pleno de personagens realistas!»
Publishers Weekly



Sara Blaedel acabou de conseguir mais uma fã. 

Nunca fui grande leitora de livros deste estilo, ou até mesmo apreciadora. Admito. No entanto, há uns tempos atrás decidi alargar o meu leque de géneros literários, até porque nem só de romances vive um leitor.

Na altura em que soube que ia receber a Cópia Avançada deste livro, fiquei nas nuvens. Nada melhor do que ter o privilégio de ler algo ainda antes de sair para o mercado e se for de um género a que não estamos, de todo, habituados, tanto melhor. Sou aventureira e gosto de desafios. Por isso, mal recebi o meu exemplar, meti-lhe "mãos à obra". Digo-vos, devorei o livro em apenas três dias, tal o vicio que me provocou. Sempre que deixava de o ler, ficava a pensar e a remoer naquilo horas e horas. O que, na verdade, é um pouco incómodo, tenho de dizer :p

O enredo está muito bem construído e o facto de ter sido traduzido directamente do Dinamarquês só ajuda a que este livro seja um dos melhores que li este ano. As personagens estão sobejamente construídas e são descritas de uma forma tão natural que podiam muito bem ser reais.
A autora criou personagens com passados traumáticos e introduziu na vida destas personagens, outras que são igualmente importantes. Temos uma Louise com um passado complicado e angustiante e que faz de tudo para fugir dele e de todas as suas recordações, incluindo pessoas que dele fizeram parte. Algo que, ela vai notar, não vai ser nada fácil.
Louise é agora a chefe do novo Departamento de Pessoas Desaparecidas e é neste cargo que ela vai ter de desvendar o seu primeiro caso. O caso de uma mulher desconhecida, cujo corpo foi encontrado na floresta. A mulher tem uma cicatriz no lado direito do rosto, e no entanto, ninguém relatou o seu desaparecimento. Era no mínimo, estranho, uma vez que alguém com uma cicatriz daquelas não passava despercebida. Os dias passam sem qualquer novidade e é então que Louise decide "libertar" uma foto para a imprensa, na esperança de que alguém os possa ajudar a identificar a mulher. Quando alguém entra em contacto com Louise, eles indicam que a mulher falecida é Lisemette, alguém que foi abandonado há anos e que vivia em uma instituição mental. Lise fazia parte do lote conhecido como "as raparigas esquecidas." A questão aqui é que quando Louise descobre que a mulher desconhecida é Lise, descobre também que ela tem uma irmã gémea e que ambas foram dadas como mortas quando ainda eram crianças. Era óbvio que algo de muito estranho se estava a passar, uma vez que Lise não tinha morrido quando era uma criança e sim já quando ela uma mulher adulta. Se Lise não tinha morrido na altura, será que Mette teria?
É na busca por Mette que Louise se vê a braços com pessoas do seu passado. Dos dias em que era feliz e que ia construir uma família com o seu namorado de sempre, Klaus. No entanto a vida pregou-lhe uma partida e levou-lhe o amor da sua vida, destruindo todos os seus sonhos e planos de um futuro a dois, deixando para trás uma mulher com o coração quebrado e com medo de amar alguém novamente.

Adorei a forma como a autora conseguiu colocar um pouco de romance no meio de acontecimentos tão atrozes. Louise é uma pessoa reservada e um pouco fria, pelo menos é o que quer parecer. No entanto, aos poucos deixa-se seduzir pelas características intensas dos seus novos colegas de trabalho e, se no início as coisas pareciam-lhe negras, vão começar a compor-se não tarda nada. 

Não sou nenhuma "expert" em policiais e thrilers, mas adorei a maneira como quase até ao final não conseguimos descobrir quem é o verdadeiro criminoso e quais as suas motivações para os crimes que cometeu. Também gostei do facto de esse mesmo criminoso não ter sido revelado na última pagina, uma vez que nos últimos capítulos a autora dá a oportunidade de ser o leitor a juntar as peças todas e chegar à conclusão de que o criminoso é mesmo aquele e que os crimes foram cometidos por várias razões, sendo que a descoberta é de deixar os leitores de boca escancarada.

Mais um ponto que gostaria de salientar é a forma como Sara Blaedel consegue amarrar-nos para o próximo livro, deixando no ar o facto de Louise querer saber o que aconteceu com o seu namorado de há mais de vinte anos atrás. Como terá ele morrido verdadeiramente? Será que foi como quiseram que parecesse na altura? Terá havido mais algum envolvido?
Eu por mim falo quando digo que mal vejo a hora de poder ler o segundo volume desta nova série publicada pela mão da TopSeller.

Este livro foi uma aventura estonteante e um vicio difícil de contornar e de esquecer.

(Este exemplar foi gentilmente cedido pela TopSeller em troca de uma opinião sincera)

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