06/04/2016

Opinião | Mais um dia | David Levithan

Depois do aclamado romance A Cada Dia, bestseller do New York Times, David Levithan conta a história de Rhiannon e da sua busca desesperada pelo amor verdadeiro.

Todos os dias da Rhiannon são iguais. Ela resignou-se com a vida, convenceu-se de que não merece mais do que um namorado distante e frio, o Justin, e até delimitou regras para a sua vida: não ser demasiado carente, evitar aborrecê-lo, nunca esperar demasiado.

Até que uma manhã muda tudo. De repente, e pela primeira vez, o Justin parece olhar para ela, querer estar com ela, e juntos vivem um dia perfeito - um dia perfeito de que o Justin não se recorda na manhã seguinte. Confusa, deprimida e desesperada por mais um dia tão inesquecível quanto esse, Rhiannon começa a questionar tudo.

Então, certo dia, um estranho diz-lhe que o Justin com quem ela passou esse dia, e que a fez sentir-se uma nova pessoa...não era o Justin.

Um livro que toca profundamente a imperfeição humana, os maus relacionamentos, a despropositada importância da aparência, a sexualidade ou a insignificância dos géneros.

Este livro e o primeiro volume desta história inacreditável são a prova de que nos podemos "apaixonar" perdidamente, neste caso à primeira página, por um autor que não conhecíamos. Já no primeiro livro "A Cada Dia" fui apanhada completamente desprevenida pela imaginação de David Levithan e pela sua maneira cativante de escrever.
Tenho de admitir que fiquei mais absorvida pela versão do nosso "A" do que pela versão da Rhiannon. A obsessão dela pelo namorado Justin fazia-me querer dar-lhe um par de estalos para ela abrir os olhos e ver a porcaria de namorado que ele sempre tinha sido para ela. Um rapaz desequilibrado e carente que se agarrava a ela com unhas e dentes quando se sentia perdido. Quando estava na "mó" de cima, tratava-a como se não a conhecesse, ou pior ainda, com negligência. Sou sincera quando digo que esta fase enervou-me até às raízes dos cabelos.
No entanto, todo o desenvolvimento da relação estranha entre "A" e Rhiannon é absolutamente incrível. A forma como ele entra no coração dela e a forma como ele quase a convence (e acho que convence mesmo) de que eles podem ter um relacionamento como qualquer outro casal. Mas nem eu, romântica como sou, consigo imaginar ter um relacionamento amoroso com alguém que não tem um corpo definido. Como podemos pensar na pessoa que amamos quando não sabemos como ela vai ser no dia seguinte? Como ter um relacionamento com alguém que tem de ter relacionamentos com outras pessoas justamente por causa da sua "condição" existencial? Não seria traição? E quando ele estivesse no corpo de uma rapariga? Seria normal? Seria estranho? Se eu fosse a Rhiannon com certeza ficaria com a vida voltada do avesso com tudo isso. Contudo, não deixo de torcer para que eles possam ficar juntos de alguma maneira. É absolutamente impossível não ficar do lado do "A" quando ele coloca todos os seus argumentos para que ela o aceite. O Ser "A" é vibrante e justo. Completamente diferente de todos os rapazes que Rhiannon conhece ou irá conhecer. Talvez por ter tido a existência que sempre teve, olhou por tantos olhos diferentes, viveu tantas vidas diferentes que de alguma forma isso lhe deve ter incutido aquele sentido de honestidade, justiça e verdade que ele sempre faz questão de mostrar em tudo o que faz, embora tenha saltado por cima de algumas regras e limites por causa do seu amor por Rhiannon. 
Aguardo ansiosamente pelo terceiro volume que espero não demore :)

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