08/10/2015

Prémio Nobel da Literatura 2015 para Svetlana Aleksievitch

«Pela sua escrita polifónica, monumento ao sofrimento e à coragem na nossa época», Svetlana Aleksievitch é a vencedora do Prémio Nobel da Literatura 2015. Ao longo de 35 anos, Svetlana Aleksievitch tem escrito sobre a identidade russa, sobre o seu passado e futuro, e o ponto final é dado em "O Fim do Homem Soviético – Um tempo de desencanto", livro vencedor do Prémio Médicis Ensaio e indicado pela revista Lire como Livro do Ano 2013 em França. Este documento único, já publicado em dezenas de países e traduzido directamente do russo, foi publicado este ano com a chancela Porto Editora.

A AUTORA 
Svetlana Aleksievitch, conceituada escritora e jornalista, nasceu em 1948 em Minsk, na Bielorrússia. Os seus livros estão traduzidos em 22 línguas e foram já adaptados a peças de teatro e documentários. Considerada uma das autoras mais prestigiadas a escrever sobre a URSS, os seus trabalhos têm recebido uma enorme aceitação por parte da crítica, tendo sido galardoados com importantes prémios internacionais, como o Erich Maria Remarque Peace Prize, em 2001, e o National Book Critics Circle Award, em 2006. O seu mais recente livro, O Fim do Homem Soviético, recebeu o Prémio Médicis Ensaio, em 2013, e foi considerado o Melhor Livro do Ano pela revista Lire.

Volvidas mais de duas décadas sobre a desagregação da URSS, que permitiu aos russos descobrir o mundo e ao mundo descobrir os russos, e após um breve período de enamoramento, o final feliz tão aguardado pela história mundial tem vindo a ser sucessivamente adiado. O mundo parece voltar ao tempo da Guerra Fria.
Enquanto no Ocidente ainda se recorda a era Gorbatchov com alguma simpatia, na Rússia há quem procure esquecer esse período e o designe a Catástrofe Russa. E, desde então, emergiu uma nova geração de russos, que anseia pela grandiosidade de outros tempos, ao mesmo tempo que exalta Estaline como um grande homem. Com uma acuidade e uma atenção únicas, Svetlana Aleksievitch reinventa neste magnífico requiem uma forma polifónica singular, dando voz a centenas de testemunhas, os humilhados e ofendidos, os desiludidos, o homem e a mulher pós-soviéticos, para assim manter viva a memória da tragédia da URSS e narrar a pequena história que está por trás de uma grande utopia.

Introdução do livro

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