Leonie estava apaixonada e noiva, mas decidiu fugir da sua antiga vida em Dublin para começar de novo - algures onde ninguém a conheça nem ao segredo de que ela foge. Ao instalar-se no seu novo apartamento encontra por acaso um maço de cartas de amor, todas escritas por um homem chamado Nathan e dirigidas a uma mulher desconhecida. Todas as cartas terminam de forma intrigante com as mesmas três palavras:
«Por favor, perdoa-me».
Comovida com as palavras sinceras de Nathan, Leonie propõe-se a desvendar o mistério do casal e do que lhes correu mal. Se entregar as cartas à legítima proprietária, poderá o amor da vida de Nathan conseguir perdoar-lhe? E durante o processo talvez Leonie consiga também perdoar ela própria algumas coisas…
Nunca tinha lido nada de Melissa Hill e embora me tenham dito que os anteriores livros dela eram algo monótonos, não deixei de querer ler este livro. Devo dizer que fiquei agradavelmente surpresa. Sempre gostei imenso de livros com cartas perdidas pois dá um toque extra de romance e de mistério a uma história que por si só já é um romance. É um livro leve, sem grandes complicações apesar do mistério que as cartas encontradas fornecem à história.
Embora seja Leonie e a sua história a personagem principal, neste livro Melissa Hill combina três histórias e interliga-as de uma maneira simples e com muita inteligência.
Ora, Leonie embarca numa aventura sozinha ao viajar para os Estados Unidos numa tentativa de fugir de um noivado recentemente acabado e de Adam, o seu ex-noivo. É através de várias analepses que conseguimos captar o que aconteceu exactamente entre ela e o noivo para que o noivado tivesse terminado de forma tão abrupta. Como eles se conheceram, como a amizade se transformou em namoro e como o namoro se transformou em noivado.
É já nos Estados Unidos que ela conhece Alex, uma vizinha produtora de televisão que, embora esteja numa relação com um médico, tem os seus próprios problemas do passado ainda por resolver. Um marido que não quer nem por nada assinar os papeis do divórcio e que não quer ser encontrado.
Ora é no novo apartamento para onde Leonie se muda que estão as tais cartas de um Nathan para uma Helena Abbot. Curiosa como sempre foi, Leonie abre a primeira carta, tentando convencer-se a si mesma de que seria apenas aquela, uma vez que abrir correspondência alheia é crime punido por lei. No entanto, a curiosidade e a vontade de decifrar aquele mistério é mais forte do que ela e no seguimento da primeira carta e já com a ajuda de Alex, ela abre a segunda, abre a terceira e assim sucessivamente. Aos poucos ela e Alex vão descobrindo a verdade. Será que correspondia ao que elas haviam pensado? Acho que Leonie foi amadurecendo aos poucos com cada carta que abria e que terminava com "Por favor, perdoa-me". A meu ver, Leonie encontrou nas cartas uma forma de tentar redimir-se do seu próprio passado e aprender a dar segundas oportunidades.
A questão de a autora ter colocado três histórias (Leonie e Adam, Alex e o marido e Nathan e Helena) confere à história toda uma aura de mistério e de cumplicidade. Aos poucos todas as personagens e as suas histórias individuais vão sendo colocadas a descoberto e vão sendo todas ligadas umas às outras. No final, resta-nos um mistério bem resolvido, novas amizades, segundas oportunidades concedidas e a consciência de que em certa altura da vida todos cometemos erros, todos precisamos de perdoar e de ser perdoados.
Adorei o pormenor no cantinho das páginas... é amoroso e dá ao livro uma graça e um charme que faz toda a diferença.
Digam lá se não fica tão fofo?
(Este livro foi gentilmente cedido pela Quinta Essência, em troca de uma opinião sincera)
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