01/02/2019

Opinião | Ninguém Me Ama | Angela Hart | Marcador

Ninguém me Ama é a comovente história de Vicky, uma menina que chega a casa de Angela indesejada depois de sofrer anos de abuso emocional às mãos da mãe. Com pavor de um dia regressar a casa, Vicky é assombrada por muitos demónios e pesadelos.

Este livro conta a inspiradora história da determinação de Angela em libertar Vicky.

CRÍTICAS
«Um relato comovente que atesta o poder redentor do amor. Espero que Angela Hart seja uma inspiração para outras famílias de acolhimento.»
Torey Hayden

«Uma narrativa extraordinária escrita por uma mulher extraordinária, e trouxe-me muitas recordações.»
Casey Watson

Este livro foi um pouco como uma "chapada sem mão". Porque razão é que todos (ou quase) temos a ideia de que ser família de acolhimento temporário é algo fácil? A questão é que não é. Longe disso. Pessoas que têm o coração grande o suficiente para acolher e dar amor a crianças que mais ninguém quer, deveriam ter destaque na nossa sociedade. Pessoas amorosas e educadas que colocam no meio das suas próprias famílias crianças que precisam de ajuda, amor, afecto, carinho, compreensão, educação e de alguém que lhe mostre o caminho a seguir porque há muito que já perderam o rumo. Nem sempre são bebés que precisam de quem os acolha. Muitas das vezes são já adolescentes, uma fase já de si complicada, traumatizados pelo que passaram em casa, com os progenitores ou familiares directos. Pessoas que deveriam proteger e não maltratar, abusar e atacar.
É o caso da adolescente que Angela recebe na sua casa, a título temporário, para cuidar e proteger enquanto a irmã mais velha e grávida não consegue tomar conta dela. Vicky tem treze anos, quase catorze, que chega de forma enérgica e divertida a casa de Angela. Com um saco de plástico por mal e vestida com um fato de treino demasiadamente grande para o seu tamanho, mas com uma convicção clara de que não iria ali ficar durante muito tempo. 
Ao longo deste relato de Angela, fica bem patente a vida difícil que a "pequena" Vicky sofria às mãos da mãe. Revolta profundamente sabermos que há mães e pais que tratam os filhos daquela forma, pese embora, o tratamento que Vicky teve não se aplicasse da  mesma forma à irmã mais velha que, entretanto, havia saído de casa e formado família.
Como é suposto alguém acolher uma criança maltratada física e psicologicamente como o caso de Vicky e não sentir qualquer emoção? Foi por isso que gostei tanto de Angela e do marido. Podiam simplesmente dar um  tecto e comida a Vicky, mas foram muito para além disso. Trataram dela, cuidaram dela como se filha deles fosse. Lutaram pelo bem estar dela e pelos direitos dela com unhas e dentes. Sofreram e choraram por ela e por tudo o que ela tinha passado. Arranjaram-lhe um futuro e, por isso, por esse amor desmedido e desinteressado de Angela e do seu marido, Vicky conseguiu libertar-se de todos os traumas que havia passado. Tornou-se uma mulher independente, honesta e recta. Conseguiu um rumo na vida e, o que mais prazer me deu neste relato, foi ter plena consciência de que Vicky, apesar de ter sido uma adolescente difícil e obstinada, nunca deixou de olha para Angela como uma mãe. Alguém que lhe deu a mão e a encaminhou pelo bom caminho e lhe deu o carnho e amor que ela precisava. Creio que para quem faz essetipo de "serviço" comoAngela, não há recompensa melhor.
Deveria existir mais pessoas como Angela, sem menosprezar o marido, Jonathan, que sempre a apoiou e deu alento nos momentos mais dolorosos, mesmo quando eles mesmos estavam a passar por perdas e sofrimentos familiares irreparáveis. Precisamos de mais pessoas assim!

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