24/09/2019

Opinião | Ontem à Noite | Catherine O'Connell | Planeta

Uma montanha-russa de emoções, surpresas e reviravoltas até ao fim. Mesmo viciante.
Seis amigas.
Uma noiva.
Um assassínio.
Demasiados segredos.
Maggie Trueheart vai casar com o homem dos seus sonhos. Ansiosa por uma última noite selvagem antes do grande dia, reúne as amigas mais próximas para a grande despedida de solteira.
Mas as coisas correm mal, horrivelmente mal.
Quando o corpo de Angie é descoberto no parque na manhã seguinte, a noite que era para ser inesquecível transforma-se num pesadelo que só desejam esquecer. Sob o escrutínio intenso da polícia, até onde Maggie e as amigas irão para manter os seus segredos chocantes sem serem revelados.
Até proteger um assassino?
Uma narrativa viciante onde as personagens – seis personagens femininas de personalidades fortes – são muito credíveis e bem desenvolvidas. As amigas estão longe de ser perfeitas, o que dá credibilidade ao enredo. E entre os amigos nunca se conta tudo existindo sempre alguma coisa, algum segredo que as personagens guardam para si.

Tenho tido a sorte de, até agora, escolher sempre livros bons, dentro deste género literário. Por todos os motivos e mais alguns, tenho de ser muito cuidadosa e selectiva quando embarco num thriller, policial ou mistério porque, como muitos de vocês sabem, este não é, de todo, o género literário onde estou mais à vontade. Em relação a este livro, mais uma vez acertei, pois é um livro que se lê de uma forma rápida e fluída. Mais do que um caso policial ou thriller, este livro traz-nos a história de seis amigas. O que de início começou por ser uma despedida de solteira de uma delas, transformou-se num caso de assassínio e, por consequência, o deslindar de muitos "podres" de cada uma das personagens, directa ou indirectamente ligadas à vítima.
O facto de serem seis as envolvidas, ou neste caso, cinco mais a vítima, torna tudo mais complicado. Foi preciso termos acesso a todos os pormenores de cada uma delas. Amor, trabalho, saúde, amizades, relacionamentos, traições, vícios, defeitos, virtudes. Tudo será escrutinado e posto a descoberto para poder chegar ao culpado ou culpada da morte de uma das amigas.
Maggie é a noiva e, na noite em que se despede da vida de solteira, despede-se também, embora sem saber, de tudo o que pensava que sabia e que sentia até à data. Numa noite que era suposto ser de festa e diversão, uma das seis não vai ver a luz do sol novamente. Costuma-se dizer que o galho parte sempre do lado mais fraco. A meu ver, todas, de uma maneira ou de outra, contribuíram para o desfecho daquela noite. Todos os segredos, alguns dos quais podiam ser revelados pelo menos entre elas, todas as traições e sentimentos que sentiam umas pelas outras, uns bons outros não tão bons, revelam ser a chave para o que aconteceu. 
Embora haja partes no livro mais lentos, até porque o livro centra-se muito na vida privada de cada uma delas, os momentos em que há revelações compensam grandemente. 
De uma forma leve e inteligente, a autora consegue interligar as vidas passadas e privadas destas seis amigas e, não que eu seja uma expert na matéria, não deixa pontas soltas, o que é terrível para este género literário, a não ser que haja a ideia de um segundo livro.
Basicamente, Ontem à Noite consegue ser um livro que nos traz de tudo um pouco, sendo que o crime é o ponto fulcral. Mistério quanto baste, paixão e algum romance, tudo escrito de forma a que a leitura seja agradável e rápida, sem se tornar maçadora e irritante.

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