17/10/2016

Opinião | O Segredo de Violet | Monica Murphy

(Volume I da Trilogia As Irmãs Fowler)

Que segredo guarda Violet Fowler?
Não sou uma mulher que habitualmente quebre regras. Sempre agi de acordo com o que esperam de mim. Sou uma filha obediente, uma irmã que consola e sabe ouvir, uma namorada paciente e dedicada, uma empresária de sucesso que irá herdar e gerir o império da família, em conjunto com o Zachary, o meu futuro marido.
Mas, assim que o meu namorado supostamente perfeito é nomeado para uma promoção, à qual se candidatara sem o meu conhecimento, tudo se desmorona. Cansada de traições constantes, falta de atenção e tanto egoísmo, acabo com tudo. E então aparece o Ryder…
Insaciável e implacável. Ryder McKay. Nada sei sobre ele. Apenas sei o que me faz sentir. Ele faz-me sentir tudo. De todas as maneiras.
Ryder é como uma droga poderosa, e eu sou viciada. Pela primeira vez, a cada dia que passa, mais disposta fico a arriscar e a deixar-se dominar.
"O Segredo de Violet" revela-nos o poder da possessão, num romance arrebatador e repleto de sensualidade.
Como em todas as opiniões que escrevo, vou ser total e completamente sincera nesta opinião também. Aliás, nem poderia ser de outra forma. 
É do conhecimento geral que eu sou uma grande fã de Monica Murphy, sendo, inclusive, uma das bloggers que sempre faz questão de ler as Cópias Avançadas dos livros que saem os Estados Unidos e não chegam cá a Portugal. Só por aí já fazem uma pequena ideia do quanto eu gosto dela e dos seus livros.
Este livro, no entanto, fez-me alguma confusão de ler porque não parecia de todo ter sido escrito por Monica Murphy. O género dela é, essencialmente, Young Adult (romances jovens adultos), com algum erotismo à mistura, de uma quantidade saudável, interessante e intenso!
O Segredo de Violet, o primeiro volume de uma série erótica, apesar de bem escrito, não se adapta, de todo, ao estilo a que Murphy já nos habituou. Tem demasiado sexo (podem dizer que o sexo nunca é demais, mas neste caso, é!), as personagens agem apenas e tão só seguindo o seu instinto animal/sexual e tendo em conta que Violet é conhecida como sendo uma puritana, algo não encaixa bem nesta história toda. 
Todos os pensamentos e atitudes são completamente toldados pela simples ideia de sexo. Tudo bem que tanto Violet como Ryder são pessoas atraentes e sexualmente activas, mas o sexo foi tanto e tão exagerado que acho que foi algo que ofuscou a verdadeira história. 
Violet é uma mulher que sempre foi considerada algo vulnerável, fraca e distante dos demais. Teve um passado um tanto traumático que foi abafado pela família, por causa do mau aspecto para a sociedade, pois eles são donos da Fleur, uma Companhia Cosmética criada pela avó de Violet. Sendo uma pessoa submissa, é de espantar quando ela termina tudo com o namorado, que não passava de um aproveitador e mulherengo, e cai directa e facilmente na teia de Ryder. Um colega de trabalho tanto ou mais perverso do que o ex namorado dela. 
Também Ryder luta com os seus demónios do passado. Deveria ser um homem mais ponderado e agradecido por ter saído vencedor no final de tudo. Depois de ter passado fome, de ter sido preso, de ter crescido sozinho e em condições precárias, deveria dar mais valor ao conforto do qual agora usufruía e não pensar em ser ambicioso demais. A ambição aliada à lúxuria resultaram em mentiras e jogos de traições que não iria acabar bem nem para ele, nem para ela.
Como disse acima, houve demasiado sexo, demasiados diálogos nesses mesmos momentos de sexo, e um abuso excessivo da palavra "Credo". É que, tenho mesmo de ser sincera, já irritava ler em cada página uns quantos "credos". Demasiado. 
Sinceramente, não gostei das personagens (coisa rara em mim porque geralmente vejo sempre algo de bom nelas), de como elas foram criadas. Pessoas egoístas, egocêntricas e ambiciosas que usavam o sexo como escape para as frustrações. Raramente se falou de amor ou de paixão. Apenas atracção e volúpia. Não agiam com inteligência e acabaram por banalizar muito o sexo em si. Aquele momento em que se partilha uma existência com a pessoa que se ama, aquele momento em que um completa o outro. Merecia melhor e mais intensidade. Faltou calor a este casal, infelizmente.
Dei três estrelas e não uma nota negativa, pelo simples facto de que "escavando bem fundo", conseguimos descobrir que a história até é boa, que as personagens têm bons instintos e que são capazes de amar, ainda que se fechem em copas. Mas é uma história que poderia (deveria) ter sido abordada de outra forma e de outra perspectiva. O facto de ser Violet a narradora parece que a torna numa mulher egoísta e demasiadamente convencida dos seus "dotes" físicos e intelectuais. As descrições do que veste, do que faz e das suas tentativas de sedução parecem demasiado falsas. Ninguém fala de si própria como ela fala e passa uma ideia de ser realmente uma mulher fria, distante e arrogante que no final de tudo só pensa em sexo. 
Só mesmo nos últimos capítulos é que consegui vislumbrar aquele sentimento que aliado ao sexo torna tudo muito melhor e mais profundo, e aí sim, consegui reconhecer a escrita de Monica Murphy.
Apesar de tudo, quero acreditar que o segundo livro será mais interessante, visto que é com a irmã de Violet que eu mais gostei: Rose. 

Acima de tudo, aconselho a leitura deste primeiro volume, pois, com certeza, muitas opiniões vão ser diferentes da minha. :)

Boas leituras!
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela TopSeller em troca de uma opinião sincera)

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