23/12/2022

Opinião | Solo Leveling | Chugong , Dubu (Redice Studio) | Editorial Presença

Um dia aconteceu: apareceram portais desconhecidos a ligar o nosso mundo a uma realidade totalmente extraordinária e alternativa, cheia de monstros e seres fantásticos… O seu objetivo? Matar humanos.

Era preciso atacar este novo perigo. Assim surgiram os Caçadores, humanos que foram «despertados» e ganharam poderes para enfrentar aquelas criaturas medonhas. Mas, entre estes, há um que se destaca e é conhecido como «o mais fraco de todos os caçadores». O seu nome é Seong Jinu, e a sua sorte está prestes a mudar: a incursão que tem pela frente devia ser fácil, mas torna-se um verdadeiro pesadelo…

    Eu já sabia que ia adorar este livro. Desde sempre que gosto de livros de banda desenhada, neste caso e desde que começaram a ser mais falados, livros de Manga (gênero de história em quadrinhos de origem japonesa). Neste caso, em vez de ser banda desenhada com origem japonesa, é de origem coreana (cultura que também aprecio muito). 
    Assim que este livro saiu, fiquei logo com a pulga atrás da orelha. A arte que encontramos nas páginas deste livro é soberba. Não há uma única página em que possamos dizer que o que lá está desenhado não seja bom. A Editorial Presença apostou forte nesta saga (espero que continue a publicar até ao fim) e o facto de ser a cores é extremamente agradável, já que nos mangas "normais" apenas as primeiras páginas são a cores e o resto é tudo a preto e branco.
    Este primeiro apresenta-nos o jovem Seong Jinu. Um moço cheio de azar na vida e de nível de força bastante inferior aos outros membros da comunidade de caçadores de monstros provenientes através de portais de uma realidade completamente diferente da humana. O que são os caçadores? São, nada mais nada menos, do que humanos que viram os seus "poderes" serem despertados afim de poderem lutar e matar esses mesmos monstros. Seon Jinu não teve a sorte de ser alguém com poderes fortes que pudesse entrar nos portais e matar mostros e ser rico (sim, porque quanto mais monstros se matasse mais dinheiro se recebia). Pelo contrário, é do nível mais fraco e mais pobre. Tem de lutar contra os monstros que lhe aparecem pela frente e contra todos os comentários que ouve sempre que parte com um grupo de caçadores, todos eles mais fortes e mais ricos que ele. Contudo, há um belo dia em que um portal diferente dos outros se abre e ele vê-se, fraco e pobre como sempre, mas mais inteligente que os outros todos. Definitivamente, esta foi a minha parte preferida porque ele conseguiu mostrar e provar que o intelecto e a força de vontade consegue ser mais poderoso que a força física.
    Este primeiro livro, tenho-o como uma espécie de introdução pois, ao chegarmos ao fim, está tudo em aberto e muito longe de terminar. 
    Gostei particularmente, da forma como se conseguiu colocar algum romance, não muito, no meio de tanta confusão e tanta violência. Convenhamos que uma história assim, sem uma pitada de amour, não é a mesma coisa (=D

    Portanto, como podem perceber, é obvio que recomendo!!

    Como já tenho o segundo volume desta série que foi lançada pela Presença, em Novembro, quero ver se consigo avançar ainda este ano para depois ficar de cadeirão à espera do volume 3 ^_^


21/12/2022

Opinião | Apartamento Partilha-se | Beth O'Leary | TopSeller

E se tivesse de partilhar a cama com alguém que nunca conheceu?

Tiffy Moore precisa urgentemente de um apartamento barato, depois de o ex-namorado a despejar da casa onde viviam. Leon Towney é enfermeiro, faz os turnos da noite no hospital, tem um apartamento para arrendar e precisa de dinheiro para ajudar o seu irmão.

Para os dois, surge a solução perfeita: durante o dia, enquanto Tiffy está a trabalhar, Leon descansa do lado direito da cama; durante a noite, e até à manhã seguinte, Tiffy é dona e senhora do apartamento. Embora nenhum deles se encontre no mesmo espaço ao mesmo tempo, limitando as hipóteses de algo poder correr mal, os seus amigos acham que esta é a receita para o desastre e que devem existir regras.

Para que tudo possa correr bem, decidem comunicar apenas por bilhetinhos destinados a resolver questões domésticas (e da vida) e facilitar a partilha do apartamento. Mas, com ex-namorados dramáticos, colegas de trabalho doidos e, claro está, o facto de ainda não se terem cruzado, estão prestes a descobrir que, para terem uma casa perfeita, vão precisar de atirar as regras pela janela.


    Uma coisa vos digo, não estava mesmo nada à espera de gostar tanto deste livro e desta história. Nem acredito que levei tanto tempo para o ler e quando o fiz foi num "tirinho" que comecei e acabei. Adoro quando isso acontece. Há aqueles livros que a gente quer que durem e durem e durem pois temos pena de acabar, mas este, por ser tão leve e fluído acaba por ser fácil lê-lo depressa e bem.
    Tiffy é a personagem principal feminina e, depois de ter sido despejada de casa pelo ex-namorado, não tem senão duas alternativas: Ou aluga um estúdio velho e sem quaisquer condições de habitabilidade, ou opta por embarcar num aluguer conjunto com Leon, o enfermeiro de cuidados continuados que só precisa do apartamento quando sai do turno da noite para ir descansar. Ou seja, Ela fica com o apartamento de noite e ele fica com o apartamento durante o dia para poder descansar. Quando ela chega a casa do trabalho ele sai para ir trabalhar. Estaria tudo muito certo se não fosse o caso de ele ter uma namorada super, hiper, mega ciumenta que se auto responsabiliza por todo esse processo, impondo apenas uma regra: Que eles nunca se encontrem pessoalmente. Contudo, as coisas nunca funcionam como a gente planeia ou como queremos. Ao longo dos dias, Tiffy e Leon encontram uma forma de comunicar um com o outro, sem nunca quebrarem as regras. Nunca se veêm um ao outro, mas ainda assim conseguem uma conexão natural e harmoniosa para aquela situação no minímo, caricata.
    Leon é uma pessoa reservada e muito profissional. Leva o seu trabalho muito a sério e conecta-se sempre bastante com os seus pacientes, pelo que, a fim de trazer um pouco de alegria a um seu doente terminal, embarca numa jornada de encontrar a cara metade há muito perdida desse paciente. A par disso, Leon também luta para tirar o seu irmão da prisão, onde foi colocado injustamente, Obviamente que Tiffy, com o seu modo de ser alegre e espontâneo, vai, aos poucos, intrometer-se em ambas as lutas de Leon e ajudar naquilo que puder. 
    Adorei a forma como a autora fez dois personagens tão leves e, ao mesmo tempo, com tanta bagagem emocional. Tiffy, sem dinheiro e praticamente sem abrigo encontra no apartamento de Leon o seu porto de abrigo e um escape para tudo o que de mau lhe vinha a acontecer. Leon, com o seu modo sério e profissional de ser, consegue conquistar todos pela sua bondade e pelo seu coração enorme, o qual ele só mostra a quem acha que merece. 
    Uma história com momentos hilariantes e com um por(menor)maior que eu amei, que foi a forma como eles começaram a comunicar um com o outro: Post-its colados em qualquer canto da casa que fosse o mais indicado na altura. Adoro livros com trocas de cartas, emails, bilhetinhos, etc etc... dá aquela sensação de movimento e de avanço que não deixa a leitura tornar-se chata e monótona.
    Adorei tudo e todas as personagens deste livro, exceptuando, talvez, a namorada dele e o ex-namorado de Tiffy que, sempre que aparecia, dava-me vontade de o encher de chapadas!!

    Agora, quero muito ler os livros todos de Beth O'Leary que, definitivamente, ficou no meu radar literário!!

15/12/2022

Opinião | A Noiva do Bastardo | Sarah MacLean | TopSeller

Ele faz-lhe uma proposta irrecusável.
Lady Felicity Faircloth é surpreendida na escuridão da varanda do salão de baile por Devil, um misterioso estranho que promete ajudá- -la a conquistar o duque de Marwick. Felicity aceita a sua ajuda, mas com uma condição…
Mas quando ela retribui com uma perigosa exigência…
Apesar de solteira há mais tempo do que desejaria, Felicity apenas concordará com um casamento por paixão. Filho bastardo de um maquiavélico duque e líder temeroso das sombrias ruas de Londres, Devil vê em Felicity a possibilidade de dar início a uma terrível e prometida vingança que durante anos planeou.
A tentação torna-se demasiado irresistível.
Ao transformá-la numa mulher tentadora e irresistível, capaz de convencer o duque a pedi-la em casamento, Devil poderá construir a armadilha que lhe permitirá destruir o inimigo. Mas ao revelar o encanto de Felicity, Devil percebe que levar a cabo o seu plano não será, afinal, tarefa fácil. Ele terá agora de escolher entre o desejo de vingança e um outro tipo de desejo…

    Muito sinceramente, fiquei um pouco decepcionada com este livro. Tem sido tão raro sentir-me desapontada com um livro, ainda para mais de uma autora que até gosto, que depois de o acabar de ler até tive dificuldade em começar um novo livro.
    Este é o primeiro livro da Saga The Bareknuckle Bastards, e tinha tudo para ser um livro fantástico. No entanto, até quase aos últimos capítulos achei tudo muito morno e lento. As personagens são interessantes, as histórias base deles também prometiam muito, mas a única coisa que senti foi tédio. Felicity, a personagem principal, pareceu-me ser algo fútil quando a conheci. Só queria fazer parte da alta sociedade e, embora não aceitasse casar com qualquer um que tivesse um título da nobreza, acabou por passar a ideia de que se tivesse de ser, no final, era isso mesmo que faria. Iria contra as suas próprias convicções para parecer bem aos seus pares e conseguir um bom casamento, ainda que isso só fosse servir os interesses dos seus mais próximos. Apesar de ser uma jovem com uma personalidade interessante para aquela altura, sempre me deu a impressão de que se tinha em pouca estima e a sua auto-apreciação era muito ténue. Passava a vida a dizer que era "solteirona", "encostada", etc... Não gostei dessa faceta dela. Gostava mais que ela se tivesse em melhor conta e que lutasse por aquilo que queria e acreditava. É aqui que entra Devil, ou Devon, um dos irmãos bastardos que se envolve na vida amorosa de Felicity em busca de levar adiante os planos que tinha contra o seu meio-irmão Ewan, o Duque de Marwick e suposto futuro noivo de Felicity, o único que ocupava e carregava um título nobre. Devil movimentava-se nas sombras e na escuridão da noite e, foi numa noite escura que Felicity esbarrou nele e, sem sequer lhe ver a cara, algo nasceu dentro dela sem ela sequer se aperceber. Também Devil, ao conhecer Felicity, sentiu algo a despontar dentro de si, mas, teimosamente, insistia em fazer passar uma imagem de si muito pouco lisongeira. Nem ela, nem ele desatavam aquele nó e isso acabou por saturar a leitura quase até ao fim... Acabei por gostar mais de conhecer os outros dois meios-irmãos de Devil do que das personagens principais, o que raramente acontece. Tanto Devil e Felicity tinham todas as características para serem personagens maravilhosas, mas a maior parte do tempo eram muito introspectivas e chatas mesmo. A cena da auto-comiseração é, de facto, cansativa.
    A meu ver, acho que, apesar de ser perceptível a atracção que existiu desde sempre entre Felicity e Devil, poderia ter havido mais chama e mais paixão entre eles... era muita conversa e pouca acção. Como disse, apenas nos últimos capítulos é que me conseguiu prender a sério e fazer valer a pena a leitura até ali e deixar a promessa de que o segundo volume poderá ser muito mais satisfatório.
    Não quero com essa opinião deixar a ideia de que o livro é mau. Nada disso, apenas tenho de ser sincera e dizer que a mim não me encheu as medidas como habitualmente acontece com esse género de livros e personagens, mas vocês podem dar-lhe uma oportunidade e pode ser que com vocês assente que nem uma luva... Acho que também depende muito da disposição que se tem na altura em que se lê.

    Vamos ver se, a mim, o segundo livro assenta melhor 😊