01/03/2018

Opinião | Antes de Ires | Clare Swatman

ENCONTRA A SUA ALMA GÉMEA...
Há pessoas que passam anos a ver o amor à sua frente antes de o descobrirem. Zoe e Ed fizeram, com mais ou menos tropeções, o seu caminho até à idade adulta, cada qual pelo seu trilho... mas sempre na mesma direção. Anos mais tarde, depois de terem navegado por empregos que não levavam a parte nehuma e caóticas partilhas de apartamentos, o amor floresce finalmente. O futuro juntos parece ponto assente...

ENTÃO ACONTECE O IMPENSÁVEL.
Uma manhã, a caminho do trabalho, Ed é derrubado da sua bicicleta e morre. E Zoe tem de arranjar maneira de sobreviver. Mas não está preparada para abrir mão das suas recordações. Como pode esquecer os tempos felizes, o primeiro beijo, tudo o que construíram juntos? Zoe decide que tem de dizer a Ed todas as coisas que nunca disse.

SÓ QUE AGORA É DEMASIADO TARDE. OU NÃO SERÁ?

(Pode conter spoilers... ou não)
É engraçado que este foi o único livro que comprei mesmo o ano passado. Como não faz parte de uma série, tive algum receio de o ler assim que o comprei, porque assim ficava lido e, caso gostasse muito, ficaria tipo "à deriva", como é habitual sempre que gosto muito de um livro. Ao mesmo tempo, rezava para que não me fosse arrepender de o ter comprado, não fosse a leitura ser rebuscada. Felizmente, consegui o meio termo. Não fiquei desgostosa por o ter lido e ter adorado, nem fiquei arrependida de o ter comprado.
Este livro conta aquelas histórias que é praticamente impossível não gostar. No meu caso, adorei desde o princípio ao fim.
Apesar da premissa fazer recordar o "P.S: Eu amo-te", a história acaba por ser muito diferente. Para já começa pelo fim, quando Ed morre. Apesar disso, Ed está sempre presente no livro. Não há fases em que seja apenas Zoe a existir, uma vez que ela tem a oportunidade de reparar o que aconteceu, ainda que, talvez não consiga evitar o desfecho trágico.
Ed e Zoe conheceram-se há muitos anos atrás, na altura em que eram ambos estudantes universitários. Já nessa altura Zoe tinha um sentimento especial e forte por Ed, mas as coisas nunca passaram daí. Os anos passaram e eles, pelo meio, separam-se e voltam-se a encontrar e é aí que floresce aquele amor imenso. Desde aí, tornam-se um casal e é o amor deles que os faz viver cada dia com a esperança de que tudo vai correr bem. Só que... não corre. Numa manhã igual a tantas outras, Ed sai para o trabalho e num acidente, morre. Zoe recebe a notícia e, num assomo de desespero e angústia, isola-se e também ela tem um acidente que nos vai permitir ter acesso a tudo o que se passava antes, durante e depois de eles se casarem. Vemos que apesar do amor que os unia, nem tudo era rosas e que a única coisa que Zoe queria era pedir perdão e corrigir tudo o que fez de errado no passado. Adorei a forma como a autora leva-nos atrás, a cada dia importante na vida de Zoe e Ed. A forma como nos explica o porquê de tantas desavenças e tantas discussões, até chegar ao ponto de se separarem de vez em quando, porque nem sequer se podiam ver um ao outro. A verdade era que Zoe, como tantas mulheres "reais" queria uma carreira e queria a sua independência, apesar de ser casada com Ed, e este apenas queria filhos, ou pelo menos um. Esse sempre foi o ponto de discórdia entre os dois e na altura em que Zoe sente que está em sintonia com Ed, não consegue engravidar. 
Como são personagens tão reais, acabam por passar uma mensagem importante para tantos casais que passam pelo mesmo problema. Tratamentos, frustrações, desilusões que acabavam sempre por minar a relação e fazia-os ser e agir de forma fora do normal. Contudo, Ed e Zoe arranjavam sempre forma de passar por cima disso e o amor acabava sempre por devolver-lhes o que quase tinham perdido.
Adorei tudo. As personagens que nos são apresentadas bem podiam ser pessoas que conhecemos, ou mesmo nós mesmos. Não há aquele tipo de romance em que tudo acaba por correr bem no final. Apesar de tudo o que Zoe conseguiu corrigir ao regressar a certos momentos chave no passado, o final é inevitável, mas é exactamente isso que o livro tem de bom. Não nos ilude mas dá-nos a esperança de que alguma coisa vai correr bem e, de facto, corre. Não vos posso é dizer o quê :).
Gostava de ler mais livros assim e Clare Swatman é, com certeza, uma autora à qual vou ficar atenta.

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