Sarah St. John tenta recuperar de um golpe devastador. Há três meses, o seu filho Cully de 22 anos morreu soterrado na neve na sequência de uma avalanche. Sarah regressa ao seu trabalho, o seu pai veio viver com ela e Suzanne, a sua melhor amiga, está sempre disponível para ela. Sarah, no entanto, sente-se só perante a dor e uma existência que lhe parece vazia de sentido. Mesmo quando o pai de Cully reaparece, desperta mais emoções e confusão do que Sarah precisa. É então que uma jovem vem bater à sua porta com um segredo que pode mudar a vida de todos. Neste seu segundo romance, Kaui Hart Hemmings, a celebrada autora de Os Descendentes, explora com mestria a forma como os afetos e o humor podem ajudar a sarar a dor causada pela perda daqueles que mais amamos.
*Pode Conter Spoilers*
Agradeço desde já à Presença por, mais uma vez, mas ter dado a oportunidade de ler mais um livro que a meu ver foi uma boa aposta.
Não há muito que se possa dizer sobre um livro em que a história assenta na luta de uma mulher para recuperar o mínimo de alegria possível depois de se perder um filho de vinte e dois anos. Deve ser um sofrimento impossível de descrever. Ao longo das páginas que compõem este livro com uma capa simplesmente de tirar o fôlego (adoro imagens de montanhas cobertas de neve), consegui sentir toda a dor, todo o ressentimento e toda a perda de esperança de uma mãe que de um momento para o outro já não o é.
Como superamos a perda de um filho que é tudo que nós temos? Como conseguimos levantar a cabeça e arranjar forças para voltar a viver? Como é que temos capacidade psicológica para enfrentar uma vida sem a pessoa que nos completava? Um filho é exactamente isso: Uma extensão de nós, alguém que colocamos no mundo, criamos, tentamos guiar numa estrada com o mínimo de percalços e buracos. Alguém que faz de nós pessoas melhores, mais conscientes do que está à nossa volta.
Cada pensamento que Sarah tinha sobre o filho enchia-me de ternura e ao mesmo tempo transmitia-me um sentimento de derrota e de perda tão grandes que por vezes sentia o coração oprimido.
No entanto, tal como muitas mães pelo mundo fora, Sarah consegue encontrar dentro de si a força necessária para deixar o filho partir, por fim. É defrontada com situações muito complicadas de ultrapassar e as quais, sinceramente não sei como resolveria. Sendo mãe não consigo conceber um mundo em que não tenha a minha filha comigo.
Kaui Hart já antes havia provado como consegue chegar ao coração dos leitores através de uma escrita simples e directa. Uma escrita que faz com que os leitores consigam de facto sentir o que estão a ler. Nunca tinha lido nada desta autora, mas gostei bastante e fiquei agradavelmente surpreendida.
A ver se consigo ler "Os Descendentes" ;)
Sem comentários:
Enviar um comentário
O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!