20/05/2015

Opinião "A Rapariga No Comboio" de Paula Hawkins

O êxito de vendas mais rápido de sempre. O livro que vai mudar para sempre o modo como vemos a vida dos outros.
Todos os dias, Rachel apanha o comboio...
No caminho para o trabalho, ela observa sempre as mesmas casas durante a sua viagem. Numa das casas ela observa sempre o mesmo casal, ao qual ela atribui nomes e vidas imaginárias. Aos olhos de Rachel, o casal tem uma vida perfeita, quase igual à que ela perdeu recentemente.
Até que um dia... 
Rachel assiste a algo errado com o casal... É uma imagem rápida, mas suficiente para a deixar perturbada. Não querendo guardar segredo do que viu, Rachel fala com a polícia. A partir daqui, ela torna-se parte integrante de uma sucessão vertiginosa de acontecimentos, afectando as vidas de todos os envolvidos.
De leitura compulsiva, este é o thriller do momento, absorvente, perturbador e arrepiante.

 
Juro que não estava à espera disto! De uma história destas! Se no início eu estava a detestar as personagens, não pela maneira como elas foram criadas, mas sim pela maneira de elas agirem umas com as outras, sempre cheias de mesquinhices e fraquezas, não levou muito tempo a que eu ficasse simplesmente siderada por elas. O facto da narração ser em trio, Rachel, Megan e Anna, ajuda imenso a que sejamos completamente absorvidas pelo que elas dizem. sentem, fazem e pensam. São três personagens cheias de sentimentos contraditórios e cheias de emoções reprimidas. 
A maneira como Paula Hawkins consegue fazer com que todas as personagens do enredo estejam todas interligadas de alguma maneira, é de génio. Se Rachel está ligada a Anna por causa do ex-marido, Megan está ligada a ambas por diversos motivos. Não vou ser mentirosa e dizer que sabia desde o início quem seria o culpado de tudo, ou o maior culpado de tudo, mas a certa altura dei por mim a pensar: "Não gosto nada desta personagem. Era bem feito que fosse a culpada de tudo!". Bingo!! Fiquei mesmo feliz comigo própria porque policiais e thrillers não são nada os meus géneros preferidos e também por esta razão comecei a ler este livro alucinante um bocado com receio. 
Na maioria do tempo em que estava a ler sentia constantemente um formigueiro que não me deixava estar sossegada. Serão todos os livros do género assim? Vibrantes e viciantes? Enquanto não cheguei ao fim não descansei e no final Rachel e Megan principalmente conquistaram-me. A Anna... nem por isso. Achei-a mesquinha, egoísta e arrogante. Ao longo de todo o livro e mesmo no final apesar de tudo, nunca consegui gostar dela.
A história ganha muito pelas suas personagens, de facto. Todas recheadas de traumas e sofrimento. Sonhos e esperanças desfeitos. Vontade de mudar, vontade de ser feliz, vontade de ser alguém na vida. Conseguiram? A certa altura, parece-me que algumas das personagens, contando com o Scott, Tom e Abdil, perderam-se. De várias maneiras. Vícios tomaram conta das acções e das vidas de cada um deles, fosse a bebida, fosse a mentira, fosse a traição ou mesmo a violência. Todos eles tinham algo que os tornava pessoas piores. Alguns conseguiram, de facto, virar a página, outros... ficaram pelo caminho.
Nunca pensei gostar tanto, tanto de uma história assim. uma montanha russa de emoções. Tinha sempre o cérebro a mil, a pensar nos possíveis culpados, a colocar-me na posição de cada uma delas, criando as mais variadas opiniões sobre elas, que iam variando conforme as páginas iam passando.
Não me admira nada que tenha o sucesso que tem no estrangeiro. Acredito que pela mão da TopSeller, em Portugal seguirá o mesmo caminho.

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