28/06/2013

A minha opinião - "A Mãe Não Me Deixa Contar..."

Tive o grande prazer de ler esse livro através do apoio da Editorial Presença, à qual agradeço vivamente a sugestão e a disponibilidade. 


A Mãe Não Me Deixa Contar



Cathy Glass

P.V.P.: 14,31 €
Coleção: Grandes Narrativas
Nº na Coleção: 549
Data 1ª Edição: 23/05/2013
Nº de Edição: 1ª
ISBN: 978-972-23-5057-0
Nº de Páginas: 276
Dimensões: 150x230mm
Peso: 318g

Esta obra é baseada na história real do pequeno Reece de sete anos, último retirado aos pais biológicos e encaminhado para famílias de acolhimento ao abrigo de uma ordem judicial. Cathy Glass é a sua quarta cuidadora num período de apenas um mês. O comportamento da criança revela-se desde logo agressivo, hiperativo e caótico. Cathy começa a mudar o comportamento do rapazinho à medida que vai conquistando a sua confiança, mas apesar dos seus esforços não consegue chegar às razões profundas que perturbam Reece.



A minha opinião:





"A mãe não me deixa contar" é um livro carregado de emoções. Não me lembro do último livro que li e que me fez chorar, como aconteceu com este. A autora, conseguiu, através do seu relato, fazer-me sentir revoltada, frustrada, emocionada, infeliz e no final imensamente feliz. Cathy Glass é o pseudónimo literário de uma mãe de acolhimento de nacionalidade britânica e como tal, todas as histórias narradas pela a autora, são inspiradas na sua experiência como cuidadora de crianças em situações problemáticas. Cathy Glass traz-nos com esse livro, uma nova concepção da maldade humana e de como por vezes, um pouco de amor, ainda que de estranhos, conseguem mudar uma vida. Sendo mãe de uma criança, quase hiperactiva, como eu sou, consigo colocar-me na posição dessa mãe de acolhimento. Foram muitas as crianças que lhe passaram pelas mãos e todas elas com problemas graves de inserção social e familiar. Este livro conta a história do pequeno Reece. Uma criança que chegou às mãos de Cathy com sete anos, cabeça rapada, mal comportado, hiperactivo, com desenvolvimento físico e intelectual de uma criança de três anos e meio. Uma criança que tivera, toda a sua vida, contacto com a violência verbal e física, abusos sexuais e devassidão familiar. Tem cinco meios irmãos, todos eles também espalhados por várias famílias de acolhimento. uma criança que apesar todo o trauma e segredos que carrega, consegue abrir as portas, lentamente, do seu coração a Cathy. A mãe dele, uma mulher violenta e mal educada, consegue tudo o que quer através de ameaças e gritarias, bem como agressões físicas e verbais. Nunca revelou o nome dos pais de todos os seus filhos, embora todos eles sejam réplicas fiéis dela. Com toda a sua paciência e amor, Cathy consegue derrubar todas as barreiras que Reece levantava ao mínimo gesto de carinho e amor. Ensinou-lhe a amar, a ler e a escrever e arranjou-lhe no final, uma família que o amasse como ele é e não o culpasse por ser uma criança traumatizada e colocada à margem da sociedade.

Este foi um livro que me surpreendeu imensamente. Pela sua intensidade. Pela emoção que transmite em cada página e dá-nos a conhecer uma realidade que muita gente desconhece. A luta diária de milhares de mães e pais de acolhimento que abdicam das suas vidas para tentar ajudar crianças que precisam ser resgatadas. Um livro que e meu ver, merece mais do que as cinco estrelas que dei.

Um dos melhores livros que li até hoje.

Continuação de Boas Leituras!

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