Que saudades todos tínhamos deste café… Se pudesse voltar ao passado, quem gostaria de encontrar? Estamos de regresso a Tóquio para mais viagens… no tempo.
Num pequeno beco da cidade, bem escondido, há um café centenário. Mas, diante de uma chávena de café bem quente, os clientes recebem muito mais: a possibilidade de viajar até ao passado.
Do autor de um dos maiores bestsellers internacionais dos últimos tempos, Antes Que o Café Arrefeça: De Regresso a Tóquio leva-nos de regresso ao lugar onde o passado pode, subitamente, ser diferente. Aqui, encontramos quatro novas personagens que procuram a magia do Café Funiculi Funicula: um homem que quer rever o melhor amigo, morto há vinte e dois anos; um filho que não pôde ir ao funeral da mãe; um homem que precisa de reencontrar a rapariga com quem não pôde casar; um detetive que quer dar um presente especial à sua falecida mulher. Mas lembrem-se: as viagens no tempo têm condições e riscos… E nada do que façam vai alterar o presente.
Depois do sucesso que foi o primeiro livro, Antes que o Café Arrefeça, Toshikazu Kawaguchi traz novas personagens ao café Funiculi Funicula e, um maior vislumbre e conhecimento sobre as personagens que já havíamos conhecido.
Devo dizer que, se gostei do primeiro, este aqui foi-me directo ao coração... De uma forma enternecedora e com uma escrita tranquila e até melodiosa, o autor dá-nos a conhecer mais quatro histórias de personagens que apenas desejavam regressar ao passado por algum motivo. Não para modificar o presente e o futuro, porque já sabiam que não era possível, mas para poderem dizer ou fazer aquilo que não tinham conseguido na altura certa às suas pessoas amadas.
A mim tocou-me particularmente este livro. Estas quatro histórias lembram-me muito o quanto eu gostaria de poder fazer o mesmo e dizer ainda mais e mostrar ainda mais, às pessoas que perdi, o quanto as amava e o quanto me eram importantes. Quantos de nós não queria a oportunidade de fazer isso mesmo? Não posso deixar de reforçar a forma como Toshikazu Kawaguchi escreve. De alguma forma, ao ler este livro, senti sempre como se estivesse envolvida numa bolha de paz e tranquilidade, muito embora as personagens estivessem a passsar por emoções fortes e sentimentos profundos. É uma escrita fluída e suave. Embora sejam apenas histórias ficcionais, gosto de pensar que o autor conseguiu o seu propósito. Conseguiu dar alguma paz e conforto às personagens que sentiram necessidade de ir ao passado e correr o risco de se perderem algures no caminho.
Digam lá se não seria tão bom se pudéssemos ir ao passado, nem que fosse para rever aqueles que perdemos para sempre ou até mesmo aquelas pessoas das quais nos distanciamos e nos perdemos em vida.
Não valeria a viagem?
Se há algo que aprendi com este livro é que não devemos deixar nada por dizer. Seja algo de bom ou algo de menos bom. Se deixarmos trancado em nós, no futuro, tornar-se-á um sentimento de remorso profundo e nunca poderemos ser verdadeiramente felizes.
Espero, sinceramente, que Toshikazu Kawaguchi ainda nos brinde com muitas histórias e muitos livros destes.
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