Ainda não tinha lido nada escrito pela Andreia e, ter escolhido este livro para conhecer a escrita dela, não podia ter escolhido melhor!
Ao longo de toda a leitura temos uma história que nos passa uma sensação leve e calorosa, quanto mais não seja por passar-se, quase todo, na praia e em ambiente ensolarado.
Nesta história conhecemos a Carolina. Uma jovem que, ao perder a mãe e ficar completamente sozinha no mundo, encontra o diário da mãe e descobre algo que nunca soube enquanto a mãe era viva. O facto de ter um pai que, muito provavelmente, mora mais perto dela do que ela pensava. Ou então, com a sorte dela, já morreu também. É a busca por esse pai, cujo nome começa por "F" que Carolina sai de Cascais e ruma a Peniche. De qualquer modo, não havia nada, nem ninguém que a impedisse de o fazer. Nada a prendia a Cascais, a não ser Ana, a melhor amiga. Ao chegar a Peniche, Carolina conhece novas pessoas e entre essas pessoas está Alex. Um jovem surfista que vive com o avô e que ganha a vida dando aulas numa escola de surf. Assim que se conhecem, a atração entre eles os dois é imediata. No entanto, não fazem outra coisa a não ser pegarem-se e discutirem um com o outro, por tudo e por nada. Quer um, quer outro não faz mais nada a não ser lutar contra aquilo que sente e não quer admitir. Achei algo rápida a forma como eles mudam de relacionamento. Numa hora estão pegados e a discutirem a torto e a direito, como já estão num relacionamento amoroso. No entanto, dado o tempo que passavam juntos e com amigos em comum, era inevitável que isso acontecesse. Embora ache o Alex algo amargo para a idade que tem, gostei da personalidade dele. É responsável e directo. Coloca o avô acima de tudo e achei isso extremamente ternurento. Tem aquele senso de responsabilidade familiar que, hoje em dia, já não é muito normal encontrar nos jovens. Gostei disso. Sendo sincera, gosteia até mais da personalidade do Alex do que da Carolina. Não sei explicar ao certo a razão, mas foi aquilo que me ficou. Achei-o mais focado e mais directo do que ela que tinha a mania de deambular e pensar demasiado nas coisas. Contudo, e ainda falando nas personagens, tenho de dizer que a personagem que gostei mais foi mesmo do Sr. Leonel. Um idoso mega amoroso e atencioso que, à sua maneira, vai ajudar a Carolina a encontrar o seu caminho, embora fosse cego. Foi muito, muito bom conhecer o sr. Leonel.
No geral, gostei bastante das personagens secundárias. Dão credibilidade à história e mostram que, hoje em dia, ainda se podem encontrar boas amizades.
Gostava de ter conhecido melhor a mãe da Carolina, através das memórias desta, mas ficamos apenas a saber que, para além de ser uma mãe sempre presente para a filha, foi também mulher de um amor só. O pai de Carolina.
Adorei a forma como a Andreia escreve. De uma maneira natural e fluída que faz com que fiquemos agarrados à leitura sem nos aborrecermos ou querermos que os capítulos acabem depressa. Não é arrogante ou pretenciosa na forma como escreve e, para mim, isso é algo a que dou muito valor. O livro não é perfeito, mas isso depende sempre do ponto de vista. A meu ver não há livros perfeitos. Há, isso sim, livros que nos confortam e que nos aquecem o coração. Que nos fazem companhia e que nos colocam um sorriso nos lábios ou uma lágrima que teima em rola cara abaixo. Este "Ondas" é um livro assim. Que nos conforta a alma e aquece o coração, sem mais nem menos. Simples assim...
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