30/07/2020

Opinião | Memórias de Um Gato Viajante | Hiro Arikawa

Nana, que já foi um gato de rua, anda em viagem pelo Japão, mas desconhece para onde. O importante é que está sentado no banco da frente da carrinha, ao lado de Satoru, o seu querido dono. Satoru decidiu empreender esta viagem para visitar três amigos de juventude.

Qual o motivo da viagem? Nana não sabe.
Como reagirá o seu coração quando descobrir?

Com o pano de fundo da deslumbrante paisagem japonesa e narrado em vozes alternadas com uma rara subtileza e sentido de humor, a história de Nana é sobre a solidão, o valor da amizade e o saber dar e receber.

Um livro que tem conquistado e emocionado leitores de todo o mundo através da sua mensagem de bondade e sinceridade, revelando como os actos de amor podem transformar as nossas vidas. Por vezes, é necessário fazermos uma longa viagem para descobrirmos e conhecermos melhor aqueles que estão mais perto de nós.

 
Este livro levou-me às lágrimas. Mesmo! 
Se até aos últimos capítulos já tinha rido imenso com as tiradas de Nana, o gato, enquanto o seu dono tenta encontrar um novo lar para ele.
À partida já é triste o suficiente ler um livro cuja história reside no facto de que aquele dono extremoso já não pode ficar com o seu melhor amigo, piora muito, no sentido de ficar cada vez mais triste, o facto de que o motivo pelo qual Satoru, o dono de Nana, está completamente fora do controle de toda a gente.
Ao longo das páginas vamos viajando por todo o Japão. passando pelos sitíos mais emblemáticos desse país que eu tanto gosto e que um dia ainda quero visitar (posso sonhar, certo?). Nana, singular nos seus pensamentos e opiniões sobre tudo o que o rodeia e tudo o que vai passando, consegue transmitir-nos o que realmente lhe vai no coraçãozinho e no pensamento. Deixa claríssimo que adora Satoru e que, nunca se sepapará dele, ainda que aquela viagem seja exactamente para isso. Sempre que param num suposto próximo lar para Nana, há sempre qualquer coisa que impede Satoru de o deixar lá, embora saiba que o deixaria em boas mãos. Não tão boas como as suas, mas ainda assim, conseguiria deixar Nana com um sítio para dormir, comer e ser feliz.
De uma forma terna Hiro Arikawa, o autor, transmite-nos tanto o amor de Satoru por Nana e vice-versa, como o seu proprio amor pelos animais, neste caso mais especificamente, os gatos. 
Achei extremamente ternurenta a forma como Hiro consegue transmitir-nos tão bem a forma como os gatos pensam. Aquela forma altiva, mas meiga de comunicarem connosco e a forma como os felinos, à sua maneira por vezes brusca, nos mostram que amam os seus donos acima de tudo e que tomarão sempre conta de nós, porque nós, donos, pertencemos a eles e não o contrário.
Eu sei que assim é porque tenho, não um, mas trẽs felinos. Cada um, à sua maneira, transmite-me todo o seu amor, dedicação e adoração por mim. Hiro Arikawa conhece bem a mente felina e muitas das formas como se deve tratar e tentar perceber um animal destes. Não é tarefa fácil, digo-vos já, mas no final do dia, sabe tão bem termos o amor incondicional seja de que animal for. 
Mais pessoas deviam experimentar tratar os animais como um ser que precisa de ser defendido e protegido de toda a maldade deste mundo. É preciso tão pouco para se ser determinante na vida de alguém.

Adorei e recomendo, obviamente!

Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!